A Ordem Paranormal - Isabela W.

Matheus Geelerd

     Tínhamos chegado na escola. Não tinha nada de diferente para acrescentar, a escola estava igual desde que eu saí dela. Porém o carro do Gonzales continuava lá. Coitado do Gonzales, eu cheguei tão perto, tão perto...se a Liz tivesse tentado tirar ele de perto do bicho antes de mim? Talvez se eu o tivesse puxado com mais força ou quem sabe, ter pedido ajuda...com certeza se eu tivesse pedido mais ajuda ou ter chamado mais alguém, eu...eu teria conseguindo. Acho que no final das contas, eu não fui boa o suficiente, o que já não é surpresa para ninguém. Eu só queria ter conseguido ajudar.

     -Quem tá com a chave do Gonzales? - perguntou Liz pegando a sua maleta.

     -Eu! Cês querem investigar o carro primeiro? - perguntou Daniel levantando a mão.

     -Se vocês conseguirem achar o contato de algum familiar do Gonzales dentro do carro...eu agradeceria, mas eu não tenho coragem de entrar nesse carro não, rapaziada. Espero que vocês entendam aí, vou ficar na porta da escola lá esperando e se vocês quiserem vou até para a sala do arquivo. - afirmou Thiago saindo do carro logo depois de mim. 

     -Era o que eu ia falar...mas eu vou com você então, vai ser mais fácil duas pessoas olhando os arquivos, do que só uma. Até porque eu acho que só uma pessoa já é o bastante para investigar o carro. - afirmei só esperando todo mundo estar pronto.

     No final das contas, só o Daniel foi investigar o carro. Eu e o Thiago ficamos esperando ele voltar com mais informações. O Daniel foi andando em nossa direção levando algumas coisa, pouco tempo depois.

     -Eaí, meu querido, cê achou alguma coisa aí, cara? - indagou o Thiago.

     -Thiago, eu encontrei...tô um pouco de coração partido, mas...eu encontrei uma foto da...possível ex-esposa dele? Se eu bem me lembro eles estavam tendo alguns problemas no relacionamento. A foto de um cachorro deles ou dele, não sei. Eu encontrei esse caderno onde ele aparentemente começou a escrever uma carta para Dorotéia, a ex ou esposa, não sei. Hm...alguns documentos, talvez aqui a gente encontre algum número de telefone que a gente possa ligar para...eu não sei, Isso é bem difícil e eu não gosto de lidar com essas situações na verdade. - afirmou Daniel meio cabisbaixo com a situação.

     -Pode passar esse caderno aqui pra mim, por favor, meu querido?

     -Okay. - respondeu Daniel entregando o caderno que estava junto com a caneta e logo depois dando um gole em seu cantil.

     -Não, tranquilo, Daniel, é...bora focar na missão, depois a gente lida com isso. - falou Thiago folheando o caderno e rapidamente o guardando no bolso - Ô rapaziada, eu e a Isa já vamos aproveitar e vamos entra na sala de arquivos ali, se quiserem deixar o dorminhoco aí, a gente deixa. Ouviu Liz?

     Quando olhei para trás notei que o Alex estava quase dormindo escorado no carro falando com a Liz algo.

     -É, eu vou contigo Thiago, cansei de supervisionar o mijão, aqui. - disse Daniel.

     De qualquer forma, fomos nós cinco, passando por baixo da faixa da entrada da escola. Já que o Alex não fez questão de ir dormir e a Liz já ia com nós três. No caminho para a sala de arquivos percebi uma coisa: a névoa não estava tão espessa quanto antes, será que a membrana tinha se fortalecido? Ou a noite que faz ela enfraquecer?

     Chegando na sala de arquivos, eu e a Liz fomos logo atrás dessa, "Lina K.". Porém, não tinha nenhuma Lina na escola de acordo com os arquivos.

     -Bom...ela deve ser de outra escola. - afirmei pegando os arquivos que eu tinha tirado do lugar e os botando onde os achei. - A gente pode procurar pelo Matheus e pelo Gustavo, não podemos?