Capítulo 6

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O dia do testemunho de Erik havia chegado, tanto ele, como Angelina estavam nervosos, claramente por motivos diferentes.

No caso de Erik, a chance de recuperar a sua liberdade após doze anos dava-lhe um frio na barriga, mas no caso de Angelina o frio na barriga, era na verdade nervosismo e ansiedade por ver o homem que lhe têm assombrado os pensamentos nos últimos dias.

Após prepararem tudo para gravar o testemunho, os guardas trazem-no para a sala. Ambos trocam um olhar, que nem mesmo eles sabiam identificar, apenas sabiam que estavam felizes por se verem novamente.

- Bom dia, Erik. - cumprimenta baixo.

- Bom dia doutora. - diz sentando-se, e apoiando os antebraços sob a mesa.

- Como eu tinha dito na última vez que nos vimos, hoje nós vamos gravar o seu depoimento. Assim vamos ter provas gravadas que vão ajudar no processo da sua libertação. Eu vou fazer perguntas, e o senhor vai relatar exata e pormenorizadamente o que aconteceu na noite do crime. - diz apontando para a câmara, ao que o loiro assente em concordância.

Após alguns minutos de preparação Angelina colocou a câmara a gravar. - Está pronto Erik? - pergunta vendo-o assentir. - Preciso que me conte tudo o que aconteceu no dia 13 de outubro de 2011. - pede.

- Bom tudo começou quando...

Flashback || (Erik P.O.V)

12 anos atrás:

Caminho pelo corredor mal iluminado sentindo o cansaço tomar conta de mim, depois de oito horas de trabalho no McDonald's tudo o que quero é descansar, mesmo sabendo que mal abrir a porta vou desejar sair a correr. Encontrar a minha mãe drogada no sofá da sala acompanhada pelo traste a quem ela chama de namorado já se havia tornado um hábito na minha vida.

Mas a abrir a porta sinto um murro no estômago. A minha mãe está pálida, espuma sai da sua boca e uma seringa suja, cheia de um líquido cor âmbar está espetada no seu braço esquerdo, amarrado com uma pequena corda verde escura.

Que merda! A minha mãe havia tido uma overdose e para não variar aquele filho da mãe não estava em casa, possivelmente andava a vadiar.

- Mãe...Mãe consegues ouvir-me!? - chamo tentando acordá-la.

Quando ela não responde, pego no telefone fixo e chamo a ambulância. Mal podia acreditar que a minha mãe foi tão burra ao ponto de se deixar levar pelas falinhas mansas de um drogado como o Tony. Aquele filho da mãe era um homem morto.

A ambulância logo chega, os enfermeiros declaram-na morta e logo a levam acertando os pormenores comigo. Mal fico sozinho agarro as minhas chaves e saiu de casa á procura daquele filho da mãe.

(...)

Caminho pelo pátio em frente ao prédio , assim que encontrar aquele cretino vou acabar com ele. Depois de que pareceu uma eternidade finalmente encontrei-o, mas não está sozinho e como não podia deixar de ser está acompanhado pelos restantes trastes do bairro.

- TONY! - grito, ao ouvir-me logo se vira para mim.

O mesmo sorri cínico abrindo os braços na minha direção. - Erik, já soube das novidades. Os meus pêsames miúdo. - diz fingindo empatia.

Por conta da minha fúria não penso duas vezes antes de o esmurrar, por conta do golpe certeiro o filho da mãe cai no chão gemendo em resposta. - Nunca mais te aproximes de mim ou sequer me dirijas a palavra porque se não eu mato-te! - digo enfurecido, virando costas em costas.

Antes de estar suficientemente longe consigo ouvir os outros trastes ameaça-lo por conta de dinheiro.

Fim do flashback: 

- Obrigado pelo relato Erik, vamos começar por examinar o corpo do seu padrasto. Temos autorização para desenterrá-lo? - pergunta, vendo-me assentir. - Só preciso que assine aqui. - diz entregando-me um papel.

Assino o papel e entrego-lhe o mesmo. - Sendo assim eu vou fazer as minhas investigações e voltamos a conversar na próxima semana. - diz começando a organizar as suas coisas para ir embora, após mais alguns minutos a mesma sai e sou conduzido de volta para a minha cela.

As Leis Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora