Capítulo 2

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— Ah oi, Shouta, como vai? — Karen sorriu e estendeu a mão pelo meu lado, cumprimentando ele

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— Ah oi, Shouta, como vai? — Karen sorriu e estendeu a mão pelo meu lado, cumprimentando ele. — Faz tempo que não nos falamos.

— Ah sim, é verdade. — eu decidi sair da frente dos dois e pude ver ele melhor dessa vez. — Desde que... — ele hesitou e pude ver o sorriso de Karen sumir em segundos. — Esquece.

Ambos os dois ficaram em silêncio e pararam de se olhar, como se estivessem evitando algum tipo de discussão.

— Ah é, bom, eu não te apresentei mas, — Karen me puxou pelos ombros me colocando ao lado dela e de frente para ele. — Essa daqui é a Layla, minha nova colega de quarto. — ele me olhou de baixo para cima, como se estivesse me analisando.

— Ela é meio tímida mas ainda é legal. — ela disse passando o braço sobre minha nuca.

— Legal. O que estavam fazendo aqui? — ele perguntou indicando com o polegar à porta da quadra.

— Ah, sobre isso... - Karen me olhou como se estivesse pensando se contava ou não a verdade. — Eu e ela estávamos passando pelo corredor e eu por acaso vi você aqui na quadra e decidi te dar um oi. — justificou.

Eu deveria agradecer muito Karen nesse exato momento, eu quase fui pega. E pior, ele poderia facilmente me processar por perseguição ou algo do tipo, mas eu juro por tudo que não sou uma stalker.

— Ah, então agora decidiu parecer simpática. — ele respondeu com indiferença. — Tenho que ir, tenho compromisso. — ele passou direto por nós, notei que Karen ficou meio em choque, mas não comentei nada.

— Está tudo bem? - perguntei.

— Ah, sim, claro. — ela respondeu, mas parecia mentira. — Acho melhor nós irmos, a cafeteria já vai fechar. — ela deu um sorriso porém estava meio triste.

-

Estamos na fila da cafeteria nesse exato momento, Karen está me mostrando algumas fotos em seu celular da época em que ela entrou na escola, ela disse que veio do Vaticano, seus pais moram lá.

— Proximo! — o atendente grita e eu e ela somos às próximas.

— Boa tarde. — eu estava falando mas rapidamente paro ao olhar para o atendente, ele é um garoto branco e loiro, bonito por sinal. — Bom é, eu gostaria de... — em seu avental noto o seu crachá escrito, Noah, seu nome.

— Amiga? Tá tudo bem? — Karen fala apertando meu ombro com sua mão, e percebo que fiquei um tempo só encarando ele.

— Ah, me desculpe, gostaria de um cappuccino, para levar. — ele me olha e sorri, parece tão fofo, gostaria de ser amiga dele.

Estávamos saindo da cafeteria quando Karen me puxou para o canto.

— O que foi isso? — ela me pergunta, mas faço cara de desentendida. — O que aconteceu lá dentro. — explica.

— Ah, eu achei que conhecia ele. — menti.

Karen riu e percebi que definitivamente não sabia guardar segredos.

— Você é muito sonsa mesmo, vamos. — ela ri e nós duas vamos em direção à escola novamente.

-

Karen decidiu ir para o dormitório logo quando chegamos, eu disse que iria até o meu armário pegar minha bolsa, mas logo voltava.

Ja é meu primeiro dia e já consegui passar as piores vergonhas, das piores maneiras possíveis. Eu sou inacreditável.

Estou procurando o número do meu armário enquanto olho a chave que está escrito, mas ainda sim parece uma missão impossível, são diversos e parece que não acabam nunca. Mas finalmente paro ao ver que os números bateram com o da minha chave.

— Esse não é seu armário. — Escuto à mesma voz de hoje mais cedo. É o garoto do basquete.

Ele está do meu lado nesse exato momento, parece estar esperando alguma coisa, olho para ele confusa esperando que ele diga algo.

— Você é muito lerda. — ele anda em direção ao armário me obrigando a dar espaço para ele passar.

Ele pega suas chaves e destranca o armário no qual supostamente eu achava que era meu.

— Karen gosta de pessoas como você, facilmente manipuláveis. — ele diz enquanto a pega uma bolsa em seu armário — Afinal, é isso o que ela faz de melhor. — ele fecha à porta do armário e a tranca. — Manipula, mente. — ele fala com tanta convicção que me faz querer perguntar porque está me dizendo isso.

— Vocês dois eram amigos? — pergunto e ele se vira para mim, ficando à minha frente.

— Nem em 10 vidas. — ele bufa e respira fundo — Você ainda não conhece a Karen, mas acho bom ficar esperta, não vai querer saber o que houve com sua última "amiga". — ele faz o sinal de aspas com os dedos.

Não sei o que dizer, acho que nem posso. Conheci ela faz poucas horas e ele já vem me jogando essa pancada toda. Me pergunto o que ele quis dizer com, "sua última amiga." O que será que houve com ela?

Fiquei parada enquanto olhava para a chave em minhas mãos, ele não diz mais nada e continua seu caminho.

— Espera! — digo, e ele para virando metade de seu rosto para mim. — Não vai me dizer o que houve com ela? — pergunto.

— Você vai descobrir. — ele diz e passa a mão sobre seu cabelo — Mais uma coisa, seu armário é o vazio ao meu lado, o que não tem número. — eu noto que realmente havia um armário que não tinha nenhum número.

Fico um pouco constrangida, estava prestes a abrir o armário do garoto que supostamente deve me odiar.

— Obrigada, garot... quero dizer... — tento lembrar seu nome porém sem sucesso.

— Shouta. O meu nome é Shouta. — ele responde e então volta a andar.

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