Capítulo 9 - Cercado de Inimigos

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O Lobisomem e a Fada
Capítulo 9: Cercado de Inimigos
Contagem de Palavras: 864 Palavras

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- Comandante, posso explicar - Disse Mary rapidamente - Esse é...

- ATENÇÃO! - Cortou Dédalus

Os unicórnios bateram seus cascos no chão.

- PREPARAR! - Continuou ele

O chifre de cada unicórnio presente começou a brilhar intensamente.

- APONTAR! - Exclamou o comandante mais uma vez

Agora os unicórnios apontaram seus chifres para Nico e Mary. Nesse momento Dédalus teria dado a ordem final, se não fosse por uma fada acordada que abriu a janela de sua casa para ver o que estava acontecendo.

- É a princesa?! - Exclamou ela

- A princesa? - Perguntou um vizinho, abrindo também sua janela

- Os unicórnios resgataram a princesa! - Exclamou um terceiro intrometido

Mais e mais fadas foram se juntando rapidamente àquela plateia indesejada. Dédalus rangeu os dentes com desgosto.

- ALTO! - Exclamou ele, fazendo os unicórnios recuarem - Levem a princesa para o castelo

- O que fazemos com a fera, senhor? - Perguntou um dos unicórnios

- Deixem ele comigo - Respondeu o comandante

Dédalus apontou seu chifre para Nico e lhe lançou um raio de energia dourada.

- Esperem, não machuquem ele - Pediu Mary

No entanto, ela foi ignorada.

...

O rei estava em lágrimas quando se reencontrou com sua filha. Qualquer tentativa de Mary de dizer alguma coisa foi abafada pelo abraço de seu pai.

- Pai, preciso dizer uma coisa - Disse a jovem fada

- Depois, querida, agora preciso lidar com algo importante - Disse o rei - Teremos muito tempo para conversarmos. Tragam o prisioneiro!

Dédalus então entrou na sala do trono, acompanhado de outros dois unicórnios e trazendo Nico suspenso por uma corda mágica amarrada em seu pescoço. O lobisomem estava desacordado e havia algumas marcas em seu corpo, indicando que o comandante não fizera nenhum esforço para abaixá-lo onde o corredor fosse mais baixo.

- Qual é o relatório? - Perguntou o rei

- O prisioneiro é um lobisomem - Respondeu Dédalus - Por alguma razão essa fera estava mantendo a princesa cativa nas cavernas sob o palácio

- Pelo crime de sequestro, estou condenando a fera à morte ao amanhecer - Anunciou o rei - Até lá, ele deve ser mantido no calabouço

- O quê?! - Exclamou Mary, incrédula - Não! Pai, ele não é uma fera e nem me manteve presa. O Nico é meu amigo

- Quem é Nico? - Perguntou o rei

- Ele é o Nico! - Respondeu a jovem fada

- O lobisomem? - Perguntou o rei, confuso - Você deu um nome para isso?

- Ele já tinha um nome - Disse Mary - Foi ele quem me disse

- A criança está claramente confusa, majestade - Disse o comandante - Obviamente uma fera irracional não pode possuir um nome próprio

- Já disse que ele não é uma fera! - Exclamou a fada, irritada - Ele me ajudou e conversamos bastante. Ele é tão inteligente quanto qualquer um

- Um lobisomem inteligente? - Perguntou o rei, surpreso - Isso seria extraordinário

- Não pai, toda a espécie é assim - Disse Mary - Todas as informações que sabíamos sobre os lobisomens estão erradas

- Majestade, é possível que a princesa esteja falando a verdade - Disse Dédalus - Isso torna a questão ainda mais delicada

- Como assim? - Perguntou a jovem fada

- Explique-se comandante - Pediu o rei

- Com todo o respeito, majestade, pensei que fosse óbvio - Disse o unicórnio - Ele sequestrou a princesa e a manteve como refém. Certamente é um plano muito bem elaborado para atingi-lo através de sua filha. Os lobisomens podem estar tramando tomar o reino nesse momento, então devemos marchar sobre eles para exterminá-los antes que façam isso conosco

- Você ficou louco? - Perguntou Mary - Como ele poderia ter me sequestrado com tantos unicórnios patrulhando pela minha torre?

- Obviamente ele escalou até o seu quarto - Disse Dédalus

- Odeio escalar - Murmurou Nico, ainda desacordado

- Viram? - Perguntou Mary - Se ele odeia escalar, como poderia ter me sequestrado?

- Não há verdade nas palavras de um condenado - Disse o comandante

- Você está distorcendo as coisas! - Exclamou a jovem

- Majestade, não julgo que seja apropriado para uma princesa tão jovem acompanhar uma conversa como essa - Disse Dédalus - Além disso, claramente ela ainda está confusa

- Imagino que tenha razão - Disse o rei - Mande um de seus homens acompanhar minha filha até o quarto

- Mas pai... - Começou Mary

- Querida, conversaremos amanhã, quando esse problema tiver acabado e você estiver mais calma - Disse o rei

- Sim, senhor - Disse Dédalus - Eliot, leve a princesa

- Sim, comandante! - Exclamou um dos unicórnios

A jovem fada tentou argumentar, mas, sem alternativas, se deixou ser conduzida por Eliot até seu quarto. No entanto, isso não a impediu de pensar enquanto caminhava.

...

- Boa noite princesa - Disse Eliot quando deixou Mary em seu quarto - Amanhã esse pesadelo já terá acabado

- Foram vocês, não foram? - Perguntou a fada

- Princesa? - Perguntou Eliot, sem entender de quê se tratava

- Vocês unicórnios que tramaram tudo isso, não foi? - Perguntou ela - Por quê?

- Princesa, pelo seu bem, fique em seu quarto - Disse Eliot, fechando a porta

Mary suspirou e olhou seu quarto. Quase tudo estava como ela se lembrava (as provas forjadas de um ataque de lobisomem haviam sido revertidas), exceto por grandes barras de ferro que prendiam sua janela.

A jovem fada estava plenamente convencida do que precisava fazer para resgatar Nico. Ela então pegou sua varinha sobre a escrivaninha e a balançou sobre o ombro, curando definitivamente seus ferimentos. Em seguida, Mary tocou as grades com a ponta da varinha, fazendo-as desaparecer.

Depois disso, sem pensar duas vezes, a fada pulou pela janela.

O Lobisomem e a FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora