Sete.

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Theo.

Não julgo nem um pouco meu pai por estar puto comigo desse jeito, mas eu não pensaria duas vezes antes de fazer isso de novo. É meu pai, da mesma forma que ele mata e morre pela família e por mim, eu faria o mesmo.

Theo: Foi malzão mermo pai, mas eu faria de novo se acontecesse. — Olho pra ele que no mesmo instante trava o maxilar, me remexo na cama de hospital e sinto uma fisgada onde tomei a porra do tiro. — Tu mata e morre pela gente, eu também...Não me arrependo não.

Pierre: É diferente moleque! Eu sou macaco velho já, tu é só um menino ainda, nem pêlo no saco tem direito. — Dou uma risada fraca e ele me acompanha, me observando com preocupação. Ele aponta pro meu ombro e respira fundo. — Tá doendo muito?

Theo: Não. — Nego com a cabeça. — Só umas fisgadas, deve ser o remédio parando o efeito.

Pierre: Logo a enfermeira vem dar mais uma dose, mas aê, tua mãe não ia querer que eu te falasse as paradas... — Ele passa a mão na nuca e encosta o quadril na cama. — Mas eu já tenho quase 100% de certeza de quem tá por trás disso aê.

Theo: E tu vai me falar?

Pierre: Não, ainda não, só preciso da confirmação. — Ele vem até mim e me dá um beijo na testa. — Vou te poupar dessas burocracias do mundo bandido. — Sorrio e aceno com a cabeça vendo ele se afastar, segura na maçaneta da porta e se vira pra mim uma última vez. — Todo mundo tá louco pra te ver, principalmente tua mãe e a Mariah.


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Dois dias inteiros no hospital e eu finamente tive alta, não tava mais aguentando olhar pra aquela parede branca.

Coloco minha camisa preta e uma bermuda da mesma cor com a ajuda da minha mãe, infelizmente vou passar algum tempo ainda com essa tala no ombro.

Anna: Tá sentindo alguma coisa? — Ela entrega minha kenner e eu calço de forma rápida, ajeito o cabelo e olho pra ela negando. — Mesmo?

Theo: Tá de boa mãe. — Sorrio para tranquiliza-la e vejo ela torcendo a boca de forma engraçada, e sei que ela sempre faz isso quando tá bolada. — Qual foi magrela?

Anna: Tu é inconsequente igual teu pai! — Ela balança a cabeça negativamente e termina de colocar o resto das coisas na bolsa e dou risada. — Da risada ainda, o dia que eu morrer do coração por causa dessas irresponsabilidades de vocês, quero ver.

Theo: Ninguém vai morrer mãe, já te pedi perdão um milhão de vezes pô. — Ela me observa com aquele olhar maternal e me puxa pra um abraço. — Eu te amo, me perdoa..

Anna: Eu sempre vou te perdoar Theo, só não faz mais isso, por favor... — Aperto ela em um abraço mais forte e respiro fundo, detesto deixar ela nessa aflição. — Você é meu milagre Theo, não ia saber viver nesse mundo sem você.

Theo: Eu sei mãe, não vai mais acontecer. — Ela sorri fraco e dou um beijo no topo da sua cabeça, se desfaz do abraço e pega o resto das coisas para finalmente a gente sair dali.

Como sou menor de idade ainda é ela quem assina a papelada da minha alta, meu pai está ausente esses dias mas sei muito bem o motivo.
E conhecendo bem a peça sei que ele não vai sossegar até achar a pessoa por trás da invasão e de quem me deu o tiro.

Caminho com a dona Anna até o carro, enquanto ela coloca as coisas no porta malas eu já me aconchego no passageiro esperando por ela.

Anna: A gente vai passar na farmácia pra eu comprar os remédios que a doutora passou pra você tomar em casa. — Ela senta no banco do motorista e logo da partida no carro. — A contenção que teu pai mandou tá atrás da gente, se antes já era sufocante andar com esses doidos na nossa cola, imagina agora que deram um tiro no primogênito dele.

Dou risada negando com a cabeça e ela me acompanha, e realmente, mexeram com o primogênito do Pierre e chefão do Vidigal.

Tenho até pena de quando ele achar a pessoa que causou tudo isso.

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⏰ Última atualização: Jun 14 ⏰

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