Capítulo 5 - Um Projeto de Fuga

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O Lobisomem e a Fada
Capítulo 5: Um Projeto de Fuga
Contagem de Palavras: 756 Palavras

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Nico e Mary correram para dentro da floresta. A noite logo caiu e eles puderam ouvir uivos à distância. O lobisomem quis apertar o passo, mas chegou um momento em que ele estava praticamente arrastando a fada.

- Você não pode andar mais rápido? - Perguntou Nico

- Estou cansada - Reclamou Mary

- Cansada? - Surpreendeu-se o lobisomem - Dormimos por, no mínimo, três horas

- Nunca andei muito na vida, entendeu? - Perguntou a fada - Preciso parar um pouco

- Não podemos parar aqui - Disse Nico

- Não estamos longe o suficiente? - Perguntou Mary

- Longe o suficiente seria fora da floresta - Respondeu o lobisomem - Minha espécie não vai mais longe do que isso

- Então por que, em vez de atravessar toda a floresta, não cortamos caminho pela vila dos humanos? - Perguntou a fada

- Já te falei o motivo - Respondeu Nico

- Você disse que não pode ser visto, mas isso é durante o dia - Disse Mary - Os humanos dormem à noite, não dormem?

- Acredito que sim, mas ainda é arriscado - Disse o lobisomem - Tem casas de humanos por todos os lados, então não é possível arriscar que ninguém nos verá

- Só precisamos tomar muito cuidado - Disse a fada

- Mesmo assim, acho muito arriscado - Disse Nico

- Por quê? - Perguntou Mary

- Porque você tem asas e tenho cara de lobo - Respondeu o lobisomem - Dá para ver de longe que não somos humanos

- A única alternativa é fazer uma pausa - Disse a fada

- Não, a única alternativa é essa - Disse Nico, pegando Mary em seus braços e voltando a correr

- N-Nico, o que está fazendo? - Perguntou a fada, surpresa - Me coloca no chão!

- Só depois que estivermos longe - Disse o lobisomem, sem diminuir a velocidade - Segure-se firme, a estrada pode ficar perigosa

Mary olhou adiante e viu que a trilha à frente estava cheia de pedras. Ela então passou os braços ao redor do pescoço de Nico e fechou os olhos.

O lobisomem correu entre as pedras, fazendo seu melhor para não se machucar, não machucar Mary e não diminuir o ritmo.

A fada sentia o vento agitar suas asas. Mesmo quando brincava de corrida com seus colegas na capital, ela nunca tinha chegado àquela velocidade.

Nico parou de correr depois de um tempo. Mary pensou que o trajeto acidentado havia acabado, então relaxou um pouco, mas não havia chegado o fim. O lobisomem apenas tinha parado para calcular a travessia por uma grande pedra. Quando retomou a corrida, Nico não contava com a possibilidade de Mary se mexer, o que aconteceu quando eles voltaram ao percurso. O lobisomem acabou pulando de mau jeito e chocou sua perna contra a pedra, fazendo com que ele e a fada caíssem na grama.

- N-Nico... - Murmurou Mary

- Você está bem? - Perguntou o lobisomem

- E-Estou, mas a sua perna... - Disse a fada, observando um ferimento que havia se formado no local da batida

- Não se importe com isso, precisamos continuar - Disse Nico, voltando a pegar a fada no colo para recomeçar a correr, embora estivesse mancando um pouco

Quando os dois chegaram ao fim da floresta, as estrelas já estavam começando a desaparecer do céu, dando início ao novo dia.

- Conseguimos - Disse o lobisomem

- Você correu mesmo com a perna machucada - Observou Mary

- Não se preocupe, sou forte - Disse Nico

Nesse momento então o primeiro raio de sol da manhã atravessou por entre as montanhas e atingiu a nuca do lobisomem, fazendo-o cair no chão, atordoado.

...

Quando Nico recobrou a consciência, percebeu que estava em uma caverna. A princípio ele imaginou que estivesse em algum lugar de seu povoado e que os eventos do último dia não se passariam de um sonho estranho. Podia ser que aquele era realmente o raiar do dia do aniversário do reino e ele poderia observar as festividades sem se preocupar com mais nada.

No entanto, ficou claro que nada havia sido um sonho quando ele viu Mary sentada próxima a ele.

- O que aconteceu? - Perguntou o lobisomem

- Você desmaiou - Respondeu a fada - Tive que te arrastar até essa fenda na montanha. De nada

- Melhor ficarmos aqui por um tempo, para descansarmos - Disse Nico

- Boa ideia - Disse Mary

Nesse momento então eles ouviram um alto ronco vindo da barriga do lobisomem.

- Também estou com fome - Disse Mary - Não como desde que jantei no castelo pela última vez

- Isso faz muito tempo, não é atoa que está sem energia - Observou o lobisomem, surpreso, enquanto se levantava - Fique aqui, eu já volto

- Onde você vai? - Perguntou a fada

- Vou procurar comida - Respondeu Nico, pegando seu chapéu que Mary havia deixado sobre uma pedra

E então ele saiu da caverna.

O Lobisomem e a FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora