Capítulo 7 - Fortes Emoções

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O Lobisomem e a Fada
Capítulo 7: Fortes Emoções
Contagem de Palavras: 996 Palavras

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Com o cair da noite, Nico apagou a fogueira e os dois se prepararam para seguir viagem.

- Precisamos subir essa montanha para atravessar o desfiladeiro - Disse o lobisomem, checando seu mapa - Tentar dar a volta seria muito perigoso

- Por quê? - Perguntou Mary

- Veja, o Rio Bravo corta o desfiladeiro e passa ao redor da segunda parte dele - Apontou Nico - A única ponte fica do outro lado, por isso precisamos escalar por aqui, passar pela ligação entre os dois lados, que fica na montanha, e descer depois

- Entendi - Disse a fada - Vamos conseguir fazer isso tudo apenas nessa noite?

- Dificilmente, mas o mapa indica várias cavernas pelo topo da montanha - Disse o lobisomem - Podemos passar o dia em alguma delas e continuar depois

- Tudo bem - Disse Mary - Então não vamos perder tempo

Depois disso os dois saíram da caverna e seguiram circundando a montanha, procurando por um lugar que fosse bom para escalar, até encontrarem uma parte onde havia várias pequenas fendas entre as rochas.

- Esse parece ser o melhor lugar - Disse Nico, olhando para cima - Droga, sou péssimo em escalar

- Não se preocupe, estou aqui com você - Disse a fada

- Ótimo, é bom não me deixar esquecer que, se eu errar, também vou te arrastar na queda - Disse o lobisomem

...

Para que subissem, Nico pediu para que Mary se segurasse ao redor de sua cintura o mais forte que conseguisse. Ele começou a escalar a montanha só depois de garantir que ela estava segura. Sua respiração se resumia em pesados suspiros que ficavam mais longos a cada metro percorrido. Seus pés quase falharam em alguns pontos, tornando a experiência ainda mais perturbadora.

Quando eles finalmente chegaram ao topo, a noite já se encontrava perto de seu fim.

- Mary, chegamos - Disse Nico - Temos que correr se ainda quisermos percorrer algum terreno hoje

No entanto, a fada havia adormecido pesadamente. Nico suspirou, frustrado. Não havia nada que ele pudesse fazer, afinal também estava cansado depois daquela terrível escalada.

O lobisomem precisou encontrar uma caverna que estivesse perto dali. A mais próxima era menor que a última, mas não havia tempo para procurar nada melhor. Acomodado, ele colocou Mary no chão e apoiou a cabeça dela em seu chapéu. Depois disso, Nico também adormeceu.

...

O lobisomem acordou algum tempo mais tarde. Sua barriga estava roncando, então ele decidiu pegar algumas das frutas que trouxera da última caverna no bolso de seu sobretudo. Quando fez isso, ele olhou para onde Mary estava dormindo e viu que a fada estava encolhida. Isso não era uma surpresa, na verdade, visto quão fria era essa caverna que ele tinha encontrado.

Para resolver isso, Nico tirou seu sobretudo e o usou para cobrir Mary, afinal ele tinha sua pelagem para se aquecer. Sua roupa não era grande coisa, mas ajudaria a protegê-la do frio.

Depois disso o lobisomem fez seu lanche e voltou a adormecer em seguida.

Poucos minutos mais tarde foi a vez de Mary acordar. Ela só havia despertado por sentir algo estranho sobre seu corpo, mas sorriu ao ver que se tratava do sobretudo de Nico. Depois de ver que o lobisomem dormia tranquilamente em um canto, ela também voltou a adormecer.

...

Perto do fim do dia, os dois despertaram. Depois de dividirem entre si as frutas que sobraram, eles começaram a planejar o restante da jornada.

- Se atravessarmos o desfiladeiro nessa noite, precisaremos cruzar o Rio Bravo também - Apontou Nico - O próximo abrigo é só o bosque que fica perto da capital

- Entendi - Disse Mary - Nossa viagem está chegando ao fim...

- Sim - Concordou o lobisomem, sem notar o tom entristecido na voz da fada - Logo você estará em casa

- Sim - Concordou Mary - E você?

- Vou voltar para o subterrâneo, oras - Respondeu Nico - Vai ser complicado explicar meu sumiço...

- E se você passasse algum tempo na capital? - Sugeriu a fada

- Você sabe que não é possível - Disse o lobisomem - Toda a população odeia a minha espécie

- É mesmo, foi uma ideia idiota - Disse Mary - Me desculpe. Veja, o sol já se foi, melhor não perdermos tempo

- Certo - Concordou Nico

Os dois então saíram e seguiram seu caminho pelo desfiladeiro. No final, a parte mais complicada foi descer a montanha do outro lado.

No entanto, agora ainda havia o Rio Bravo no caminho...

- Nossa...! - Exclamou Mary ao ver o fluxo de água - Faz o rio da sua floresta parecer insignificante

- Verdade - Observou Nico - Bem, segundo o mapa, a ponte deveria estar por aqui

- Ali está - Disse a fada, apontando para uma ponte de madeira que estava ali perto, uma que se parecia muito com a que Mary tentou atravessar na floresta anteriormente - E-Eu não quero atravessar isso

- Não precisa se preocupar - Disse o lobisomem, checando as cordas - Essa parece ser segura

- Não confio mais em pontes - Disse a fada

- Então vou provar para você - Disse Nico

Ele foi então até o centro da ponte e pulou um pouco sobre ela. A estrutura se manteve íntegra.

- Pode vir, ela é completamente segura - Disse o lobisomem ao atravessar o restante para o outro lado

- E se o seu peso tiver desestabilizado ela? - Perguntou Mary, assustada

- Ai meu Lobo do céu - Murmurou Nico, voltando novamente pela ponte - Viu? Inteirinha. Ela conseguiu me aguentar duas vezes

- E se agora ela tiver se desestabilizado com toda a movimentação? - Perguntou a fada

- Chega, desse jeito não sairemos daqui - Disse o lobisomem

Ele então pegou Mary em seus braços e seguiu pela ponte.

- NÃO, ESPERA! - Gritou a fada - A PONTE NÃO VAI AGUENTAR NÓS DOIS

No entanto, Nico não disse nada até que chegaram ao outro lado.

- Viu só, estamos bem - Disse o lobisomem

- Poderíamos não estar! - Exclamou Mary, irritada - E se eu tivesse caído no rio?

- Nesse caso, eu teria que salvar você de novo - Disse Nico

Esse comentário, por alguma razão, fez a fada corar.

- Você está bem? - Perguntou o lobisomem, já que nunca tinha visto um rubor antes

- Apenas vamos continuar - Disse Mary, tentando esconder o rosto vermelho - Daqui a pouco vai amanhecer

O Lobisomem e a FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora