Stenio Alencar vive uma vida pacata, preso numa existência morna que ele escolheu. Em uma noite como qualquer outra, sua rotina milimetricamente calculada é interrompida por uma mulher misteriosa. Stenio não tem ideia de quem ela é, nem de onde veio...
A/N: oi oi! Agradeço demais o feedback de vocês no capítulo 1, nunca decepcionam!!! Tenho um receio enorme de deixar essa história com um papo político chato demais, então me contem se vocês estiverem sentindo isso, porque para explicar uns tópicos, eu vou entrar num papo meio técnico nos próximos capítulos. Acabei fazendo uma salada com as histórias do meio político brasileiro para esse plot fazer sentido, aturem comigo...
Enfim, o Stenio é um pouco melancólico nessa história, ele teve uma juventude difícil coitado,mas já já ele arranja uma razão para viver.
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"A vingança é um ato de paixão. A punição é um ato de justiça. Feridas são vingadas. Crimes são punidos."
- Samuel Johnson
As noites de domingo eram sempre as mais tediosas.
Tudo bem, qualquer noite era tediosa para ele.
Ah, mas os domingos, esses tinham um toque de melancolia especial.
Domingo era a noite do pôquer. Ele até gostava de fazer umas apostas, mas só sentia prazer em jogar quando seus amigos estavam na cidade. Não tinha nenhuma intenção de se meter nas conversas fiadas dos clientes do clube.
Stenio fundou a Audere com o dinheiro da herança de seu avô. Dinheiro sujo é claro, mas ele já nasceu em meio a sujeira, não foi exatamente uma escolha.
Se pudesse ter escolhido, ele nem tinha nascido.
O fato é que Brasília é completamente morta aos domingos. A vida ativa naquele ramo, se resume a três dias na semana: terça, quarta e quinta, quando praticamente todos os deputados estavam na cidade. Nos demais dias, esses homens e mulheres do povo, voltavam-se aos seus devidos estados, para, teoricamente, se dedicarem aos gabinetes regionais.
Decidiu então, se recolher para o escritório no terceiro andar, de lá, poderia manter sua postura de homem recluso e, ao mesmo tempo, continuar observando a movimentação de seus clientes mais peculiares.
O segundo e o terceiro andar, permitiam uma visão ampla do primeiro, através de um espaço aberto no centro do salão. O terceiro andar não era aberto ao público, e seu escritório ficava bem trancado. Dentro da sala, havia uma enorme janela escura que o permitia ver tudo abaixo, mas não deixava que ninguém o visse.
Ninguém além dele e de Romero eram autorizados a entrar no ambiente. E mesmo confiando cegamente em seu fiel escudeiro, nem o mesmo tinha a chave do local, portanto, só entrava lá quando ele também estava presente.
O ambiente estava escuro, mas não se preocupou com a iluminação, acendendo somente um abajur na entrada. Gostava da escuridão, preferia não ser visto, mas se regozijava em observar os outros. O dia tinha sido longo e ele precisava de uma bebida.
