28

1.7K 64 2
                                    

1 semana depois...

Helena

-Cala boca cobra, vai jogar tudo na minha cara agora? -Falo sentando na cama

-Não tem mais como viver com tua mãe aqui, namoral.

-Eu sei que tu gosta de paz, mas estamos procurando uma casa pra ela.

-Não quero mais ela morando aqui, essa é a minha casa.

-Foi só usar suas droguinhas né, tava tudo perfeito, mas depois que usou esses bagulho toda vez tu vem jogar algo em cara.

-Meu jeito, eu tô no meu direito.

-Beleza, vou fazer o que tu quer, agora Vê se dorme. -Sai batendo a porta.

Eu entendo que ele gosta de ficar sozinho e ficar mais na dele, mas cara quando eu perguntei ele concordou com tudo. No momento que ele chegou com os olhos vermelhos eu já sabia que algo ia acontecer, até que demorou.

Avisei minha mãe que vamos pra maitê, ela apenas concordou e foi pegar as coisas dela. Se minha mãe não ficar eu também não fico, já tinha conversado com a maite e amanhã mesmo eu ia achar uma casa pra minha mãe morar.

Subi pro quarto e o cobra tava dormindo, tirei a mala que ficava em baixo da cama e fui colocando minhas coisas, eu ia sentir falta de ver ele todas as manhãs, mas não dava pra ficar aqui.

-Morena, vai aonde? -fala esfregando os olhos.

-Embora, se minha mãe não fica eu também não.

-Do que tu tá falando mano? -levanta da cama.

-Tu jogou um monte de coisa na minha cara, disse que queria ficar sozinho. Então eu vou embora.

-Eu não lembro disso.

-É sempre assim né. -ri.-Bebe, fuma e fica alterado comigo, grita e joga vários bagulho em cara e depois não lembra.

-Desculpa Helena, mas eu não lembro disso.

-Pois é, agora não adianta pedir desculpas, já arrumei tudo e tô indo.

-Cara, eu gosto da tua companhia aqui e também já me acostumei com tua presença. -me puxa da cintura. -não vai.

-Já tá decidido cobra, eu vou com a minha mãe e amanhã mesmo eu acho a casa pra ela.

-Vai ficar aonde?

-Isso importa pra ti? Pelo jeito não. -Tchau cobra. -bati a porta.

Sai com a minha mãe e deixei a chave da casa dele em cima do balcão na sala, fechei a porta e fui descendo o  morro até a casa da maitê. Minha mãe adorou a maite então não seria um problema por enquanto.

O foda é que eu gostava daquele filha da puta, mas vai ter que entender que nem tudo é fácil na vida, ele precisava de um tempo só dele assim como eu também  precisava. Nós dois sabíamos que isso não ia ter um futuro, eu conheço o esquema dele, entendo como funciona afinal nasci aqui e cresci aqui, vi a porra toda acontecer de perto, pessoas morrendo e vidas inocentes sendo tiradas por besteira dos outros. É essa a vida dele e a que ele quer, infelizmente não condiz com o que eu penso pro futuro.

No Complexo Do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora