NOTA DA AUTORA -
"ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS COM DESCRIÇÃO DE AGRESSÃO E ABUSO FISÍCOS. SE VOCÊ FOR SENSÍVEL À ESSE TIPO DE CONTEÚDO, NÃO LEIA!
"Era estranho ter um relacionamento", pensou Ayla Albert.
Uma garota de dezessete anos, privada de muitas ações próprias, estava vivenciando um namoro diferente. Já não existia o menino que lhe mandava bilhetinhos e antes do final de semana ele segurava sua mão para levar a namoradinha em casa, muito menos o rapaz que lhe enviava uma solicitação nas redes sociais a fim de marcar um encontro, passear ou tomar um sorvete.
Não.
Contrariando essas interações mais comuns, que geralmente não passavam de beijos e amassos, surgiu na vida de Ayla alguém revirando todas suas ideias sobre relação amorosa. Algum dia, ela sabia que iria vivenciar algo mais intenso com alguém, porém a maneira como essa situação poderia estar acontecendo era tão nebulosa e sufocante que a garota pensou várias vezes se aquilo era certo.
E não, não era certo.
O toque que sentiu em seus lábios mostrava-se quente e conhecido. A pouca barba no rosto de Igor já não incomodava sua pele após envolvimentos anteriores mais fortes e instigantes, como se a garota estivesse acostumada à tal contato. Então, um pensamento tomou sua concentração sobre ter passado a aceitar. A se adaptar no que antes poderia reclamar e até no namoro o comportamento submisso foi arrastado fazendo-a de si alguém manipulável.
Isso tornou-se seu botão transformando-a numa boneca obediente. Mas, havia ocasiões onde a jovem se odiava por tamanha decadência de caráter, ou talvez fosse sua criação, a ausência de afeto, de acolhimento e apoio emocional. Quiçá, ela pensaria em diversas razões... encontraria outros gatilhos, bem como poderia abaixar a cabeça culpando-se porque ainda passava o tempo e permanecia "fraca".
Porque aceitava?
Ela era capaz de seguir em frente sem eles.
Um toque no meio de suas pernas tirou-lhe dos desvaneios inconvenientes, que geralmente surgiam em situações inapropriadas.
- Não. - pediu Ayla, remexendo-se entre os braços do parceiro.- Para com isso...
Mas a garota sabia que as ações libertinas do namorado, geralmente, não condiziam com suas vontades. E mais uma vez sentia-se culpada. Afinal, só estava acontecendo por que cedia aos caprichos de Igor, sabotando-se nas desculpas para não magoá-lo, não deixá-lo irritado ou qualquer preocupação merda depois que o homem fazia o que bem queria.
A jovem sentiu a pressão dos dedos alheios sobre o tecido de algodão em sua peça íntima, além de ouvir o próprio coração começar a bater mais forte. Ironicamente, certa vez Igor comentou que isso significava o quanto Ayla o desejava e queria fazer sexo com ele. Porém, deveria ser nervosismo por nunca ter certeza de que estava preparada ou para confiar em alguém que sempre tentava algo à mais nos encontros, como também corações acelerados surgiam através do medo.
Era medo o que ela sentia agora?
Aqueles dedos passaram pela lateral de sua calcinha, acionando um alerta em sua mente. Logo, Ayla teve um breve susto e colocou mais força nos braços decidida a afastar o namorado o quanto antes mas, o cara conhecia os comportamentos da vítima, dos quais já esperava e ele acreditava que às vezes, isso deixava as coisas mais divertidas. Até porque, foda-se. A garota gozava no final, era gostoso e ela nunca reclamava. Sendo assim, Igor achava que Ayla não queria admitir, mas seu corpo gostava daquilo.
A jovem lançou um olhar descrente ao namorado juntos as palavras um pouco alteradas:
- Vai fazer isso? - o homem parou por um momento observando-a e ela continuou. - Está ouvindo que eu não quero?
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Caixa de Pandora
General FictionNOTA DA AUTORA: " ATENÇÃO: ESSA OBRA POSSUI DESCRIÇÃO DETALHADA DE TEMAS COMO DROGAS, USO DE ARMAS, AGRESSÃO, ABUSO SEXUAL E PSICOLÓGICO, CÁRCERE PRIVADO, ENTRE OUTROS ASSUNTOS SEMELHANTES. SE VOCÊ FOR SENSÍVEL À ESSE TIPO DE CONTEÚDO, NÃO LEIA!." ...