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Cobra

Helena teve pesadelo essa noite, eu até entendo ela porque esse bagulho da mãe aparecer do nada é muito estranho.

Levantei e fui tomar café, fiz um misto quente pra ela e preparei uma xícara de café.

-Senta aqui. -puxei a cadeira.

-Cobra Eu não tô com fome.

-Mas vai comer, porque peguei folga hoje pra ficar aqui contigo.

Ela comeu e deitou no sofá, eu subi e tomei um banho, olhei no relógio e eram 13:30. Claro nos Acordamos tarde.

Meu radinho tocou, era a voz do Falcão.

-O chefia, tem uma mulher aqui dizendo que falou com tu ontem, uma tal de juslaine.

-Sem quem é não mermão.

-Juliana, errei porra.

-Libera a entrada dela.

Desliguei o radinho e acordei a Helena.

-O morena, vamo que ta na hora e ela ja chegou.

-Vou assim mesmo, não tenho certeza se é ela.

Subimos na moto e fomos até a praça, quando descemos eu vi a Helena desabar em lágrimas.

-É ela cobra, minha mãe .

Fomos até a mulher que diz ser mãe dela.

-Helena meu amor. -foi abraçar.

-Não encosta. -interrompi.

-Cobra por favor deixa eu abraçar minha mãe.

As duas se abraçaram e vi um carro preto parado na esquina.

-É o seguinte, quem tu trouxe contigo?

-Ni..ninguém.

-Gaguejou por que caralho.

-pode perguntar lá na entrada, eu vim sozinha.

-Morena eu já volto.

Sai em direção ao carro que deu partida quando me viu, subi na moto e comecei a seguir, quando vi que tava indo em direção a saída mandei um radinho pro Falcão.

-Faz barreira e não deixa esse carro passar caralho.

Quando vi o carro tava parado.

-Desce do carro com a mão na cabeça porra. -nada aconteceu. -Mandei descer porra.

Falcão abriu a porta e adivinhem quem tava no carro? O Ricardo, desgraçado.

-seguinte não vou me estressar contigo agora, Falcão leva ele pra salinha e deixa lá até eu aparecer, depois resolvo.

Subi na moto e fui pra praça de novo e a Helena não tava lá.

Mandei mensagem e ela não respondia.

Ligação on

-Onde tu tá Helena?

-Em casa

Ligação off

Desliguei o celular e fui pra casa.

-Porra Helena que susto caralho. -vi essa tal Juliana no sofá.

Ela não fez isso né, colocar estranhos aqui em casa.

-morena vem cá.- chamei ela pra cozinha. -tá doida em chamar estranho aqui pra dentro.

-Desculpa mas fiquei com medo de algo acontecer, estávamos sozinhas.

Voltamos pra sala e sentamos na frente dela.

-Seguinte sumiu porque ? Todos esses anos?

-Ricardo me obrigou a sumir e deixar a Helena com ele, eu devia pro antigo dono da rocinha e ele tava me procurando.

-Devia o que?

-Dinheiro, porque eu queria que o parto da Helena, pré Natal fosse tudo particular, então ele emprestou dinheiro pra mim e o Ricardo disse que ia pagar tudo.

-Depois fizemos uma certidão de óbito falsa e eu fiquei como morta.

-Mas porque mãe, porque não me levou.

-pro seu bem meu amor.

-Devia quanto?

-500 mil.

-Bom, se te cobrarem eu pago, dinheiro não é problema.

-Não precisa. Mas tem mais coisa que vocês não sabem, Ricardo me batia muito durante a gestação, e eu não queria deixar você com ele por medo, mas não tive escolha.

-Porque não falou com meu pai na época? Ele resolvia esses problema pra tu

-Complicado, teu pai era muito amigo do RD

-Aqui é o certo pelo certo, amizades todo mundo tem, mas jamais deixaria algo de ruim acontecer com alguém só porque sou parceiro da pessoa

-cobra ela pode ficar aqui?

-Por enquanto sim, até eu conseguir uma casa pra ela.

-obrigada cobra.

-Fica suave.

Subi pro quarto pra tomar um banho, quando escuto a porta batendo e era a Helena.

-Sou eu relaxa, só vim buscar uma roupa pra minha mãe.

-Cara, te empresto o cartão caso queira comprar pra ela.

-Não precisa, ela tem, mas como veio sem nada pra cá por hoje eu empresto, amanhã ela vai buscar.

-E fica suave, vou conseguir uma casa pra ela. -falo me enrolando na toalha.

-Obrigada por isso.

-Não precisa me agradecer. -puxo ela da cintura e dou um selinho.

-Vou arrumar meu quarto pra ela tá?

-Claro pô, aí tu dorme comigo.

-Dormir? Não sei se gosto dessa palavra.

-Para de ser safada. -Dei um tapão na bunda dela.

-Eu sei que tu gosta. -pisca o olho e sai do quarto.

Aiai, essa Helena

No Complexo Do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora