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<<<Quebra de tempo>>>

A casa estava estranhamente silenciosa. Com quase todos fora — os ômegas e alfas no shopping e os betas cuidando de negócios na empresa de Ricardo —, restavam apenas ele, Ana, Letícia e Sara.

Ricardo estava em seu escritório, concentrado em uma pilha de papéis que parecia não diminuir, enquanto Letícia digitava rapidamente no computador e Sara revisava relatórios no tablet. Na sala, Ana tentava relaxar com um livro, mas a quietude a deixava inquieta.

Foi então que a campainha soou.

— Já vai! — Ana anunciou, levantando-se apressada.

Ao abrir a porta, deparou-se com um homem que aparentava cerca de 35 anos. Pelo cheiro, ela reconheceu imediatamente que ele era um alfa. Ele a encarava de cima a baixo, e sua expressão de nojo fez o rosto da ômega endurecer.

— No que posso ajudar? — ela perguntou, o sorriso desaparecendo lentamente.

— Poderia me dizer onde Ricardo está? — o homem respondeu, sem disfarçar o desprezo em sua voz.

Ana respirou fundo, controlando a irritação.
— Ricardo? Me acompanhe.

O alfa hesitou por um momento, mas seguiu a ômega. Quando chegaram à porta do escritório, Ana bateu levemente.

— Entre! — respondeu Ricardo do outro lado.

Ana abriu a porta, revelando Ricardo sentado em sua cadeira, rodeado por papéis, enquanto Letícia e Sara continuavam concentradas em suas tarefas. O alfa, no entanto, parecia mais interessado em observar Ana do que prestar atenção ao ambiente.

— Senhor, tem um homem querendo falar com você, — Ana disse, com um toque de ironia que não passou despercebido.

Ricardo ergueu os olhos para o alfa e gesticulou para que entrasse.
— Pode entrar.

Ana saiu do escritório, deixando os dois conversarem.

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<<<Quebra de tempo>>>

Depois de um tempo, o alfa desceu as escadas em direção à sala, claramente satisfeito com sua conversa. Ana, que estava na cozinha preparando um suco, voltou para a sala no momento em que ele se aproximava da porta. Quando ela tentou segui-lo para fechar a porta, tropeçou, derramando o suco na camisa impecável do homem.

— Desculpa! — ela exclamou, segurando o riso enquanto tentava ajudar.

O alfa, no entanto, explodiu.
— Sua ômega inútil!

Ana ergueu a cabeça, sua expressão se fechando.
— Eu já pedi desculpas, alfa idiota!

— Desculpas não resolvem nada!

— E o que você quer que eu faça, então?

— Me leve até o seu quarto para eu trocar de camisa. — O tom dele era cheio de malícia.

Ana recuou, chocada.
— Vai pro inferno!

O alfa riu ironicamente.
— Nossa, ômega. Cadê o seu espírito de carnaval?

My Mafioso (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora