Capítulo 35 - Para Tudo Há Uma Solução

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Publicado em: 30/05/2023

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Os seis jovens caminhavam para fora da Zona Proibida, duas duplas iam conversando alegremente entre si e, uma que vinha por último, permanecia em um silêncio desconfortável. Esse incomodo tinha seus fundamentos em diferentes motivos, Win estava remoendo a conversa que teve com os amigos antes das crianças despertarem como Totem e, Team estava se sentindo culpado pelo que fez com o guerreiro, então os dois se mantinham em seus eternos debates mentais. O príncipe do Vale tentava achar uma forma de se redimir com o amigo e, o das Cordilheiras pensava em como conviver com aquele sentimento dentro dele, que entrava em conflito com seus deveres reais.

- Win... Você ainda está chateado pelo que eu fiz? - Team murmurou com tristeza, não aguentando aquele completo silêncio do guerreiro.

- Não, pequeno... - Win respondeu depois de respirar fundo. - Como já te disse, eu, realmente, entendi o seu lado, apesar de não concordar com os métodos. - Ele falou por fim.

- Então... agora você perdeu a confiança em mim? - Team perguntou timidamente, sentindo um aperto em seu peito. - Desculpa por te decepcionar. - O menino do Vale pediu com toda sinceridade, ele estava farto de ser uma decepção para todos.

- Team! - Win parou segurando o braço do outro para vira-lo para si, seu coração doeu vendo os olhos da criança cheios de lágrimas. - Você nunca me decepciona! - O guerreiro falou puxando o pequeno para um abraço forte. - Você foi corajoso e, tomou a decisão de qualquer bom líder, de se sacrificar pelo seu povo... - Ele falou calmamente, enquanto esfregava as costas do menino que chorava, Win sabia o quanto o garoto estava aguentando para ser um herdeiro aceito por todo seu reino. - Mas o que você tem que saber é quê, eu me importo com você e com a sua segurança, jamais me perdoaria se algo acontecesse contigo. - O príncipe foi sincero se afastando para olhar o rosto do amigo, levantando as mãos para secar suas lágrimas. - Não vejo nenhum futuro de paz, para mim, se você não estiver aqui, compreende? - Win sussurrou encostando suas testas, aquele era o máximo que poderia entregar sem deixá-los em uma posição mais difícil.

- Eu, também, não quero que nada te aconteça! - Team murmurou, um pouco tonto com a aproximação do mais velho.

- Bom... Isso é bom! - Win sussurrou de volta, com a voz rouca, acariciando a face do menor. - Devemos ir, os outros estão aguardando... - Ele desconversou para manter a compostura, se afastando para normalizar as batidas do seu coração.

- Sim... É melhor! - Sem jeito, Team concordou e, começou a andar na frente para esconder seu rosto em brasa, mas o coração estava mais aliviado com aquela conversa.

Win riu balançando a cabeça divertido, constatando a fofura que o príncipe do Vale era e, essa característica tornava mais difícil a decisão de abrir mão daquele sentimento que se enraizava em seu coração. Ele foi logo atrás de Team e, rapidamente encontraram os outros aguardando eles na bifurcação que dava para os territórios distintos. Como todos estavam concentrados em seus próprios dilemas emocionais, não repararam nas bochechas rosadas e agitação dos recém chegados. Então, seguindo caminhos diferentes, as crianças do Vale foram direto para a choupana da grande maga, que os aguardavam com ansiedade e, os guerreiros das Cordilheiras seguiram para a caverna de seus guardiões.

Depois de dois dias de descanso, orientações com seus anciãos e, investigações internas em seus territórios, os dez jovens voltaram a se reunir na Zona Proibida. Os mais jovens das Cordilheiras estavam realmente eufóricos, eles sentiam a falta do contato diário com seus pequenos gnomos. E, apesar de estarem, igualmente, saudosos, as crianças do Vale, tinham uma pequena missão a cumprir antes de qualquer outra coisa. Com um sorriso travesso no rosto, Manaow entrou saltitante na cabana, ela trazia um embrulho que orgulhosamente colocou sobre a mesa. Os outros dois menores prendiam o riso, enquanto Ram e King pareciam constrangidos, com o que quer quê as crianças estariam aprontando.

- Teng, a vovó lhe mandou um presente. - Manaow falou em um tom jocoso, enquanto apontava orgulhosa para o embrulho.

- Oh... Que legal, ela não deveria... - Teng parecia feliz, até abrir o embrulho e, ficar completamente vermelho de constrangimento, o suficiente para fazer as três crianças desatarem a rir.

- Já amei a sua avó! - Xiao declarou com um enorme sorriso.

- Alguém pode nos explicar do que se trata? - Pruk pediu querendo entender a piada interna do povo de Vale, já que a sua frente ele apenas via um pequeno vaso com uma singela muda de uma planta.

- Essa é a planta da gestação, sua flor possui o órgão feminino e masculino (plantas monaicas ou hermafroditas), o que a possibilidade se reproduzir sozinha. - Kaojao explicou deixando os três guerreiros mais confusos.

- Nosso povo a cultiva para garantir a reprodução, no caso de alguma impossibilidade natural dos casais. - Team complementou apontando para Teng e Xiao. - Então, ela será cultivada pela energia vital dos dois e, funcionará como um útero para gestar seus frutos, ou seja, seus bebês. - O menino contou esclarecendo a função da planta.

- Vovó disse que quer muitos bisnetos! - Manaow revelou animada, deixando o primo mais constrangido.

- Então, quer dizer que se quisermos... Eu e Kaojao, podemos ter um bebê? - Sky surpreendeu a todos com tal exemplo.

- Teoricamente, sim! Mas isso não vai acontecer, intrometido! - Kaojao respondeu vermelho de vergonha.

- Oh... Não diga assim... Seria tão bonitinho nosso bebê. - Sky continuou mexendo com o menor e, no fundo está de verdade pensando na ideia. - Jao, pense bem ! - Ele fez biquinho magoado, mas foi ignorado pelo menino.

- Eu concordo! Seria muito fofo um bebê de vocês! - King entrou na zoação.

- Seu traidor! - Kaojao olhou de forma acusadora para o seu guardião. - Se quer tanto um bebê faça o seu, sei que você e Ram já estão cultivando a planta de vocês! - Ele resmungou deixando Ram e King sem jeito.

- Parece que teremos vários bebês a caminho, assim que essa guerra acabar!- Xiao piscou para Ram que acenou de volta concordando.

Enquanto ria de toda a confusão formada, Team sentiu seu rosto formigar e, quando olhou para o lado, viu Win o encarando de forma intensa com um sorriso triunfante na face. O coração de Win estava saltitante de felicidade, como um grande peso fosse retirado, seria possível dar continuação a sua linhagem. Aquela notícia fez um novo propósito crescer na alma do príncipe dos Dragões, ele conquistaria o príncipe das Fadas.



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