Capítulo- 28

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                   - Any Gabrielly. -

"ATIRE"!

- PORRA! - Joguei minha arma no chão, tapando meu rosto.

Sentia meu corpo todo tremer, eu quase.... Quase....

Não dá, eu não consigo.

Não posso mata-lo. É o Lou. Eu..... Eu não consigo.

- Ei? - Louis tirou minhas mãos de meus olhos, que ainda estavam fechados. - Any, preciso que tu olhe pra mim.... Eu preciso....

- Não, saí daqui. - Rosnei. - Me deixa!

- Any, tu tá tendo um ataque de nervos. Eu te entendo, relaxa..... - Ele dizia tudo num tom baixo, calmo. - Por favor, pelo Ed. Olhe pra mim.

Nesse momento eu abri os olhos, o encarando.

- Por quê, Lou? Como Harry pôde fazer isso?! - Eu dizia num tom baixo, em desespero.

Eu não tinha mais forças sequer pra falar, eu não sabia o que fazer.

- Me abraça. - Tomlinson me puxou para seus braços. - Eu sei.... Só.... Só fica comigo, ok?

O abracei com tudo que me restou. Eu estou em pedaços.

Eu pensei que tudo já estivesse esclarecido. Harry havia sido morto pelo Louis, em um plano maquiavélico para ficar com todo o poder de Styles. Eu estava sendo usada por ele até que Ed, o verdadeiro herdeiro de tanto dinheiro, alcançasse a maioridade. E então, Tomlinson teria todo o poder sobre o Thomas e faria simplesmente a porra que ele quisesse.

Mas a traição de Harry é capaz de mudar tudo isso, inverter os lados. Como posso acreditar nas coisas que um homem infiel me diz? E se tudo não passou de uma armação?

E se tudo isso não passa de uma grande armação de Harry, cara?!

A questão é que eu tô cansada de andar em círculos, todas as vezes. Primeiro Beauchamp, depois Louis, e agora isso.

- Já passou, isso já acabou, Any. Tudo isso. - Tomlinson sussurrou em meu ouvido. - Tudo isso já acabou. Eu tô contigo, sempre estive. Desde o primeiro momento em que eu te vi, sabia que de alguma forma eu tinha que te proteger. E vou fazer isso até morrer.

- Jura pra mim. - Sussurrei feito uma criança acuada. Escutei ele suspirar em meus cabelos.

- Eu juro.

Fechei meus olhos e deixei que meu corpo me guiasse. Louis colou nossas testas e senti um forte perfume adentrar minhas narinas. Era o de Josh. Ainda de olhos fechados em apertei seus braços e subi até encontrar seu rosto. Desenhei seu nariz e contornei sua boca em formato de coração.

Abri os olhos e vi a imensidão azul me guiar. Senti a brisa leve bater contra meus cabelos e Josh sorriu com isso. Desci meus dedos até seu queixo perfeitamente alinhado e suas mãos vieram para a minha cintura.

Ah.... Eu queria beijá-lo. Tocá-lo. Senti-lo junto a mim mais uma, duas, dez vezes.

Eu estava viciada em Beauchamp.

Essa era a palavra que melhor descrevia, viciada.

Chorei baixo e ele secou minhas lágrimas, colei minha testa na dele.

- Desculpa.... Não quero que pense que eu não confio em ti. Desculpa pelo trato com o Mattew e por todo o resto. Eu não sabia que as coisas mudariam tanto, principalmente o conceito que eu tenho em relação a você. Eu gosto quando você me toca. Quando.... Quando você me abraça e me protege, como só você sabe fazer. Eu amo quando você fica. Eu gosto de desenhar suas tatuagens e gosto da forma como você trata o Ed. Eu achava que Los Angeles havia sido um erro irreparável, mas foi uma das melhores coisas que eu fiz. Porque se não fosse por aquela viagem, eu não teria feito tantas coisas e me sentido tão viva como você me fez sentir.

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