Capitulo 01

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Boom dia pessoal, tudo bem com vcs!? Começo de mês e claro que temos fic inédita chegando ❤️ Espero que vcs gostem e booa leitura a todos ❤️

Capitulo 01

A paisagem árida do inverno era tão deprimente para Kushina quanto haviam sido os últimos meses. Contudo, ao observar a pequena estrada de terra, seu coração se enchia de esperança e alegria. Minato estava para chegar! Era impossivel deixar de sentir uma ponta de culpa por querer revê-lo, ouvi-lo, amá-lo. Embora o temesse, sempre o amara. E fora essa paixão por Minato que a fizera querer se refugiar num casamento desastrado que terminara havia seis meses com a morte de seu marido. Essa seria a primeira vez que veria Minato depois do enterro e Kushina estava dividida entre a alegria e a vergonha.
O sofrimento dos últimos tempos a fizera emagrecer bastante, mas a perda de peso a deixara ainda mais atraente. Kushina era alta, delicada, com longos cabelos ruivos e uma pele bem alva. Os olhos também eram azuis, herança dos ancestrais franceses, e delineados por cílios longos e bem curvados. Minato sempre dizia que ela se parecia com a mulher retratada em um dos quadros que tinha na sala de visitas. Que exagero!
Minato havia estado no enterro, em Clay County, Georgia, próximo às margens do rio Chattahoochee, a meia hora de carro da casa de Kushina. Ashura fora enterrado no cemitério da igreja batista que frequentara quando criança, e, durante todo o enterro, Kushina procurara ignorar a figura alta e imponente de Minato. Ele viera a sua casa depois do enterro e Kushina se vira obrigada a fingir-se triste pela perda do marido.
Minato não poderia imaginar que sua presença era um tormento para ela, fazendo-a lembrar que seu amor por ele havia sido uma das causas da morte de Ashura. Seu ex-marido não se conformava com o fato de Kushina não ter sido boa amante e por causa disso, afundava-se na bebida. Ashura morrera num acidente de trabalho provocado pela embriaguez e Lucy não podia deixar de sentir-se um pouco culpada.
Calada, pensou nos tempos de adolescência quando seu mundo parecia girar em torno de Mark, a quem simplesmente idolatrava. Ele, porém, jamais adivinhara seus sentimentos, o que, na opinião dela, fora uma bênção. Kushina sorriu ao lembrar-se da ternura com que ele a tratava. Minato possuia um gênio difícil, era temperamental, mas, aos olhos dela, ele não tinha defeitos.

– É a primeira vez nessas últimas semanas que a vejo sorrir – comentou Mito Uzumaki, olhando, atravéz do hall, para a filha. – Você fica muito mais bonita assim, querida.
– Sei que devo estar horrível – confessou Kushina ao ir abraçar a mãe, afagando-lhe os cabelos grisalhos. – Mas você é linda e juntas formamos um par perfeito.
– Ora, não diga bobagens. Não pense que vai passar o resto da vida aqui. – Sua voz tornou-se mais suave e Mito reparou na sombra de medo que cruzou o olhar da filha. – Ouça, meu bem, já se passaram seis meses. É hora de começar a olhar para a frente. Você precisa mudar de vida, arranjar um emprego. Ashura não iria gostar de vê-la assim.

Kushina suspirou e afastou-se da mãe:

– Sim, eu sei. Mas as coisas vão se tornando mais fáceis com o passar do tempo.
– Tem razão. Perdi seu pai quando você ainda era um bebê, e acho uma pena que você e Ashura não tenham tido filhos. Isso tornaria tudo mais fácil para você, como tornou para mim.
– Foi mesmo uma pena… – Kushina mentiu.

Uma criança teria sido um desastre na vida do casal. No princípio, Ashura tinha sido um bom amigo, porém jamais fora um bom amante. Era apressado, insensível e, nos últimos tempos, bastante bruto, pois sabia que Kushina não o amava. Jamais deveria ter se casado com Ashura, e o remorso a consumia desde sua morte. Nunca sentira prazer ou desejo nos braços do ex-marido, e durante os últimos meses de casamento, quando sua vida se transformara num inferno, chegara a se julgar incapaz de amar. Prometera a Ashura que procuraria um terapeuta, mas não chegara a fazê-lo. Sua infância tinha sido feliz e não lhe deixara qualquer tipo de problemas emocionais. Na verdade, não aceitava a proximidade física de Ashura porque pertencia de corpo e alma a outro homem; um homem que sempre a considerara a melhor amiga de sua irmã. Nada além disso. Em que um terapeuta poderia tê-la ajudado?
As dificuldades financeiras sempre foram outro problema. Quando bebia, Ashura gastava demais e toda vez que ela falava em procurar um emprego para ajudar nas despesas, criava uma discussão. Por fim, Kushina desistira de tentar ajudar e se conformara com a pobreza. Os meses se transformaram em anos e Kushina foi se retraindo cada vez mais, evitando o contato com outras pessoas. Principalmente Minato. Ashura a vira conversando com ele certa vez na casa de sua mãe e criara um verdadeiro escândalo. Aquela tinha sido a primeira surra que ele lhe dera, recordou estremecendo.
Faltando um mês para o vigésimo quarto aniversário de Kushina, Ashura fora atingido pela queda de um equipamento pesado onde trabalhava. Os colegas disseram que havia sido apenas um acidente de trabalho, mas Kushina não se deixara enganar. Sabia que ele tinha ido bêbado ao serviço e se atrapalhara ao lidar com o equipamento. Ainda naquela manhã do dia em que morrera, voltara a agredi-la, acusando-a de amar outro homem e ter destruído a vida dele. Aquelas palavras não lhe saíam do pensamento.

Uma noite em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora