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— Eu disse pra não postar, Thomaz! — Digo com a mão na minha têmpora, dor de cabeça.
— Mas eu não postei. — Ele diz simples, acho que a mais nervosa era eu.
E eu não estava nervosa atoa, todos os meus relacionamentos ou possíveis relacionamentos deram errado por conta da mídia, por terem nos exposto e não termos conseguido controlar.
As redes sociais podem mudar vidas, mas também podem destruir.
— Então, o que aconteceu? — Cruzo os braços.
Ele abre o celular e rapidamente clica no instagram vendo que havia postado nos amigos próximos.
— Eu postei nos amigos próximos. — Ele diz me mostrando o celular. — Algum "amigo" deve ter vazado. Vou apagar agora. — Ele diz entre aspas.
Apagar agora não faria nenhuma diferença, todos já sabiam, e tenho certeza, que aos poucos iriam destruir.
— Ei. — Ele me chama atenção me fazendo voltar dos meus pensamentos. — A mídia não vai estragar isso, ok? — Ele coloca suas mãos em minhas bochechas as acariciando. — Eu não vou deixar.
— Obrigada. — Digo colocando minhas mãos por cima das dele. — E desculpa por der duvidado de você.
— Tudo bem. — Ele da de ombros. — Vou te levar em casa. — Assinto.
Ele colocou uma das mãos no volante e a outra estava segurando minha mão, no caminho todo.
Sinto meu celular vibrar e logo o pego, era Glenda.
"Oi, irmã. Vi as notícias. Nossos pais vão dormir na minha casa. Pode arejar as ideias sozinha. Beijos, te amo!"
(...)
— Pronto, entregue. — Ele diz soltando minha mão e abrindo minha porta.
— Thomaz. — Chamo a atenção dele. — Quer ficar comigo em casa, meus pais e minha irmã estão fora, não quero ficar sozinha.
— C-Claro. — Ele diz e começa a corar.
Saio do carro e ele sai junto meio envergonhado, entramos no prédio e subimos pelo elevador.
— Não repara na bagunça. — Digo andando pelo corredor e abrindo a porta. — Bem-vindo.
Ele entra em meu apartamento e olha cada canto.
— Ainda tem a melhor parte. — Pego em sua mão e o levo até meu quarto. — Tcharam. — Levanto as mãos animada.
— Seu quarto, é a reflexão de você. — Ele diz dando um 360 em meu quarto. — Harry Styles? — Ele pergunta apontando para um cartaz de Harry.
— Obviamente. — Digo me sentando na cama. — Senta, menino. Não fica em pé. — Ele meio envergonhado se senta ao meu lado na cama.
— Por que você tem tanto medo de exporem o que a gente tem? — Ele pergunta meio indeciso.
— A um tempo atrás, eu estava com o Luís, você deve conhecer. Gravava no canal. — Digo relembrando.
Eu e Luís éramos muito amigos, e até um certo ponto foi realmente isso. Porém, com o passar do tempo o sentimento de amigo se tornou em algo maior.
Começamos a demonstrar isso nos vídeos e milhares de pessoas começaram a shippar, colocando uma certa pressão na gente. Achávamos que quando contássemos pro público, realmente, todo mundo iria apoiar.
E isso não aconteceu.
Num vídeo do canal da minha prima, nos aparecemos nos beijando no fundo, e boom.
Milhares de comentários de ódio.
Decidimos terminar o que mal começamos para ficarmos com nossa saúde mental intacta.
— Aparecemos num video nos beijando, e boom. — Digo com os olhos arregalados. — Todo mundo começou a falar mal. Podemos falar de outro assunto? — Pergunto e ele assente.
— Qual o seu filme favorito? — Ele pergunta curioso.
— Todos os antigos da Barbie com certeza! — Digo relembrando, tinha varios CD's.
— Então vamos ver. — Ele diz se levantando. — Vou fazer pipoca.
— Ok. — Digo lento rindo.
Em poucos segundos ele desaparece do quarto.
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