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— Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. — Ela disse.

— Conta para mim? — Minjeong perguntou e Jimin assentiu. Desde sempre Minjeong a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela. Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos. Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.

— Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mais era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.

- Você... roubou? — Minjeong indagou e Jimin suspirou.

— Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria. Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar que era eu. Eu estava com raiva... Desesperada. — Jimin disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios. — Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares para cima, então comecei a fazer isso sempre.

— Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? — Minjeong disse ao ver o auto-desprezo no olhar de Jimin.

— Não, Minjeong, não é. — Amaior disse sentindo sua garganta se fechar. — Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia que valia a quantia que faltava. — Ela riu com desgosto. — Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.

— Eu sinto muito. — Minjeong disse e Jimin negou com a cabeça.

— Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todoo dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. — Ela falou com pesar. — Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.

— Jimin, não! — Minjeong disse, levando uma mão ao seu rosto. — Não pense assim, por favor. — Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma. — Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia... — Os olhos pretos da Yoo se focaram nos castanhos e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.

— Você acha? —Jimin indagou. — Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...

— Ele sabia. Tenho certeza. — Minjeong disse, se aconchegando mais nos braços de Jimin. — Eu, que te conheco há pouco, saberia, imagina seu avô que com certeza viu seu esforço por ele ao longo dos anos. — A maior suspirou e apoiou sua testa na de Minjeong, fechando os olhos ao sentir a
carícia da outra em seu rosto.

— Eu fui liberada para ir no enterro dele. — Jimin disse baixinho. — Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão... Espero que ele tenha me perdoado.

—Ele não tem do que te perdoar, amor. — Minjeong sussurrou, fazendo Jimin abrir os olhos ao ouvir Minjeong proferir aquela palavra. — Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.

— Obrigada. — Jimin disse, dando um meio sorriso. — Eu acho que quero te beijar.. — Ela sussurrou e Minjeong sorriu.

— Só acha? — Minjeong perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus
lábios. A maior sorriu abertamente.

— Eu tenho certeza de que quero te beijar. — Jimin corrigiu.

— Está esperando o quê? — Minjeong indagou e Jimin sorriu, se inclinando
para capturar os lábios macios da menor entre os seus. Minjeong suspirou entre o beijo ao sentir Jimin mordiscar seu lábio inferior e levar sua mão até sua cintura, apertando-a.

— Eu passaria o resto da vida com você assim... — Jimin falou com a voz meio abafada e Minjeong suspirou.

— Não entendo como você é a líder disso aqui... — Minjeong disse e Jimin riu.

— Quando eu te contar você não vai acreditar. — Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.

— Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? — Minjeong perguntoue retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Jimin
adentraram sua camisa e acariciaram a região.

— Sim... Não vou te esconder mais nada. — Jimin falou, sentindo Minjeong segurar sua mão, que migrava para seus seios.

— Então me conta agora, Ji... — Minjeong pediu com a voz dengosa e Jimin franziu o cenho.

— Agora? Não podemos transar rapidinho antes? — A maior perguntou e Minjeong sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.

— Eu adoraria, mas quero saber. — Minjeong falou com muito esforço e a maior negou.

— Preciso conversar com alguém antes. — Jimin disse e Minjeong franziu o cenho. — Mas juro que vou te contar.

— Não pode dizer nem uma prévia? — Minjeong perguntou mordendo o lábio
inferior e Jimin riu.

— Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. — Ela avisou e Minjeong entortou o canto dos lábios. — Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.

— Até mais que em Giselle? — Minjeong indagou confusa.

— Sim. Ela não sabe por que vim presa. Não gosto de falar disso. — Jimin informou e Minjeong assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoco de Jimin.

— Então acho que vou aceitar a proposta de transarmos... — Minjeong murmurou. — Mas nada de rapidinho não. Quero fazer amor com você por horas... — Sussurrou contra os lábios da maior.

— Fazer amor, hm? — Jimin indagou alegre e a Kim assentiu.

— Sim... Quero transar com carinho.. — Ela murmurou e Jimin sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de Minjeong.

Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de Minjeong com paixão e lentidāo, sentindo seu coração bater não só descompassado, senão feliz também.

Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.

Presa por Acaso | winrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora