Retorno do cretino

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— Ah, é mesmo? – Disse apenas para não parecer grosseira.

— Eu não sabia que você era tão sexy... – Continuou a sussurrar contra meu pescoço e apertou meu joelho.

Aí já era demais.

Toquei sua mão por baixo da mesa e tirei-a de sobre minha perna com certa gentileza. Lipe riu. Era como se não acreditasse que estava incomodando, ao invés de flertando.

— Tá fugindo de mim, Melzinha? – Perguntou forçando uma voz sedutora.

Seus lábios tocaram meu pescoço e instintivamente o freei com meu cotovelo, empurrando-o sem nenhuma delicadeza dessa vez. Olhei para Ortega, sem entender o porquê, apenas olhei. Ele pareceu entender o que estava acontecendo ali. Temi que ele não se importasse, mas só pela maneira que me fitou, percebi que ele resolveria tudo.

— ... né, Melissa? – Ortega disse, puxando meu nome para o assunto que estava falando. – Lembra aquela vez em Santos? O iate do Breno quase tombando?

— Caralho! Mentira? – Claudinho disse assustado.

— Sim... Lembro. – Respondi com a voz trêmula, sentindo Lipe se afastar.

— E tu Lipe? Não tem nem uma história de loucura pra dividir com a galera não? Só sabe ficar pegando no pé das mina? – Ortega provocou abruptamente e meus olhos se arregalaram.

— História? Pô, irmão, história na minha vida é o que não falta. – Lipe disse calmo, espalhando-se novamente no banco e espremendo-me no pouco espaço que ainda restava. – Experiência é o que tem de sobra!

— E a hérnia no saco deve tá inflama né, tio? – Ortega zombou e todos na mesa riram. Lipe riu também e fechou as pernas, liberando um pouco de espaço para mim.

— Tu é zuero, né Pedrão? – Lipe disse com o semblante mudando. – Vamos ver se vai tá engraçadão assim até o final da festa.

— Eu tô sempre zoando, meu parça. – Ortega disse colocando o copo sobre a mesa e se inclinando sobre ela. – Agora, a questão é se você vai aguentar, né?

— Caralho, que climão é esse? – Cláudio comentou e todos ficaram um pouco eufóricos.

— Cês não perceberam? – Lipe perguntou num tom de deboche. – Maluco tá se doendo de ciúme e tá querendo me atacar gratuitamente.

— Gente... – Gabi disse sentindo o clima pesar ainda mais.

— Ah! – Ortega disse e gargalhou exageradamente. – Eu te atacando? Tu não viu nada ainda.

— Ah, lá! Tô falando pra vocês, tá se mordendo de ciuminho. – Lipe disse rindo e apontou para Ortega.

— Ciúme de quem, maluco? – Ortega perguntou rindo também debochado. – Dá mina que você tá quase implorando pra pegar?

Ortega estava irritado, eu podia ver em seus olhos.

— Gente, eu não tenho nada a ver com isso. Não me envolvam. – Eu disse me afastando ao máximo para trás.

— Eu? Implorando pra pegar? – Lipe provocou e os outros riram. – Tá me tirando, né, Ortega? Ela tá fazendo doce, todo mundo tá vendo.

— Dá licença, por favor. – Levantei-me e me movi para sair dali. Lipe apenas tirou as pernas do caminho para que eu passasse.

Ortega se levantou quase que junto a mim. Lipe tocou novamente minha cintura para me guiar até sair do espaço da mesa. Ortega segurou seu pulso e o tirou bruscamente de minha cintura.

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⏰ Última atualização: May 24, 2023 ⏰

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De Férias com o Ex, MelissaOnde histórias criam vida. Descubra agora