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Uma batida forte na porta ecoou pela sala, interrompendo o silêncio. O ambiente, até então tranquilo, imediatamente se tornou tenso. Todos na sala ficaram alertas, observando um ao outro sem palavras. A ômega, com uma postura séria e decidida, foi a primeira a se mover. Ela não parecia nem um pouco desconfortável com a situação; ao contrário, seu comportamento indicava que estava pronta para qualquer coisa.

— Fiquem atentos. — disse ela, com uma voz grave, mas firme, que fez com que todos se mantivessem em alerta. Ela foi até a porta com passos rápidos e silenciosos.

Ela parou em frente à porta por um instante, provavelmente avaliando o que poderia estar do outro lado. Em sua mão, a arma parecia quase parte de seu corpo, sua postura era de alguém acostumado a lidar com situações assim. O ar estava denso de expectativa.

— Eu vou abrir em 1... 2... 3! — anunciou, e com uma agilidade impressionante, girou a maçaneta e abriu a porta. No mesmo movimento, ela apontou a arma para a pessoa do outro lado, sem hesitar.

O homem à sua frente não parecia surpreso. Ele era alto, com uma postura dominadora que imediatamente impunha respeito. Seu cabelo castanho estava bagunçado de uma maneira quase despreocupada, e seus olhos... seus olhos eram tão escuros quanto a noite, mas com um brilho que parecia quase predador. Era como se ele estivesse avaliando cada um na sala, e seu olhar, penetrante e intensamente focado, parecia fixar-se especialmente em mim. A sensação era desconcertante, mas ao mesmo tempo, algo em mim se agitou, como se meu lobo estivesse respondendo à sua presença.

Ele cheirava... chocolate amargo. Mas não era um cheiro doce, enjoativo. Era uma mistura de algo bom, mas inebriante, algo que fazia meu coração bater mais rápido. Eu estava completamente hipnotizado por sua presença, mas fui tirado de meus pensamentos quando ouvi a voz suave da minha mãe chamando meu nome.

— Kairo, tá me ouvindo? — ela disse, e sua voz me fez despertar daquelas sensações que pareciam me consumir. Olhei para ela, confuso e perdido no que estava acontecendo.

Com um esforço considerável, consegui gaguejar.

— O... oi, t... tô sim. Eu tava só pensando. — respondi, minha voz trêmula, tentando me recompor, mas ainda sentindo aquele olhar de Ricardo fixado em mim.

A ômega ao meu lado percebeu a tensão no ambiente e tentou quebrar o clima tenso, desviando a atenção.

— Esse é o Ricardo. Ele é o mafioso de quem falei. Ele vai nos ajudar. — explicou, gesticulando em direção a Ricardo, enquanto ele apenas observava, seus olhos ainda fixos em mim com aquela intensidade quase hipnótica.

Eu ainda estava tentando processar tudo, mas forcei um sorriso e me levantei para cumprimentá-lo, estendendo a mão.

— Ahm... olá, Ricardo. Me chamo Kairo. — falei, tentando soar confiante, mas minha voz ainda tremia um pouco. Não sabia se era por causa de Ricardo ou se era pela tensão do momento.

Quando nossas mãos se tocaram, senti algo... diferente. Não era uma simples troca de cumprimentos. Era como se a eletricidade passasse entre nós, como se nossos corpos estivessem se reconhecendo de alguma forma, algo primal que não podia ser ignorado. Senti meu lobo se agitar dentro de mim, quase como se ele tivesse sido despertado por essa conexão. E então, as palavras vieram para minha mente: "meu mate". Era estranho, quase irracional, mas ao mesmo tempo, eu sabia que aquilo fazia sentido. Ricardo era meu mate.

My Mafioso (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora