Teu corpo é o desenho mais bonito feito

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NOTAS: 💥⚠️ATENÇÃO⚠️💥
ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS EXPLÍCITAS DE SEXO E REFERÊNCIAS À BULLYING. PROSSIGA COM CUIDADO.

OLAR.
Eu sei que eu disse que viria só 20:00, mas é isso. Tô aqui mais cedo.
PRESTEM ATENÇÃO AQUI, PECADORES!!!
Eu escrevi 90% desse capítulo ✨️bêbada✨️pq n ia rolar de outra maneira. Perdoem qualquer coisa, eu vou corrigir o máximo de erros possíveis, mas posso deixar passa algo.
Outro aviso: esse cap tem mais de 10.500 palavras 😊
Claro q não é só putaria, né. O cabaré abriu, mas tem limites. Tem outras coisas tb.
É isso, n esperem mto do hot. Vejo vcs nas notas finais :)

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Quando Luz tinha 12 anos, ela convidou um garoto para sair pela primeira vez.

Brandon parecia legal. Ele era a única criança da sala que não atirava bolinhas de papel na sua cabeça durante a aula, não colocava cola ou chiclete em sua carteira ou escondia suas roupas no vestiário depois da educação física. 

Brandon não colocava o pé para Luz tropeçar quando ela saía do banheiro e também não derramava seu suco “sem querer” na hora do intervalo.

Um dia, quando alguém derrubou os livros de Luz no corredor pela milésima vez na semana, Brandon os apanhou do chão com um sorriso gentil e lhe devolveu. Foi a primeira vez que Luz sentiu borboletas no estômago ao ficar perto de alguém.

Então, algumas semanas depois, durante uma aula chata de geografia que ninguém estava prestando atenção realmente, Luz colocou discretamente um bilhete na carteira de Brandon. 

A morena sentiu seu coração disparar no peito quando ele pegou o papel com um olhar curioso. O papel era de um roxo claro e, bem, excessivamente brilhante. Havia uma quantidade assustadora de glitter grudado com uma cola que ainda não havia secado totalmente e as letras no verso eram de recortes de revista que ficaram meio tortas no processo de secagem. Estava escrito: “¿você quer sair comigo depois da aula?”, com uma interrogação de cabeça para baixo no início da pergunta, porque Luz amava as regras de pontuação do espanhol. 

Quando Brandon ergueu o olhar, suas bochechas estavam um pouco coradas e ele sorriu discretamente para ela, assentindo levemente com a cabeça ao passar a mão pelos cachinhos loiros. Luz passou o resto das aulas do segundo tempo nas nuvens.

Qual não foi sua surpresa, porém, quando ela chegou ao portão e não estava apenas Brandon lá lhe esperando, mas também praticamente toda a turma?

Brandon amassou o bilhete que Luz passou horas fazendo dentro de seu quarto na noite anterior e o jogou no chão aos seus pés como se não valesse nada.  

Ela mal conseguiu processar as risadas e os olhares debochados de seus colegas, porque só o que ecoava em sua mente era: “você acha mesmo que alguém vai querer sair com uma aberração esquisita igual você?”, que Brandon atirou para ela em alto e bom som.

E por muito tempo, Luz acreditou nessas palavras.

Ela passou a crer fielmente que o problema estava nela e não nos outros. Porque se todo mundo, absolutamente todo mundo, a via como uma “aberração esquisita”, como ela seria outra coisa além disso? 

Seus professores, seus colegas, sua mãe, todos a tratavam como se ela tivesse uma falha, como se Luz fosse a falha. 

Amor para a viagem [Lumity]Onde histórias criam vida. Descubra agora