O Fim da noite

34 3 0
                                    

     -Alguém me passe a gasolina...eu não consigo ouvir nada... - afirmou Thiago incrédulo, tremendo com o ouvido sangrando, ele tentou pegar a gasolina do Alex, mas acabou tropeçando e caindo.

     Enquanto minha irmã pegava o galão de gasolina, e saiu correndo em direção o corpo no chão, eu fui atirar no bicho. Dei um tiro bem dado no meio da cabeça dele. A cada grito dele eu sentia meu corpo doer mais e mais, eu estava sendo torturada por aqueles gritos, ao ponto de escorrer lágrimas pelo meu rosto.

     -Boa sorte! - falou o Daniel correndo em direção ao bicho e atirando na boca da criatura, a criatura logo gritou de dor, o grito dela soava com um coro de milhares de vozes juntas ecoando um grito de dor enquanto saia muita fumaça daquele bicho. Estava tão agoniante que por pouco eu não me curvei e nem caí de joelhos de tanta dor.

     O Thiago passou correndo em direção ao grande livro e voltando com ele nas mãos. Enquanto isso, Minha irmã jogou a gasolina alto em direção ao corpo. Eu olhei para trás e vi o Alex em um estado na beira de enlouquecer. Ele estava soando frio, chorando mas ao mesmo tempo sua expressão facial não esboçava nada. Ele não podia lutar mais, foi um erro ter trazido ele para lá, foi um erro ter colocado um civil claramente com menos experiência do paranormal do que nós nessa situação. A única coisa que eu fiz foi sair correndo para pegar impulso e empurrar o Alex com tudo para fora da sala. O que deu muito certo pela porta ter ficado aberta e logo que ele caiu eu fechei a porta, ele estava tão paralisado que eu honestamente não pensei que ele fosse querer entrar de novo.

     Daniel atirava no bicho explodindo o braço dele e o fazendo tirar suas garras de cima do se si mesmo.

     Quando eu olhei de volta o bicho que estava com o rosto todo deformado por causa dos tiros, ele estava se moldando de volta e formou uma boca cheia de espinhos e dentes ao redor da boca toda. Enquanto Daniel lutava para não ser mordido pela criatura Thiago foi correndo com a espada. Ele cortou boa parte do bicho fazendo ele até se inclinar um pouco para trás, porém ele continuou correndo até o galão de gasolina.

     -Liz! Pega essa porra desse livro! - gritou o Thiago jogando livro para alguns metros perto da entrada onde a minha irmã estava, onde ela o pegou o livro e começou a rapidamente folheá-lo

     -Ei! Põe fogo nesse corpo aqui do lado, porque esse bicho é manifestação desse resto mortal aqui! - gritou Daniel dando um tiro no monstro que levou maior parte das costas dele.

     -Pode deixar comigo! - sem perder mais tempo eu fui até o corpo, acendi o fósforo, mas não parecia ter adiantado em nada - Não adiantou! Não é o fogo a resposta! É por isso que o incêndio não funcionou. 

     Logo depois a criatura virou para o Thiago e acertou um garrada nele, mas a armadura dele aparentou segurar. O Thiago fincou a espada no bicho e cortou metade dele em um corte bem profundo, o suficiente para fazer a criatura andar de uma forma desequilibrada.

     Enquanto a Liz estava foleando o grande livro. Eu continuei atirar na criatura e correr para cima da criatura, ficando entre o Daniel e o Thiago. Mas errando os tiros para de baixo do braço da criatura.

     A criatura parecia meio que recolher as partes de carne que estavam saindo dela, se regenerando. Então ela mordeu o Daniel ao meio fazendo ele apagar instantaneamente. O Thiago até tentou atacar o bicho com a espada mas acabou passando raspando sem nem pegar na criatura.

     -É UM RITUAL DE TROCA DE CORPO QUE DEU ERRADO. AGATHA! - mas não adiantou nada, aquela coisa ainda estava consumindo o Daniel - Merda...Puta merda. O ritual de troca de corpo já foi feito não tem nada que a gente possa fazer nessa porra!

A Ordem Paranormal - Isabela W.Onde histórias criam vida. Descubra agora