a l i c e
🎀Daniel: Lili.
Cedendo ao seu abraço, deitei a minha cabeça sobre o seu ombro observando aquele iluminado mirante em Toronto.
Suspirei.
Alice: Eu não queria sentir tudo isso, Dan. É confuso. Uma hora eu me sinto bem, na outra parece que os meus sentimentos desmoronam de uma vez. Eu já durmo com medo de ter pesadelos, cansada de acordar assustada e aos prantos nos braços do meu pai.
Daniel: Você está com medo de ficar sozinha no apartamento que o seu pai te deu?
Alice: Estou. Mas eu não quero dizer isso à eles. O papai e a mamãe já se preocupam com tantas coisas, agora tem a mini Eva e... Eles também convivem com os seus demônios internos, não quero colocar mais coisas minhas, problemas meus. Ambos já fazem tanto por mim, eu sei que agora é a minha vez de caminhar com as minhas próprias pernas, seguir o que eu acredito ser o certo e o errado. Eu não quero viver de tráfico, de assassinatos. Eu posso ser filha de um dito serial killer, às vezes eu brinco dizendo que quero atirar mas... Não é isso o que eu penso sobre o meu futuro. E eu tenho medo de não ser capaz de nunca sair dessa bolha por causa disso aqui. - apontei para a minha cabeça.
Daniel: Não diz isso.
Alice: Eu sempre tive exatamente tudo o que eu quis, de todas as coisas supérfluas e superficiais de criança à um apartamento de luxo só para mim. Eu não deveria reclamar por ser eu, não é justo. Você tem razão.
Daniel: Eu não falei sobre isso. O que eu quero que você entenda é que a senhorita pode sim ser somente a Alice, uma dentista de criancinhas fofas.
Alice: Eu posso?
Daniel: É claro que pode. Os seus pais, apesar de terem feito escolhas duvidosas sobre o futuro deles, estão vivendo que eles escolheram. E eu penso que seria isso o que a senhora e o senhor Mendes diriam à você, para você seguir caminhos que principalmente façam bem à isso aqui. - ele me fez rir ao apontar para a minha cabeça - É a sua vida, Lice.
Alice: Eu sei.
Daniel: E eu estou aqui para proteger você, pequena maconha. Sempre.
Alice: Para. - até deixei um tapinha contra o seu braço, esse idiota - É complicado. Mas aí eu vejo tudo o que aqueles dois já passaram e...
Daniel: Pare. O seu inferno não deixa de ser um inferno só porque eles também já vivenciaram uma dor absurda. Se dói em você, você pode sentir.
Eu tento não anular mas uma coisa que eu admiro no meu relacionamento com os meus pais é que eles nunca me esconderam sobre os seus passados. Eu sei o que a mamãe passou, sei que ela foi forte da sua forma para superar a perda das suas pernas e do meu primeiro irmão, sei o tanto que ela suportou fingindo adorar o tal Franklin, sei o quanto deve ter sido insuportável a dor quando me tiraram dos seus braços e ela ainda precisou ser forte pelo meu pai. O papai também é outro. Há mais tempo nessa vida do que a mamãe, movido por vingança, suportando tudo aquilo sozinho com os seus demônios para ser um apoio para todas as Auroras, ainda sendo perseguido e baleado em todos os locais superficiais possíveis, isso antes de acertarem aquele que voltou a bater por causa dela, de mim.
Eu não acho justo reclamar tendo como referência esses dois.
Não é justo.
"Não anule a sua dor, mocinha. Ou você quer que te eu lembre quem também suportou várias e várias coisas? Isso sendo somente uma bebezinha?" Eu não consigo.
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Alice • Terceira Temporada de PW
Fanfiction𝑨 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒆𝒒𝒖𝒆𝒏𝒄𝒆𝒔. 𝐒𝐡𝐚𝐰𝐧 𝐌𝐞𝐧𝐝𝐞𝐬 𝐟𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧. "Sequestrada, vendida, renomeada, diagnosticada com depressão crônica, crises fortes de ansiedade e pânico e quase, por muito pouco eu não sou...