Helena
Minha mãe vai ficar aqui na casa do cobra por uns dias, segundo ele até semana que vem ele já consegue uma casa pra ela.
Eu nem sabia mais o que estava sentindo, um pouco eu estava feliz, daqui a pouco já fico tensa e com sensação de medo.
Minha mãe tinha "morrido" no dia que eu nasci, no parto. Porque resolveu voltar justo agora? Porque ninguém me contou nada?
Eu desci até a sala e ela me chamou pra conversar, afinal são anos sem se ver.
-Você namora o Cobra?
-Na verdade não, nem sei o que a gente tem- ri
Na verdade eu não me vejo namorando o cobra, a vida que ele leva é totalmente diferente da minha. Ele da a vida por esse morro e eu quero sair daqui e fazer faculdade.
Eu entendo o quanto esse lugar é importante pra ele, mas assim como ele eu também tenho prioridades e sonhos para o futuro.
O que adianta eu namorar um cara que eu nem sei se vai estar vivo amanhã, que se sair no asfalto corre risco de ter a cara toda fuzilada, ou o risco de ser preso novamente, até porque a cara dele tá em todos os jornais e canais de notícia.
-Porque não namora com ele? -Fala acariciando meu rosto
-A vida que ele leva é bem diferente da minha, sem contar que tenho planos pro futuro.
-Quais?
-Fazer uma faculdade, morar em uma casa própria, entre outros
-Faculdade de que?
-Queria muito enfermagem ou até veterinária.
-Boas escolhas, agora vou tomar um banho.
Ela subiu e eu fiquei na sala pensando no futuro, acho que falta bem pouco para ser colocado em prática.
Lembrei que semana que vem eu faço 18 anos, o que me deixou triste, o porque eu também não sei.
Nunca fui de comemorar aniversário, Ricardo nunca fez questão nem de me desejar feliz aniversário. Maitê sempre lembrava e me levava pra tomar açaí ou comer alguma coisa, o que alegrava mais o meu dia.
Cobra desce as escadas e vem em minha direção, deita no meu colo.
-Tá com pensamento longe? -Pergunto
-Cara, invasão no morro amanhã, sei nem qual vai ser meu fim, os cara tão prometendo me matar já faz tempo,
mas nunca conseguiram.-Vai dar tudo certo.
-Eles querem a boca pra eles, esses cara da rocinha são uns filha da puta.
-Mas eu confio em vocês e sei que vão conseguir.
-Aqui não é lugar pra tu morena, ouvi tua conversa com a minha futura sogra aí e percebi que to te prendendo aqui por medo de te perder.
-Sabe que eu gosto daqui? da tua companhia.
-Eu não, sinto falta de ficar sozinho.
-Grosso.
-Falando do meu pau porque? -riu
-Cala boca namoral. -ri
-Vamo sair domingo?
-Eu e tu?
-Eu, tu e tu e eu
-Gostei-ri
-Sabe morena, to amarradao em tu
-Não começa com esses papo estranho, bandido emocionado
-A qual foi Helena -riu
Minha mãe desceu e foi pra cozinha, fui junto e preparei uma janta pra nos três. Conversamos e jantamos.
subi pro quarto e mostrei onde minha mãe iria dormir por esses dias, depois fui pro quarto do cobra e tomei um banho
Sai enrolada na toalha e ver a cena do cobra deitado sem camisa e só de cueca na cama me deixou louca.
Peguei uma calcinha e uma camiseta dele e vesti, não aguentei e ri da cara dele.
-Minha roupa, sua roupa né, pode ficar à vontade aí.
-Nossa roupa -Ri
-Por isso minhas camisetas tão sumindo. -Riu
Deitei do lado dele que me abraçou, fazendo eu apoiar a cabeça em seu peito.
-Sabe, eu queria fazer outra tatuagem
-Aé? qual?
-Uma borboleta talvez, ou uma serpente.
-Onde?
-Entre os seios
-Tá maluca, eu ia pagar pra tu mas depois de me falar onde eu desisti
-A pessoa que faz tatuagem tem que agir como profissional cobra
-Foda-se, vai lá pra mostrar meus peitos pros outros
-Seus? na verdade meus né -ri
-Nosso então.- riu. -Mas eu pago pra tu, presente
-Como tu sabe que meu aniversário tá chegando?
-Eu não sei, nem sabia na verdade porque agora eu já sei
-Ah, não gosto de falar sobre isso, to cansada, Vou dormir.
-Boa noite. -Me da um selinho
-Boa noite.
Quando eu estava quase dormindo...
-Vamo uma rapidinha?
-Cobra, minha mãe tá aqui
-Empata foda essa minha sogra em.
viramos pro lado e dormimos
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No Complexo Do Alemão
FanfictionHelena tem 17 anos, cria do RJ e mora com o Pai no complexo do Alemão. Seu pai tem uma dívida com o Dono do morro e como ele pagará?