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  Desconheço o que chamam de errado, o beijo dela parece ser tão certo

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  Desconheço o que chamam de errado, o beijo dela parece ser tão certo.
Meu corpo se estremecia com o aperto dela o comprimindo, agitação pela areia, a palma quente de sua mão deslizava na minha curvatura feito água. Estávamos no encaixe de onde pousou uma estrela cadente mas as faíscas vinham de nós e eu adorava aqueles arrepios, o sabor proporcionado por Helena era carregado pela doçura, temperaturado pelo toque e tão suave quanto a sua respiração.

  Ela então, decide recuar depois de
me beijar na bochecha e se colocar ao meu lado, deitada de barriga para cima. Eu confirmo que estou tão atraída por ela que talvez não haja nenhum astro brilhando no céu, todos devem estar em mim. Não consigo assimilar a reviravolta, ao menos importo com o meu cabelo bagunçado e sujo de areia porquê nesse lado a maré está subindo na escuridão, o quieto ao mesmo tempo era precioso. Contudo, virei minha atenção para Helena que olhava o céu presa em seus pensamentos. Deslizo para perto dela e beijo o seu ombro, seguindo o ato de acaricia-la no braço.

─ vamos nos levantar? ─ ela questionou ao se sentar.

─ queria ficar aqui com você. ─ ela estava se pondo de pé no momento em que tentei permanecer onde estávamos.

─ tudo bem, tava pensando da gente aproveitar que a praia ta quase vazia. Poxa Clara, andar ali pertinho do mar. ─ Helena novamente estendeu a mão, fechei os olhos para me forçar a resistência e não consegui.

─ você falando desse jeito... eu vou. ─ ao me ceder, seguro firme a sua mão com medo de cair mais uma vez. E ficando de pé em sua frente, percebo um sorriso florescer no rosto de Helena.

  Nunca estive tão ausente dos meus próprios problemas como agora e Helena é motivo disso. Apesar de ser a primeira vez em que realmente sinto segurança, havia uma certeza no entrelaço de nossos dedos e na palma da mão, que eu desejava não soltá-la. É inevitável que diante de sua presença minhas cercas continuem de pé, e se estão, a possibilidade de estar ao seu lado fez com que eu as cruzasse sem me ferir no arame.

  O calçadão mal havia tráfego, eram poucas as pessoas que ainda passavam por nós duas. Essas sequer perceberam que eu estava ao lado de outra mulher, em uma postura de orgulho por segurar a mão dela. Depois que passeamos e perdemos a noção do tempo, Helena decide verificar o horário em seu relógio.
Tarde da noite, prestes à dar uma hora.
  Helena e eu concordamos que aquele seria o momento perfeito para voltar.

─ Clara, eu acho melhor a gente parar por aqui. ─ Helena comentou, minha atenção permanecia na direção do carro enquanto entrava na rua em que reside.

─ sua casa fica logo ali, não tem problema.

─ eu tô falando de nós duas.

─ o quê? ─ pisei no freio de imediato com as suas palavras. ─ não, Helena.

─ pra você isso tem significado? As vezes eu me sinto como se fosse um passatempo seu.

Acabo por desligar o carro e me ajusto no banco, virando em sua direção para que possamos conversar.

─ de onde você tirou isso? Eu gosto mesmo de você.

─ Clara, você é comprometida. Sua vida é literalmente o Theo e eu vou me apegar a você, que pode querer colocar um fim nisso a qualquer momento.

─ eu sou casada há mais de vinte anos com a mesma pessoa, sei que é difícil, Helena, mas tenta me entender. Tem condições muito maiores.

─ certo, eu, vou entender o seu lado. Mas preciso que você também entenda o meu.

─ eu quero, Helena, e muito. Você não é um passatempo, é importante demais pra mim.

  Como em todos os dias, eu estava descendo o prédio para ir à academia

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  Como em todos os dias, eu estava descendo o prédio para ir à academia. Hoje o dia seria diferente porquê ontem na praia, Helena e eu tivemos o momento que parece ter sido um dos meus sonhos ao ser realizado. Mal conseguia dormir com o nome dela ecoando no meu subconsciente, e agora, caminhando em direção a academia eu posso ver o meu sorriso que logo vai se decaindo aos poucos.
  Por motivos de uma ligação com um número não identificado faz com que eu pare para atender, e a notícia acaba com todos os meus planos.

─ Theo Albuquerque Bastos, tem como ele receber visita? ─ a mulher da recepção assente, estávamos em um pronto socorro. Theo teria levado um tiro, não tenho muito conhecimento sobre o que pode ter acontecido mas saio com o papel de onde ele possa estar, para saber.

  Me surpreendo com Lumiar ao lado da cama, tão próxima à ele, os dois aos risos que a situação constrangedora em que eles percebem a minha presença, apenas serve de confirmação para o que eu vinha desconfiando. Meu marido e sua advogada tem um caso.

─ olha, eu posso voltar em outra hora. ─ digo, mantendo a firmeza na voz e sem me deixar abater. Sendo que na verdade, eu estava aliviada com o fato.

─ não Clara, que isso, a Lumiar só ta me agradecendo. ─ Theo respondeu, afastando a loira de sua frente para me encontrar com os olhos.

─ pelo o quê?

─ o Theo, ele salvou a minha vida. ─ ela prosseguiu com a fala. ─ Eu estava sendo perseguida por um cara que me tinha na mira, mas o Theo tomou a minha frente e acabou levando um tiro.

─ onde foi isso?

─ não importa Clara. Vem cá, eu acho que você veio me ver e não me interrogar sobre o que aconteceu. ─ assenti enquanto queria revirar os olhos, a maneira em que um acobertava o outro deixou com que tudo fosse claro.

  Indo até ele, notei que Lumiar o segurava no ombro. A indignação me sobe à cabeça. Como já a considerei amiga? Que tipo de amiga faz isso? De tantas mulheres ao redor, jamais me veio a ideia de que Lumiar poderia ter algo à mais com Theo. Talvez a elegância e determinação que compõem a sua postura seja apenas um disfarce para esconder a sua frieza.

─ pode ir Lumiar, como o Theo disse, eu vim pra ver ele. ─ a loira pega a sua bolsa pendurada na poltrona ao lado da cama e se levanta, eles se despedem com um meio sorriso. Sei que por trás há um sinal muito maior.

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autora: oi gente, desculpa a demora por postar e pelos possíveis erros na escrita que são resultados de um bloqueio criativo. A propósito, eu tô tentando deixar o enredo semelhante com o da novela porém, focando mais em clarena. Se vocês tiverem alguma crítica que possa ajudar no desenvolvimento, eu agradeço.

obrigada pelos comentários e estrelinhas. <3

WILDEST DREAMS - CLARENAOnde histórias criam vida. Descubra agora