A Ordem Paranormal - Isabela W.

Casa da Maninha e do Thiago

     Eu acordei uma 5:30 da manhã, como esperado eu não consegui dormir muito. Eu ainda estava bem cansada e meu corpo estava todo dolorido. A medida que eu estava acordando. Uma sensação amarga dominou no meu peito. Era muito difícil de descrever, eu não sabia dizer o que era. Depois, eu comecei a me questionar...porque eu abandonei todo mundo lá? Por que eu só saí andando deixando todos para trás? O que eu estava genuinamente pensando quando eu fiz isso? Eu achava que eu poderia só sair dali largando a mão de todo mundo por que eu não tive responsabilidade de saber lidar com as minhas emoções?! Era óbvio que aquele era um dos momentos que eu precisava estar segurando a mão da minha equipe, só que eu não estava lá. Eu fui patética! E...muito egoísta.

     Enquanto eu pensava nisso eu estava cozinhando algo para comer. Eu fiz um ovo frito e peguei um suco de laranja na geladeira. Não costumo comer muito no café da manhã. Lavei a minha louça suja e fui no banheiro me arrumar apressadamente para ir na casa da Liz e do Thiago, já que é a única pessoa na equipe na qual eu tenho o endereço e a chave da casa. Eu geralmente tenho uma rotina bem regrada de manhã e estava me deixando nervosa e desconfortável seguir algum planejamento fora dela por minha conta, mas eu precisava tentar me desculpar com eles logo.

     Assim que cheguei na casa deles, eu abri a porta e encontrei a Liz dormindo no sofá e o Alex acordado sentado dentro do cercado de um falecido cachorro da minha irmã. Sim, um homem de 1,90 de altura coube dentre de um cercado de cachorro.

     Não, eu também não sei como.

     -Senhor Alexsander, o que...o que aconteceu?! Por que o senhor está com um machucado aqui? - perguntei apontando para o seu machucado no peitoral.

     -Por que vocês estão fazendo isso? - perguntou ele.

     -Desculpa? Como assim? Me explica direto o que está acontecendo, por favor...

     -Por que vocês me deram um tiro? Por que eu sou um suspeito sendo que eu estou ajudando vocês o tempo todo? Por que eu estou preso dentro dessa gaiola?

     -Te deram um tiro?! O...o senhor está bem agora?! E porquê?! - respondi tentando atravessar a grade.

     -Isa...por que vocês estão fazendo isso comigo?

     -Bem, a gente está com medo. A gente não sabe o que pode acontecer, eles são só pessoas assustadas, eu pelo menos acredito que seja isso. Pessoas assustadas com...um certo poder sobre as outras, pelo menos é o que a maioria delas acreditam.

     -Medo? Medo de mim?

     -Sim! Você nos ajudou muito aqui, isso eu não tenho dúvidas. Eu genuinamente confio em você, por um nível que talvez eu não devesse. No entanto...você roubou a arma do policial, escondeu uma arma na mochila e estava ligado a todos acontecimentos da escola...eu não esperaria muita confiança da parte deles.

     -Mas eu ajudei todo mundo nessa merda até onde eu podia, só para me desculpar! E agora eu estou preso nessa gaiola e tomei um tiro de quem eu tava ajudando?!

     -São pessoas assustadas e com sanidades abaladas. Mas realmente, eu queria me desculpar pelo o que a gente está fazendo com você, acho que nem o medo justifica muito bem isso. Eles são pessoas boas, incríveis na verdade, eu juro! Eles ainda tem muito o que se provar, eles são melhores que isso e eu tenho certeza disso. Eu não posso acreditar no que eles são capazes de fazer ou até onde eles podem chegar com o senhor. Eu sinto muito Senhor Alexsander, me desculpe por não conseguir impedir. Acho que o que está acontecendo é explicado, mas não justificado. Então, se o senhor não entender o que eu quero dizer, tudo bem! E eu nunca quis te machucar ou te humilhar desse jeito, foi antiético e antiprofissional o que eu deixei acontecer. Eu te prometo que vou defende-lo de verdade agora. Me desculpa, Senhor Alexsander.