Capitulo II

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"Não é fácil para mim falar sobre isso, eu tenho amarras bem pesadas no coração, eu não sou simples, é trigonometria"

The Blackest Day - Lana Del Rey

Os fins de semana em Brambleton eram marcados pelas grandes feiras livres na praça principal e agricultores regionais juntavam toda sua colheita para a venda

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Os fins de semana em Brambleton eram marcados pelas grandes feiras livres na praça principal e agricultores regionais juntavam toda sua colheita para a venda. A feira começava desde os primeiros raios do sol que atingiam as janelas, e acabava ao pôr do sol.

Com toda a comoção e som de passadas no corredor, Bernard acordou, não era de seu feitio acordar tão tarde, mas pela noite passada e toda a bebida, acabou por perder a noção do tempo.

Bernard levantou depressa e procurava pelo seu relógio ao seu lado em cima do criado-mudo, já se passavam das dez.

Recolhendo seus itens para limpeza e uma muda de roupa limpa, saiu de seu quarto e ia em direção ao banheiro que ficava logo ao final do corredor. Pela hora teve sorte, pois estava vazio.

Os burburinhos ainda eram audíveis dentro do banheiro, talvez fosse pela chegada de novos hóspedes, o que não era surpresa naquela época do ano, e isso tinha um ótimo efeito na economia da família Grant.

Demorou um pouco até que Bernard saísse pronto para descer e tomar uma xícara de chá antes do almoço. Um certo sentimento de indelicadeza o acertou pelo fato de não ter conseguido acompanhar os outros mais cedo.

Descendo as escadas, ele não viu ninguém na sala, apenas Margareth do outro lado que fazia a limpeza da mesa. Se aproximou devagar sem querer chamar a atenção, mas não deu certo.

— Ah, você acordou — Margareth falou e assustou o jovem — Vou pedir para Josephine preparar seu chá.

— Não precisa incomodar ela, eu dormi demais.

— Eu sei — Ela afirmou batendo um lenço para o ar — William o levou para aquele bar. Vou pegar o seu chá.

Antes que a senhora se voltasse para a cozinha, um pensamento cruzou na mente de Bernard.

— Poderia me conseguir um papel e lápis? — Ele pediu de repente.

— Claro!

Com uma manhã livre e ótimas paisagens lá fora e sem contar o belo jardim florido da pensão, Bernard teve a ideia de usar isso como inspiração e praticar sua arte. Em seu tempo livre em casa, quando visto desenhando, sempre era questionado pelo pai, que tinha medo que o filho largasse a carreira no direito e tentasse viver da arte.

Bernard nunca havia pensado em levar seu hobby como um meio de ganhar dinheiro, pelo contrário, esse era seu instrumento de escape. Quando estava pintando, sua mente poderia vagar para outro lado, uma nova realidade, mas não se importava em explicar isso para seu pai, ele nunca o entenderia.

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