Época boa que não volta

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Visão do Akaza:

Assim que aquela reunião acabou eu, Kokushibo e Douma fomos ver se dava para alimentá-lo agora.
Nem se fosse preciso eu ia ficar pressionando o Gyokko. Ele quis a criança também, espero que ele priorize essa forma de alimentação do bebê entre suas atividades, sem contar que não devia ser tão difícil fazer o que ele disse... certo?
- E agora? - Pergunta Douma.
- Era bom alimentá-lo. - Diz Kokushibo.
- Sim, ele deve estar morrendo de fome. - Digo olhando o bebê nos braços de Kokushibo.
- Mas... ele não teria que chorar? - Pergunta Douma. - Tem uma mulher no meu templo que tem um bebê recém-nascido como esse.
- É o tal no Inozuke? - Pergunto.
Ele só falava dessa família, ele não quer matar essa família, mas é obcecada por eles.
- Isso mesmo! Você presta atenção nas coisas que eu falo, Akaza-dono!!! - Comemora Douma.
Me irrito. Como eu ia criar uma criança com ele? Ele ia crescer me ouvindo dizer: "não escute, não faça e não obedeça nada do que seu tio Douma faz e diz."
Que coisa saudável.
Kokushibo olhava o bebê hipnotizado. Ele nunca foi de falar muito e sempre se preocupou com a ordem.
Hoje ele parecia mais desligado.
- Kokushibo-dono..., o que você tanto pensa? - Diz Douma.
-... Essa criança não vai ter bons exemplos, somos todos onis... - Diz ele olhando a criança. - Será mesmo que vamos conseguir criá-lo como um bom humano-oni?
Eu e Douma nos entreolhamos.
Eu tinha pensado a mesma coisa.
- Não podemos fazer nada quanto a isso..., o máximo podemos tentar imaginar o que os Hashiras fariam.
Os dois suspiram. Eu também não gosto da ideia, mas que opção temos?
O bebê se remexe um pouquinho e ele abre os olhos, acordando.
Os olhinhos dele eram azuis..., mas acho que de todo bebê é, logo escurece.
- Wow! Que meigo! - Exclama Douma.
Realmente, era bem bonitinho.
O bebê se remexe um pouquinho e boceja.
- Aí que sono! - Digo com uma voz que não era minha.
Eu tinha mudado a voz por causa do bebê?
Douma ri de mim.
Ficou um pouco envergonhado.
- Ho..., deve estar com fome, né, Hayato? - Diz Kokushibo mudando a voz também ao mexer seu dedo aprisionado.
Eu e o Douma nos impressionamos, uma coisa era eu fazer isso, outra era o lua superior 1 fazer isso.
O bebê sorri com um sorriso banguela.
Me senti derretido por dentro.
De repente o bebê começa a procurar algo e acaba mordendo a roupa de Kokushibo.
Eu e Douma olhamos o Kokushibo, mas ele estava estranhamente preocupado.
- Acho que ele está procurando o seio da mãe. - Diz ele.
Quando o bebê percebe que não sai leite ele começa a chorar.
- Ah! Temos que conseguir leite para ele! - Diz Douma com dó.
- Realmente! Que pecado... - digo olhando o bebê chorando.
Kokushibo o embalava com cuidado.
- Akaza, veja se o Gyokko já fez aquela coisa para o bebê comer, Douma, arranje o leite que você disse que conseguiria.
Fazemos que sim e nos separamos. Isso era urgente.
Não queria ver esse bebê sofrer.

§

Eu e Douma chegamos a sala de Nakime.
- Nakime, preciso que me leve ao meu quarto. - Diz Douma.
- E eu preciso ir para o de Gyokko. - Digo.
- O mestre não mandou nada.
- Ele mandou a gente cuidar do bebê. - Digo em desespero.
- Por favor, Nakime-san!
Ela parece ceder. Em um piscar de olhos eu estava no quarto de Gyokko.
Ele se vira com medo.
- O que você quer, Akaza? Você não gosta da minha arte.
Eu não entendo arte. Já tentei, mas não tenho "cultura" o suficiente.
- O bebê está com fome, precisamos do recipiente que você nos prometeu.
O Gyokko fica surpreso.
- Aquela coisinha já está com fome?
- Já, ele não come à uma semana, vale lembrar.
Gyokko suspira.
- Eu ainda não comecei.
- Muito bem, eu espero ficar pronta.
Ele me encara.
- Você a quer agora?
- Isso.
Ele suspira. Se vira a argila que ele usa para seus vasos e começa a fazer algo.
Eu espero de verdade que seja algo útil.

§

Depois de um tempo algo em forma de cilindro que era todo colorido, tinha algum tipo de bico de seio (não quero saber do que é feito) ficou pronto.
- Funciona? - Pergunto.
- Imagino que sim. - Diz ele. - Se der algum problema me chame.
(O Gyokko fez uma mamadeira, caso sejam lerdos que nem eu... O-O)
Sai da sala com pressa, espero que o bebê esteja bem.

Criança dos luas superioresOnde histórias criam vida. Descubra agora