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Minjeong caminhava de um lado para outro ansiosa; estava morrendo de saudades de Jimin, afinal mal tinha podido se despedir decentemente de sua namorada. Ela subiu as mangas de sua camisa branca social e ajeitou os cabelos. Será que deveria ter trocado de roupa antes de passar ali? E se Jimin não se atraísse por ela vestindo social?

Negou com a cabeça e riu para si mesma. Jimin não era esse tipo de garota, jamais se incomodaria com o tipo de roupa que ela usava. Não mesmo.

— Poderia se sentar? Está me deixando nervosa. — Nayeon disse e Minjeong a fitou, rindo baixinho.

— Desculpe, é que estou ansiosa. — Ela disse esfregando as mãos em sua calça.

— Jura? Eu não poderia dizer isso se não tivesse me avisado. — A advogada foi
irônica, fazendo Minjeong negar com a cabeça.

— Não use de sua ironia comigo. Você só está aqui para que eu não precisasse ficar nua na frente daquelas mulheres. — Nayeon riu.

— Ou seja, eu vim segurar vela. — A morena iria dizer algo, entretanto o ruído da porta se abrindo fez Minjeong virar o rosto na mesma hora.

Seu sorriso morreu quando encontrou Ningning com uma cara não tão boa.

— Por favor, não me diga que ela está com aquela frescura de que eu não deveria vir. — Minjeong pediu, vendo Ningning se aproximar.

— Desculpe, mas ela não quer te ver.

— Por quê? — Minjeong indagou confusa e Ningning riu com escárnio.

— Por quê? — Ningning perguntou irritada. — Como "por quê?" Você saiu sem mais nem menos. — Informou. — Não deu nem um tchau, a abandonou. Aquele dia ela te esperou por horas. Se atreveu até a ir à enfermaria ver se você não estava por lá. — Ningning falou, respirando fundo. — Ela te procurou por todos os lados achando que tinham aprontado algo com você e quando disseram que você foi solta e que preferiu não vê-la...

— Ôh, ôh, ôh! — Minjeong disse, erguendo as mãos na frente de seu corpo ao ouvir o tom acusatório na voz de Ning. — Primeiro que eu não sabia que eu sairia. Segundo que eu não tinha como avisá-la desde que jamais me avisaram que eu sairia e ela deveria deduzir isso. — Falou firmemente. — E terceiro que eu dei dois mil dólares para uma policial apenas para ela lhe entregar um bilhete. — Ningning se calou, a olhando surpresa. — E pelo jeito a vadia não deu a ela meu bilhete. — Deduziu, respirando fundo.

— Você não... não a deixou? — Ningning indagou, tentando comprovar que o que ouvira era real. Tudo não havia passado de um mal entendido.

— Como eu poderia? — Minjeong disse. — Eu estou aqui, não estou? — Ningning assentiu. — Eu poderia estar em qualquer lugar do mundo, desfrutando da minha liberdade, mas ao invés disso estou bem aqui, em uma prisão no meio do nada, unicamente para vê-la. — Ningning viu a
forma como os olhos de Minjeong brilharam e como a ternura invadiu seu ser.

— Oh meu Deus, você gosta mesmo dela. — Minjeong sorriu debilmente e assentiu.

— Sim, eu gosto. — Ela disse com doçura e Ningning suspirou.

— Olha, vou tentar falar com ela de novo. Ela está meio nervosa com isso de gastar um pouco do dinheiro da fiança e pode estar descontando na situação, mas...

— Fiança? — Minjeong perguntou confusa. — Que fiança?

— Droga. — Ningning murmurou. — Não é nada.

— Ningning, que fiança? — Minjeong insistiu e Nayeon arqueou uma sobrancelha, mais interessada na conversa.

— Ela vai me matar. — Ning murmurou, tomando coragem antes de comprimir os lábios. — A fiança dela, Minjeong. — A morena piscou confusa.

— Jimin pode sair com fiança? — Minjeong perguntou surpresa.

— Você não sabia disso? — Nayeon perguntou confusa.

— É claro que não. Você sabia?

— Óbvio. Eu pedi para ser advogada dela, tive que ler seu caso.

— E por que não me disse nada? — Minjeong questionou.

— Porque eu pensei que você soubesse. — Nayeon se explicou e Minjeong fitou Ningning.

— Não entendo por que ela não me contou isso... — Minjeong disse e Ningning umedeceu os lábios.

— Olha, Minjeong, Jimin gosta mesmo de você. — Ningning começou. — Nunca a vi tão leve e feliz igual quando estão juntas. — Explicou. — Você já a perguntou se ela estava com você por dinheiro. Você acha mesmo que ela te contaria isso? — Ningning riu tristemente. — Ela jamais colocaria o sentimento dela em dúvida diante de seus olhos.

— Eu perguntei aquilo quando mal a conhecia. Quando ela não me contava nada e me protegia sem eu entender o motivo. — Minjeong se explicou. — Eu jamais pensaria isso dela.

— Fico feliz. — Ningning disse sorrindo aliviada. — Porque aquela garota te adora.

— É recíproco. — Minjeong disse ruborizando levemente. — Então... — Disse limpando a garganta. — Aquele dia você mencionou que naquele mês você tinha conseguido mais duzentos. Era dinheiro para a fiança, não era? — Ningning assentiu.

— É. Giselle e eu nos encarinhamos mesmo com ela e a queremos como madrinha de nosso casamento, então estou juntando para pagar a fiança. — Ningning disse. — O casamento será simples, porque a fiança é alta e não tenho condições, mas está convidada.

— Sabe o quê? — Minjeong disse sorrindo. — Pegue todo esse dinheiro que você guardou para a fiança da Jimin e invista em seu casamento ou lua de mel, o que preferir. — Minjeong disse animada. — Porque a fiança de Jimin estará sendo paga hoje. — Ningning arregalou os olhos incrédula, emocionada e agradecida.

— C-como? — Indagou e Minjeong riu.

— Isso mesmo que você ouviu. Só... poderia dizer a ela que você que conseguiu? — Ningning fez uma careta ao ouvir aquilo.

— Ela não vai gostar se...

— Não se preocupe. Essa não será uma daquelas situações onde a pessoa fica magoada quando descobre a verdade e etcétera. — Minjeong disse rindo. — Eu contarei a ela assim que olhar em seus olhos. Só sei que ela pode ser teimosa, então...

— Entendi. — Ningning disse sorrindo emocionada. — Obrigada. Eu realmente não sei como agradecer.

— Eu que agradeço. Saber que ela pode sair foi a melhor notícia que recebi em muito tempo. — Minjeong disse verdadeiramente. — Pode me fazer um
favor? — A outra assentiu. — Diga à Chaehyun que virei visitá-la e que no dia que ela sair eu mesma farei questão de vir buscá-la.

— Eu direi. — Ningning respondeu e Minjeong assentiu sorrindo.

— Bem, quanto é a fiança? — Minjeong indagou.

— Treze mil dólares. — Ningning disse receosa e Minjeong fez uma careta.

Jimin estava presa por tão pouco?

— Bem, então esses serão os treze mil dólares mais bem gastos da minha
vida. — Minjeong respondeu sorrindo. — Nos vemos, Ning. Agora tenho uma namorada para soltar, se me der licença.

E dito isso se retirou, fazendo Ning sorrir emocionada. Ela pôde ler no olhar determinado de Minjeong que, de fato, ela não sossegaria enquanto não tivesse Jimin em liberdade.

Presa por Acaso | winrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora