05. Baby, nal jeoksyeo

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Busan, Coreia do Sul22/01/2023

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Busan, Coreia do Sul
22/01/2023

Sentimentos ruins nunca vão embora. Nos distraímos e os ignoramos com bons momentos, boas risadas e com o que apreciamos fazer, mas eles sempre estão ali, impregnados em nossa alma como um fardo a ser carregado por toda a vida. Infelizmente não se pode ignorá-los, quando o motivo da maior parte deles, está bem ao seu lado.

Na extensa mesa feita por madeira maciça, na ponta sentava-se meu pai, Park Jinyoung, ao seu lado esquerdo, sentava-se minha mãe, Song Hyekyo. Ao lado direito do meu pai, estava eu, ao lado de minha mãe sentava-se minha irmã do meio, Park Choa e ao meu lado estava meu irmão mais novo, Park Minhyuk. Por não ter comparecido as festividades familiares no final do ano passado, fui literalmente obrigado a comparecer nesse.

Não que eu não gostasse de passar um tempo com a minha familia, porém após todo o ocorrido no ano anterior, precisava estar aqui, de cabeça erguida, fingindo novamente ser a pessoa que de fato eu não era e infelizmente só pude descobrir meu verdadeiro eu ao estar longe de todos eles. E como era bom, viver longe da pressão por ser o filho primogênito, o filho perfeito.

Finalmente descobri o que era se apaixonar, o que era sofrer — e como soube —, o que era ter amigos leais, o que era ir a festas, eu finalmente soube o que era viver como alguém da minha idade. Meu pai sempre restringiu tudo o que pudesse me desviar do foco de trazer honra e glória a família, infelizmente, eu era uma vergonha para si e para a família, mesmo ele não tendo o conhecimento disso e optava por manter assim.

Felizmente para os meus irmãos, Choa de 18 anos e Minhyuk de 15 anos, nosso pai esteve sempre tão obcecado em me manter no foco que se esquecia deles, assim puderam aproveitar verdadeiramente a vida, mesmo às escondidas. Eu os invejava, nunca tive coragem para tal e mesmo que tivesse, não haviam oportunidades, aliás, nem amigos eu tinha. Toda a minha vida era monitorada por ele, até mesmo os meus próximos passos.

E tudo mudou quando deixei Busan e me mudei para Seul. Me senti liberto de uma prisão, uma prisão sufocante e desequilibrada. Estar na mesa junto a eles, enquanto todos se alimentavam em silêncio, traziam a tona esses sentimentos ruins. Graças ao Seollal, o ano novo lunar coreano, onde as famílias se reuniam para trocas de presentes, uma refeição e brincadeiras tradicionais.

Minha mãe e minha irmã vestiam o tradicional hanbok, elas ficavam adoráveis com a vestimenta, embora soubesse o quanto minha irmã odiava usá-la. Éramos uma família completamente tradicional e os costumes precisavam ser seguidos.

Mesmo que não usasse nada tradicional, meu pai exigia que usássemos terno, de modo formal.

Os empregados da casa recolhiam as louças de porcelanato que descansavam sobre a mesa, após o almoço, antes de reporem com novas louças para a sobremesa. Gostaria que eles pudessem estar junto de suas famílias no dia de hoje, mas meu pai jamais permitiria dispensar seus funcionários.

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