Stenio Alencar vive uma vida pacata, preso numa existência morna que ele escolheu. Em uma noite como qualquer outra, sua rotina milimetricamente calculada é interrompida por uma mulher misteriosa. Stenio não tem ideia de quem ela é, nem de onde veio...
Vamos precisar entrar em um acordo aqui. Sabemos que Brasília não tem prefeitura, já que a estrutura de comando no DF é composta de um governador e 24 deputados, mas nessa história em especifico, estaremos mergulhando nas eleições municipais (já que o ano é 2019/2020), aquelas que a gente elege um prefeito e alguns vereadores. Então eu tenho duas opções aqui e não consigo decidir qual a melhor: fingimos que Brasília tem sim um prefeito e o tetenio vai concorrer a esse cargo, ou podemos hipoteticamente transferir as eleições de governador do DF para o mesmo período de eleição das prefeituras dos demais estados e chamar o tetenio de governador, qual vocês acham que soa melhor?
Sem muitas delongas hoje, mas podem dizer que sentiram saudades, eu deixo. Brincadeiras a parte, boa leitura pra vocês!!
dissimulado
1. que ou aquele que dissimula com frequência; fingido, hipócrita, falso.
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A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue.
- Mao Tse-Tung
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Ah, o tédio! Um estado de humor formado por um conjunto de sentimentos desagradáveis, provavelmente o mais antigo companheiro que Stenio Alencar possuía na vida. O tédio é, nada mais, nada menos, que uma ausência prolongada de estímulos, sejam intelectuais ou de prazer, que é capaz de levar um indivíduo aos conceitos mais primitivos de loucura.
Há quem diga que o tédio até tem seu lado bom, mas ele discorda dessa afirmação veementemente, abriria mão de sua suposta "paz" mil vezes, se isso significasse fazer parte de algo em que ele acredita. Mas mesmo a mais excitante das missões ainda trazia momentos enfadonhos, como era o caso das reuniões ministeriais da presidência do Brasil.
Em meio ao seu plano infalível de se aproximar do seio familiar que rejeitou pela maior parte de sua vida e como filho reacolhido do Presidente, ele agora tinha um cargo qualquer na administração pública e participava das reuniões de governo. Alguma coisa inventada pelo pai, que ele não se deu o trabalho de prestar a devida atenção.
Ter a família por perto, auxiliando na tomada de decisão dos assuntos mais importantes do país, era algo que Jairo sentia necessidade de fazer, como se o velho não soubesse andar com as próprias pernas, e provavelmente não sabia mesmo. Óbvio que não era certo, a presidência de um país, qualquer que seja, não é um negócio familiar, mas na administração de Jairo Alencar, acabou se tornando.
Os ministros e a equipe que comandava os atos do Planalto mais pareciam uma corte monárquica que qualquer outra exemplificação de República que Stenio já viu. Os bajuladores só faltavam lamber o chão em que o homem louco pisa e a coisa toda se transforma em um grande circo com uma enorme facilidade.
