09. Baby, I know

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Seul, Coreia do Sul04/03/2023

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Seul, Coreia do Sul
04/03/2023

Me habituei a viver um personagem. Alguém que nunca fui. Rodeado pela pressão e cobrança, nunca pude ser quem realmente queria ser. Precisava me refugiar da realidade em que estava inserido, ir para o meu mundo utópico, onde poderia ser eu mesmo e todos me amavam por isso. Algo que jamais aconteceria na realidade.

Até eu me mudar para Seul. Abandonei aquele que não fui e deixei-me assumir a mim mesmo. Agora posso ser inteiramente eu, Park Jimin. Não tive pressa, somente esperei a oportunidade certa, afinal, nem tudo ocorre da forma que queremos, devemos somente ser pacientes e aguardar o futuro.

Pensar sobre o futuro me deixa amedrontado, por isso focaria somente no presente, pois a vida não é curta, só perdemos muito tempo a dispersando. Agora eu sei disso.

Tudo estava correndo bem, um pouco fora do normal, mas jamais ousaria reclamar. Começando pelos meus pais, estes estavam cada vez mais presentes em minha vida. Meu pai nem tanto, já minha mãe, me ligava frequentemente. Confesso adorar suas ligações, até me acostumei com elas.

Só que saber o motivo de toda a mudança, teria me deixado realmente decepcionado. Após o carro que ganhei deles, tratei de ligar para minha irmã Choa, éramos mais próximos. A questionei sobre a tal mudança e ela revelou tudo. Meu pai teria traído minha mãe, ela descobriu e ameaçou terminar o casamento "perfeito", perante a sociedade coreana.

Fiquei orgulhoso por saber de sua iniciativa de voltar contra meu pai, já este fez de tudo para que o casamento não houvesse um fim. Acabou aceitando o acordo de irem a uma terapia de casal, duas vezes por semana, para melhorarem sua relação e a relação com os filhos. Minha irmã explicou também, que ele estava tão envolvido com sua amante, que mal se importava com o paradeiro dos filhos.

Desde que não se envolvessem em polêmicas ou escândalos, meu pai não se importava. Ao contrário de como sempre me tratou, moldando cada gesto meu para me tornar sua cópia fiel. E conseguiu, até que eu fosse liberto de toda aquela vida melancólica.

Não poderia fazer nada sem a sua permissão. Amizades, namoro, festas, passeios. Tudo estava fora de cogitação. Em todos os anos em que vivi em Busan, tive somente um amigo, por um curto período de tempo. Ainda criança, lembro de brincar com ele no quintal de minha casa, o enorme espaço com gramado. Corríamos livremente e era divertido, gostaria de ter mais memórias sobre ele.

A única recordação que guardava sobre si, era ter o sonho de colorir o cabelo quando fosse mais velho. Sua cor favorita era rosa, já a minha, era azul. Atualmente, continua sendo azul. A cor sempre me chamou mais atenção, e não foi só por meu pai insistir ser a cor dos "meninos". Realmente, era minha cor favorita.

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