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Luísa

Falar com os avós dela partiu-me o coração e olhem que é difícil, quando entro no meu carro para voltar para Lisboa, sento por fim as lágrimas a caírem-me dos olhos, aquelas que queriam cair a tudo o custo durante a conversa acabada.

Fogo. Limpo as lágrimas e volto para a Lisboa, ainda não havia notícias dela, assim que cheguei ao hospital, os avós dela pediram-me para os avisar já que eu só tinha um lugar e o carro deles andava pouco, pedi a um táxi para os ir buscar, mas como a neta são difíceis, acabaram por ceder e chegar pouco tempo depois de eu ter chegado a entrada ao hospital.

- Familiares da Carolina Pereira? - Ambos seguiram em direção ao médico e partiu-me ver o avô dela agarrar-se firmemente a avó.

O corpo do avô dela acabou no chão, e eu sentia que não eram boas notícias.

- Sinto Muito! - Nunca queiram ouvir aquela maldita frase.

- Sentem muito? Foi o melhor que fizeram? - disse a avó dela com a voz alterada. O Rúben agarrou-a para um abraço. - A minha neta está em coma e diz-me que foi o melhor qus fizeram?

- Dona Maria tenha calma. - digo, mas eu também queria bater no médico.

- Eu estou calma, estou mais uma vez a perder uma filha. Fogo. - ela começou a chorar e admito que já nem eu conseguia segurar as lágrimas. - A minha netinha. - Ela estava em choque nos braços do Rúben que neste momento segurava as lágrimas e os soluços. O senhor José estava sentado agora numa cadeira ao lado do Senhor Henrique.

- Podemos vê-la ? - Perguntou o Rafa.

- Só uma pessoa de cada vez. - disse o médico.

- Acho que devias de ir tu, Lu! - disse o Rafa ao meu lado. - Eles ainda estão um pouco alterados.

- Eu vou lá. - digo e neguei desautoriza a minha ida. A cada passo era uma facada e quando estava a entrar o meu corpo parou, assim que sinto a mão do Rúben.

- Deixa-me ir primeiro. - disse.

- Tens a certeza? - Ele afirmou.

- Vou voltar para lá. - digo e ele afirma a respirar fundo antes de entrar.

Volto e sinto o olhar do Félix sobre mim.

- Ele foi? - Afirmo.

- A irmã dele disse mais alguma coisa? - Neguei. - O que achas disto? - Pergunto.

- Eu não sei, mas eu vou investigar a April.

- Tu não és detetive.

- Mas vou arranjar um. Se ela estava em casa dele, ela fez alguma, ou eu muito me engano a respeito dela ou ela é uma vibora. E eu nunca me engano. - disse.

- Luísa? Luísa. - Acordo com a voz do Rafael, vejo que estava deitada ao colo dele.

- Desculpa. - disse envergonhada.

- Não faz mal, acho que devíamos ir para casa. - disse para o Félix e para o Bernardo.

- Eu vou ficar e levar o Rúben. - disse o Bernardo.

- Obrigado por tudo. - disse o avô da Carolina ainda desolado.

- Nós vamos apanhar quem fez isto. - digo. Nenhum dos dois respondeu, eu o Félix e o Rafa saímos do hospital.

Rúben Dias

Talvez, só talvez, deveria ter recusado ir primeiro, porque aquilo para mim foi um choque.

Ponto Final | Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora