Capítulo 4

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Jonas

Quero conhecê-la agora,
quero amá-la agora
Eu quero fazer com que ela seja minha garota
She's Crazy but She's Mine - Alex Sparrow

Sempre gostei das manhãs de sábado. Meus pais e eu sempre as passávamos juntos, não importava o que acontecesse, as manhãs de sábado eram da família. Sempre com um café da manhã preparado por nós três, seguido de filmes de comédia bobos, jogos de tabuleiro ou só sentar no quintal e conversar sobre qualquer coisa. Quando os perdi naquele incêndio, prometi que todas as manhãs de sábado continuariam sendo da família, ainda que as panquecas e risadas tivessem sido substituídas por lembranças e nostalgia. Sendo assim, lá estava eu, assistindo pela centésima vez o filme "Sexta-Feira em Apuros" quando a campainha soou, surpreso, levantei-me e caminhei até a porta de entrada me perguntando quem poderia ser se até o momento, apenas meus tios haviam meu endereço e eles sabiam que eu sempre passava as manhãs de sábado sozinho.
— Greta? Oque está fazendo aqui? - sem ao menos me responder a garota se colocou para dentro.
— Trouxe café da manhã, - ela indicou as sacolas nas mãos - você gosta de panquecas né?! - e então se virou, procurando a cozinha pela casa.
— Achei que você soubesse que não gosto de ver ninguém nas manhãs de sábado. - tentando manter a paciência, procurava uma maneira de pedir que ela fosse embora sem parecer grosso. Vê-la colocar as sacolas na bancada e começar a as esvaziar me deixou um tanto quanto impaciente.
— Ah, eu sabia, mas já faz tantos anos, achei que não fazia mais isso, então pensei em vir tomar café da manhã com você. - ela sorria e me estendia uma caixinha de papelão com panquecas dentro. Greta era o mais perto de uma irmã que eu tinha na vida, a amava como tal e sempre passávamos um tempo juntos quando podíamos, não queria deixá-la triste, mas ainda não estava pronto para abrir mão do meu pequeno ritual.
— Sei que sua intenção era boa, Greta. Mas realmente não quero estar com ninguém agora. Podemos almoçar juntos se você quiser, mas gostaria que você fosse embora agora. - ver seu sorriso sumir e ela se encolher apertou meu coração, mas ela sabia que havia risco de isso acontecer vindo até aqui.
— Tudo bem. Me desculpa. - com rapidez ela voltou a colocar tudo nas sacolas, as agarrou e então a acompanhei até a porta. - Podemos almoçar então? Tem um restaurante novo no centro da cidade, acho que você vai gostar.
— Claro. Passo na sua casa ao meio dia para irmos.

               Greta e eu estávamos sentados em uma das mesas mais ao fundo do restaurante, já havíamos feito nossos pedidos e eu a ouvia falar sobre seu curso da faculdade quando senti minhas mãos gelarem e minha respiração ficar pesada, de imediato soube que ela estava próxima. É esquisito falar assim quando mal nos conhecíamos e havíamos trocado poucas palavras, eu sei. Mas quando você encontra sua alma gêmea, quando você encontra a pessoa que é destinada a ser sua, é assim que funciona. Eu sabia que era ela. Assim que nossos olhares se encontraram, eu não tive dúvidas, soube que a havia reencontrado de outras vidas. Meu olhar voou para a entrada do restaurante e meu peito se aqueceu quando a vi passar pela porta, outra vez acompanhada de Ivy e Joshua. Eu torci para que ele me visse e as arrastasse até nossa mesa, como isso não aconteceu, peguei meu celular e mandei uma mensagem a meu amigo.

Jonas: Vc tá me seguindo?

               Vi quando ele desbloqueou o celular e em seguida olhou em volta, poucos segundos depois ele me encontrou, acenou e voltou-se para elas, apontando com o polegar para mesa que eu dividia com Greta, que ainda falava sobre seu curso, alheia a minha distração. Meu celular vibrou no momento em que nossos pedidos foram colocados sobre a mesa, agradeci ao garçom e abri as mensagens.

Joshua: bem que vc queria um
gato como eu te seguindo 😎

Jonas: hahaha
              Ja que estão aq, sentem com a gnt

              — É trabalho?
              — O que? - desviei os olhos do aparelho para entender oque Greta queria dizer.
              — Você não tava prestando atenção no que eu tava falando. Esquece um pouco seu trabalho Jonas. - ela não parecia zangada nem chateada, até tinha um sorrisinho estampado no rosto.
               — Na verdade, estava falando com Joshua Watson. Conhece ele? Ele tá aqui, - apontei com a cabeça na direção da mesa que eles estavam - tudo bem se dividirmos a mesa com eles? Éramos amigos quando crianças - ela se virou na direção que indiquei, quando voltou-se para mim, já não havia nenhum sinal de sorriso na sua feição.
               — Duvido que eles aceitem. - meu celular voltou a vibrar.

Joshua: Acho melhor nn
                                                            Mas as meninas vão la pra casa quando sairmos daq
aparece la se quiser

               — Por que? - perguntei para a ruiva a minha frente, bloqueei o celular e o deixei de lado por um momento, interessado em saber o porque de Greta e eles, pelo que pareceu, não se darem bem.
               — Porque a de cabelos escuros sentada com ele, é Rose Donovan. - disse, alheia ao fato de que eu sabia bem quem era a garota, não só pelos nossos breves encontros, mas também porque havia investigado tudo que pude sobre os Donovans antes de vir para Coldlake. Ódio pairou sobre ela quando pronunciou o nome de Rose, eu podia entender, eu também odiava esse sobrenome, mesmo que agora não odiasse a garota que o herdará - Os Donovans não se misturam com os Higgins, você sabe. A idiota da Rose não sentaria por vontade própria em uma mesa onde eu estou. Não que me faça falta - ela desdenhou - eu jamais me juntaria a ela. Imagino que você também não vá querer estar perto da filha de Hunter Donovan. - ela me encarou, dúvida pareceu brilhar em seus olhos, desconfiada.
               — É claro. - menti. Greta não precisava saber que eu não só queria estar perto dela, como queria estar o mais perto possível.

               Levei Greta de volta até sua casa e esperei que ela fechasse a porta atrás de si antes de voltar a abrir minhas mensagens.

Jonas: mande seu endereço
               tenho umas coisas pra fazer agora, mas passo la mais tarde

               Por mais que eu quisesse ir direto até Rose, não podia esquecer o que de fato havia me trazido até Coldlake, então dirigi até a prefeitura e parei minha moto algumas esquinas antes da entrada. Fiquei ali, parado, esperando. Vinha fazendo isso a semana inteira, descobrindo os horários de Hunter Donovan. Queria saber todos os seus passos para estar sempre um a frente.
              Já passava das três da tarde quando vi seu motorista  estacionar em frente a prefeitura, liguei o motor e fiquei atento as grandes portas do prédio, o vi passar por elas poucos minutos depois e entrar em seu carro. Com cautela, mantendo sempre uma distância segura, segui o automóvel preto até o ver atravessar os grandes portões de grade da mansão que ele morava, dois seguranças guardavam a entrada. Me perguntei se oque eu buscava estaria ali dentro. Me perguntei como Hunter Donovan se sentiria quando eu tirasse dele todas as Roses de sua vida. Começaria com sua filha, Rose Donovan já era minha e logo ela saberia disso. Depois, pegaria The Rose de volta, o colar de 150 milhões de dólares que pertencia a minha família desde 1690, roubado de meu pai por Hunter a 30 anos.

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⏰ Última atualização: Dec 20, 2023 ⏰

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