INICIO- PARTE 1

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                                           Lauren

Sempre é muito difícil superar um término, independente de como ele tenha ocorrido. Mas há términos que são piores que outros, como quando você é abandonada e traída. Eu sei que soa bem dramático quando dito dessa forma, mas foi exatamente assim que aconteceu:
                                                                        

  Eu conheci uma garota no ensino médio, ela se chamava Camila e era dona da maior bunda que eu já vi, ( não foi só isso que me chamou atenção obviamente) mas além dessa grande característica, ela era um amor, tão simpática e amorosa. 

Eu fiquei muito encantada, mas na época ela tinha um namorado insuportável que não desgrudava dela em nenhum momento.

Passou um tempo, nós criamos uma conexão muito grande que até causava ciúmes nesse tal namorado, mas eu nem ligava e Camila também não. Fomos cada vez mais nos aproximando, eu passava horas na casa dela, a gente dava a desculpa de que estávamos estudando ou fazendo trabalho pros nossos pais, e ficávamos numa casinha da árvore que tinha na parte de trás da casa dela, era como se fosse o nosso mundinho sabe? Tinha mil coisas nossas lá, desde fotografias que eu tirava dela á desenhos e rabiscos que fazíamos, tudo feito por nós duas, tudo que representava a nossa amizade e a nossa conexão. Eu sempre ia nessa casinha, mesmo quando eu não estava com a Camila, era um lugar que me fazia bem e parecia mais a minha casa do que o lugar onde eu morava.

Camila sempre me apoiou em tudo que eu queria fazer, conversávamos sobre tudo, eu conseguia dizer tudo pra ela porque eu sabia que não seria julgada e eu também não a julgaria. Ela foi a primeira pessoa a saber que eu gostava de meninas, quer dizer, não que estivesse muito escondido, mas era algo que eu não tinha admitido ainda. Ela me apoiou tanto, dizia que todo o amor era válido e que eu não estava errada por amar alguém do mesmo sexo, no final é apenas amor. Nossa amizade era incrível, mas eu sempre soube que não era só isso pra mim, mesmo que eu entendesse que ela provavelmente não gostava de mulheres e que tinha um namorado, eu continuava me sentindo nervosa quando estava muito perto dela, minhas mãos tremiam, eu até gaguejava quando ela me olhava nos olhos e me sentia um boba quando achava fofo ela fazer caretas.

 Mas, como nem tudo são flores ( ainda mais pra gay apaixonada pela amiga hétero) o namoradinho dela sempre aparecia sendo um babaca, acho que ele sabia que eu sentia algo por ela e por isso tentava de alguma forma separar um pouco a gente. Me lembro de um momento em que ele tentou criar uma intriga entre nós:

     FLASHBACK ON

Escuto o sinal do intervalo tocar e dou graças a Deus, minha cabeça estava dando um nó com tanto número. Largo meu lápis na mesa e olho pra trás pra ver se encontro Camila.
Sempre íamos juntas pro pátio, era o momento em que a gente se juntava pra ver as fofocas do Twitter e pra falar sobre as novas musicas do nosso amado Justin Bieber.

Bufo ao ver que ela já tinha saído, provavelmente o babaca do Shawn já tinha arrastado ela, guardo minhas coisas na bolsa e quando estou prestes a levantar sinto uma cutucada na minha nuca, olho rapidamente pro lado e vejo Lucy me olhando com cara de tédio.

- Ta procurando a namoradinha é? -  resmunga ainda com cara de tédio, reviro os olhos e me levanto. - Ela saiu com o Shawn tem uns minutos, devem ter ido se pegar na biblioteca. - Diz com deboche enquanto guardava suas coisas.

- Obrigada pela noticia, Léo Dias. - Digo também com deboche, ela da risada e se levanta ficando ao meu lado enquanto andávamos pra fora da sala. - Eu não sei o que a Camila viu naquele branquelo, tem tantas opções melhores. - Resmungo emburrada.

MercyOnde histórias criam vida. Descubra agora