Dois.

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Eles estavam terminando agora de arrumar a base que haviam acabado de nomear de base guapita. Estava começando a anoitecer, as crianças dormiam pacificamente na cama no quarto ao lado, jogadas uma em cima da outra, pareciam duas pequenas pedras. q!Roier olhou para o lado, apenas para ver q! Cellbit olhar o horizonte observando o pôr do sol, transparecendo em seu rosto uma tranquilidade que o mexicano não via dias, uma cor saudável em seu rosto e um leve sorriso. E quando os olhos azuis se encontraram com os seus ele sentiu seu coração balançar contra o peito, e sua boca seca.

Céus, como ele poderia estar tão apaixonado?

— Ah, Guapito. —O brasileiro fala, sorrindo levemente antes de passar uma brisa gelada sobre si, e o mesmo segurar os seus braços por reflexo. Estava ficando frio, e mesmo que o clima na ilha era sempre assustadoramente perfeito, eles ainda estavam a uma altura consideravelmente alta o que fazia ali a temperatura ser menor do que em terra. — A quanto tempo está aí?

— Algunos minutos. —q!Roier fala, antes de tirar seu moletom vermelho, e entregar para q!Cellbit que o olha surpreso.

— Seu moletom?Não! Está frio, usa você. Eu estou bem, eu já vou entrar. —O cabeludo fala, recusando o moletom educadamente.

— No seas terco, gatita. Tienes una inmunidad demasiado débil, cualquier resfriado te enferma.
“Não seja teimoso, gatinho. Você tem imunidade baixa, qualquer vento te deixa doente.” —O outro homem diz, empurrando o moletom para q!Cellbit que respira fundo, sem saber como refutá-lo. Maldito mexicano bonito que se preoucupava demais e observava até o que não devia.

q!Cellbit sentiu-se tímido por estar se vestindo na frente de q! Roier, que dentro de si sentiu um sentimento de pertencimento pairar e dizer que seu ego não ficou nem um pouco inflado era mentira, merda, seu gatinho estava usando seu moletom, e parecia tão..era difícil descrever com palavras a forma que o moletom que era um pouco grande em q!Roier, mas em q!Cellbit parecia ficar maior pelo o mesmo ter uma estrutura corporal menos musculosa e mais lânguido do que a!Roier.

  Eles se aproximaram ficando lado a lado para terminarem de ver o sol se pôr. E depois, observam juntos as estrelas. Pairava um silêncio gostoso naquele momento, o qual os dois não queriam quebrar, queriam apenas ficar ali para sempre. Sem preocupações, apenas cuidando de suas crianças, sem pensar nos problemas ou no mundo ao redor, apenas em viverem juntos e sendo felizes.

  q!Cellbit poderia ficar ali para sempre. Sua cabeça sempre estava cheia, saindo de órbita, mas agora sua gravidade era centrada em apenas um sistema, em apenas uma pessoa:

q!Roier.

Este que a muito tempo já não olhava mais para as estrelas, e sim, para o homem ao seu lado que brilhava muito mais que o brilho de todas elas juntas e não era porque o mesmo não tomava um sol a muito tempo, brincadeiras à parte. Ele não sabia quando começou a se apaixonar, mas sabia que estava apaixonado, aquele sentimento imenso quase não podia caber em seu peito, ele não conseguia se conter quando estava perto do homem.

— A lua está linda hoje não é? —q!Cellbit fala, olhando para o céu, antes de olhar para o homem ao seu lado que não pareceu envergonhado ao ser pego observando descaradamente.

— Y las estrellas también. —O mexicano responde, seu rosto se aproximando lentamente do outro com um leve sorriso em seus lábios.

Logo, braços rodeavam pescoços alheios e q!Cellbit se encostou na parede atrás de si jogando todo o peso de seu corpo nela, puxando q!Roier consigo. Suas bocas possuíam um ritmo próprio, primeiro, um beijo casto, quase tímido, apenas testando as águas, até que quando precisaram de ar, ainda estavam perigosamente próximos, respirações misturadas e rostos vermelhos. O frio já não se fazia mais presente e parecia que a temperatura havia subido cem graus.

A troca de olhares era intensa, seus olhos estavam nublados com a paixão, desejo, carinho, luxúria e um misto de mais emoções que eles não sabiam decifrar. Ou na verdade não queriam. Apenas queriam se afundar na boca um do outro até perderem a respiração novamente, até se esquecem como era a vida antes de se beijarem, até esquecerem como era o sabor de outras bocas que beijaram desde que chegaram aquela maldita ilha e foram o que fizeram, de novo, de novo e de novo, mãos bobas puxavam e apertavam tudo o que tinha no caminho, roupas, cabelo, puxavam-se mais para perto, roupas eram levemente afastadas mas nunca retiradas, línguas aproveitavam para explorar assim que o gemido alheio saía.

Beijavam como se nunca tivessem beijado alguém.  Beijavam-se com um sentimento que beirava ao insano, beijavam-se como se fossem a última vez que teriam a oportunidade de se beijar, beijavam-se como dois apaixonados.

Eles estavam prestes a dar um passo a mais quando..

— ¿padre? —Um garotinho com cabelo negro e pequenos chifres saindo de sua cabeça aparece na porta, fazendo os dois homens se afastarem quase imediatamente no susto.

— ¡Bobby! ¿Está todo bien hijo? —O mexicano pergunta, tentando disfarçar o vermelho em seu rosto.

— Claro que soy yo. Quería saber si estás bien, escuché ruidos.. —O garoto fala, coçando seus olhinhos ainda cambaleando de sono.

— Por supuesto que lo estoy, ¿por qué estás preocupado? —O homem provoca a criança que revira os olhos e fala.

— ¡obvio que no! Si no estás en peligro, ¡no hagas ruido! —Bobby diz fechando a porta com força e voltando a dormir.

— lo siento por el.

— Está tudo bem, crianças, não? —q!Cellbit ri sem graça, e coçando seu cabelo.

E que visão dos céus…q!Roier pensa consigo mesmo.

— Bem, vamos dormir?

Sweater Weather-Guapoduo.Onde histórias criam vida. Descubra agora