Capítulo 17

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— Karen, que horas nós vamos? — pergunto enquanto seguro umas 300 sacolas de roupas e minha coluna está quase rachando no meio

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— Karen, que horas nós vamos? — pergunto enquanto seguro umas 300 sacolas de roupas e minha coluna está quase rachando no meio.

— Mas já? Acabamos de chegar. — derrubo as sacolas no chão enquanto ela mexe no celular.

— Karen. Já fazem 3 horas que estamos rodando esse shopping. — Olho para ela com os olhos arregalados e com as mãos vermelhas de tanto segurar sacolas.

— Aí, pior que é verdade. — ela observa o horário no celular — Temos que ir logo, falta 30 minutos para manicure. — ela vai na frente enquanto mexe no celular.

— Karen, sua vaca! Me espera! — pego as sacolas e corro atrás dela.

Finalmente paramos em um salão, pois Karen está fazendo as unhas e o cabelo. Estou morrendo de fome e já são 2 horas da tarde. Não comemos nem uma casquinha. Será que ela sente fome? Esse povo rico é estranho.

Enquanto mexo no celular me assusto com um barulho de vidro quebrando no chão, o que me faz olhar na direção. Logo vejo uma funcionária, ela é nova, aparenta ter minha idade, porém parece mais assustada do que todos do salão ao ver o que parece ser uma jarra quebrada no chão.

— Isso é sério? — Uma mulher que estava arrumando os cabelos no salão grita em voz alta e anda em direção à garota.

— Me perdoe, eu realmente nã... — suas palavras são cortadas rapidamente.

O som ecoa por todo o salão que agora está em total silêncio. A mulher que gritou acabou de dar um tapa na cara da própria funcionária.

— Limpe isso, agora! — a mulher grita enquanto aponta para os cacos de vidros sobre o chão.

A garota sem ao menos dizer uma palavra, apenas com a marca de mão em um lado do rosto, transparecendo vergonha, se ajoelha pegando caco por caco do chão.

— Me desculpem, pessoal! Podem continuar seus trabalhos. — automaticamente todas as funcionárias passam a trabalhar novamente, o som de secadores de cabelos, máquinas voltam a fazem barulho.

O que mais me assusta é que mesmo após essa cena totalmente humilhante, todos aqui fingirem que nada aconteceu. Continuarem a fazer suas atividades normalmente, será que é assim que é viver em classe alta? Ter tanto dinheiro e nenhuma preocupação que você esquece sua solidariedade pelos outros?

— Vou lá. — me levanto para ir quando sinto alguém pegar em minha mão.

— Não vai. — Karen segura minha mão enquanto nega com a cabeça — Ela quebrou a jarra, ela só está pagando pelo que fez.

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