Um.

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Pra quem chegar de paraquedas aqui: sugiro que leiam o último capítulo bônus especial de 100k de Vermelho Fogo, pois esse primeiro capítulo é continuação do que aconteceu lá.


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Mariah.

Sabe aquele momento em que basicamente TUDO desaba bem acima da sua cabeça? Então, é o que eu tô sentindo agorinha mesmo.

Meu pai só não me catou pelos cabelos porque minha mãe e o resto do pessoal não permitiu, senão a humilhação ia ser pior.

Pierre: Bora caralho, tu tá maluco?! — Meu tio grita e aperta o braço em volta do pescoço daquele leão enraivado que eu chamo de pai. — Resolver as parada civilizadamente.

Preto: Logo tu querendo vir com papo de civilizado? — Ele da uma risada debochada e tenta se soltar do aperto, mas sem sucesso. — Teu moleque tá comendo minha filha, porra!

Íris: Chega Matheus! — Minha mãe segura o braço do meu pai com força e pede pro tio Pierre soltar ele, que o faz sem questionar. — Ela não é mais uma criança e isso vai ser conversado entre a gente. — Ela me olha e respira fundo. — Coloca uma roupa e desce, vamos pra casa.

Decido não bater cabeça e vou até o banheiro com a escolta do Theo e começo a colocar minha roupa, olho pra ele que tá mais pálido que um papel e suspiro.

Mariah: A gente vai resolver isso, tá? — Visto meu salto e abraço seu pescoço com carinho, deixando um beijo ali. — Meu pai só tá bravo pela forma como ele me encontrou aqui.

Theo: Sei lá Mariah, teu pai é meio maluco. — Sorrio e ele retribui, mostrando aqueles dentinhos perfeitos. — Mas tu tá ligada que eu vou mover até o inferno pra ficar contigo.

Mariah: Eu sei e tô disposta a passar pelo mesmo com você. — Selo seus lábios rapidamente e foco em seus olhos. — Ainda tá de pé o papo de namoro?

Theo: Claro pô, sou homem de meia palavra não. — Ele desce as mãos até minha bunda e espalma dando um leve aperto. — Tu é minha e de mais ninguém.

Pierre: Bora aê pirralha, teu pai não tá se aguentando lá em baixo. — Antes que eu possa responder o Theo meu tio chega e eu sorrio fraco olhando para os dois. — Pode pá que quando o sangue esfriar ele vai ficar de boa.

Mariah: Eu espero. — Respiro fundo e me desvencilho dos braços do Theo indo em direção a saída do quarto. — Desculpa mesmo.

Theo: Você não tem que pedir desculpa de nada. — Ele caminha junto comigo mas o tio Pierre segura no braço dele. — Qual foi pai?

Pierre: Se tu não quer que o maluco do teu padrinho tenha um ataque do coração, fica aqui. — Ele me olha daquele jeitinho e balanço a cabeça negando.

Mariah: Tá tudo bem Theo, depois a gente se fala. — Me despeço dos dois e saio do quarto indo em direção as escadas até a sala onde todos estão lá.

Dou um abraço na tia Anna e nas gêmeas e sigo logo atrás dos meus pais até o carro, o caminho até em casa é em um silêncio insuportável e não sei se isso é bom ou ruim.

Provavelmente minha mãe amansou a fera, mas até quando?

Quinze minutos após meu pai estaciona o carro dentro da garagem e sai do veículo batendo a porta com força sem nem ao menos esperar a gente sair junto.

Mariah: Me perdoa mãe, eu sei que fiz coisa errada pelo jeito que o pai tá. — Mordo o lábio inferior e cutuco minha cutícula de nervosismo. — Mas eu não me arrependo de nada, eu deveria estar arrependida?

Íris: Claro que não, meu amor. — Minha mãe se vira para mim e sorri enquanto segura minha mão. — A gente já sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer com vocês dois, era só questão de tempo.

Mariah: Então por que o pai ficou tão nervoso?

Íris: Você sabe como ele é, tu é a única filha dele e se ele pudesse te colocava em um pedestal. — Ela da risada e eu também. — Espera a situação esfriar um pouco e depois vamos conversar com ele, mas saiba que minha aprovação você já tem. O Theo é um menino de ouro, dou graças a Deus dele não ter puxado o Pierre nesse aspecto.

Mariah: Vocês falam tanto do tio Pierre que eu custo a acreditar que ele era putão.

Íris: Aquele ali só aquietou o rabo graças a Anna, senão tava até hoje nessa vida de cachorrada. — Ela solta minha mão para abrir a porta do carro mas para no meio do caminho e me olha novamente. — Vocês usaram camisinha né? E não vem me falar que vocês não transaram porque a situação que tava aquele quarto já diz tudo.

Mariah: Ai mãe, pelo amor de Deus que conversa. — Sinto minhas bochechas ficarem quentes e provavelmente estão vermelhas, saio do carro e subo as escadas pra casa correndo ouvindo minha mãe atrás de mim.

Íris: Mariah! — Ela fala baixo enquanto entramos em casa e eu dou risada baixinho do seu desespero. — Eu tô falando sério garota, a gente vai amanhã na ginecologista pra você começar a tomar anticoncepcional! Sou muito nova pra ser vó.

Mariah: A gente usou! — Sussurro e reviro os olhos. — Que desespero cara, e sim, já ia conversar contigo sobre tomar remédio.

Íris: Tá certo, amanhã a gente vê isso. — Subo junto com ela as escadas e paro no meio do corredor, ela se vira para mim e deposita um beijo na minha testa. — Eu te amo minha menina, amanhã as coisas vão estar mais calmas.

Mariah: Eu também te amo mãe, obrigada por ficar do meu lado. — Sorrio e abraço ela com carinho. — Boa noite, até amanhã.

Sigo caminho contrário dela pelo corredor da casa pois meu quarto fica na outra ponta, abro a porta e me jogo na minha cama com a roupa que eu tava. Tô exausta, mentalmente e fisicamente.

Sinto uma leve ardência na minha região íntima e sorrio lembrando de tudo que aconteceu, e apesar da noite ter terminado de uma forma meio bagunçada, eu não me arrependo de N A D A.

Faria de novo e de novo.

Theo fez eu me sentir a mulher mais linda e desejada desse mundo, e eu quero e vou ficar com ele até quando Deus permitir.

Eu amo meu pai, mas dessa vez vou ter que passar por cima da palavra dele se caso ele não aceitar meu namoro com o Theo.

Espero do fundo do meu coração que amanhã ele acorde melhor e tudo se resolva, não quero que a gente fique em um clima ruim, até porque nossas famílias além de tudo são melhores amigas e isso não ficaria bem pra ninguém.

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