A Donzela e o Navegante

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Parto da praia

De ondas oscilantes

Aprecio minha princesa

Respondo em riso vacilante

Sem jeito.


O amor do navegante

Não se vai como a água salgada

De sal já basta a lágrima.


O amor daquele que navega

É paixão cega, obstinada

Prende o espírito aventureiro

Independe de independência

Fragiliza o bravo guerreiro!


Calcanhar de Aquiles...


Foi embora porque quis

Lamenta a amada

Abandonada.


A vela iça

O vento assopra

O pano estala

O peito fala.


Minha sereia

Hei de mergulhar em águas misteriosas.


Posso até ancorar no fundo do mar

E cochilar com as algas

Mas o que contigo partilho

Jamais há de sumir.


Se eu hei de naufragar

O amor há de se eternar

Dentro do baú

De meu amargo âmago.


Se eu hei de me afogar

Meu encanto

Que seja em teus cabelos

Se eu hei de sufocar

Que não seja de espanto

Seja em teu beijos

Se eu hei de me perder

Meu anjo

Será em teus contornos.


A donzela aos prantos

A admirar o sol nascente

E o homem a partir do cais

Não se sabia o que brilhava mais

Se era a estrela dourada

Ou os olhos dela na alvorada

E os pingos cristalinos

Dos rios lacrimosos

O vento levava

Como carregava

A areia

As dunas

A praia

O tempo...


E a muito contento

No arrastar de dias lentos

Eis que o oceano o trouxe de volta

O navegante aos braços da amada retorna!

Poesias para amar!Onde histórias criam vida. Descubra agora