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Pete

-Hah! - Exclamo ao abrir as janelas da torre. - Huumm... É, eu acho que o Cau não tá escondido aqui fora. - Soltei um muxoxo fingindo entrar - Te peguei! - Grito ao pegar o camaleão pelo rabo e começo a rir quando ele se assusta.

- Agora tá vinte e dois pra mim! Quem chegar primeiro a quarenta e cinco ganha - Cau resmunga - Tá bem, qual é a sua sugestão? - Aponta para baixo.

- Tá, aí não tem jeito! Daqui eu não saio e nem o senhor! Para com isso, Cau... Aqui não é tão horrível assim!

Mais uma vez o dia está começando. As sete em ponto devo varrer o chão. Tudo encerar, polir pra ficar brilhando. Faço assim, e no fim sete e quinze já são. Então começo a ler um livro, dois ou três. A minha galeria eu pinto outra vez. Depois violão, tricô tentando imaginar, quando minha vida vai começar.

Vegas.

- Puxa, seria bacana ter uma vista dessa! - Falo no topo do castelo.

- VT, vamos! - Ren diz.

- Espera aí...gostei demais. Eu quero um castelo, gente! - Digo admirando a vista

- Se a gente se der bem, você compra o seu castelo, tá? - Dessa vez é Big à falar.

- Tá!

Dito isso, corremos para a entrada entre as telhas do castelo. Após estar equipamente pronto, os irmãos me descem até alcançar a coroa

- Atchim!

- Ih, é alergia?

- É... Hm? - O guarda vira - Ei, espera!

Enquanto corremos dos guardas, contente, comento:

- Conseguem me imaginar dono de um castelo? Eu consigo numa boa! A gente já viu tanta coisa e só são dez da matina. Senhores? Hoje o dia vai ser ótimo!

Pete.

- Oi! Bem-vinda ao lar, mamãe! - Falo, como todos os outros dias, assim que ela entra.

- Ah, Pete, como é que você consegue fazer isso todo dia, sem falta? Parece absolutamente exaustivo, querido!

- Ah, não é nada...

- Então não sei por que demora tanto... - Ela cantarola rindo - Oh, querido, brincadeirinha!

- Tá bem...- Dou um riso sem graça - Então, mamãe, como a senhora sabe, amanhã é um dia muito especial...

- Pete, olha no espelho. Sabe o que eu vejo aí? Vejo uma pessoa forte, segura e de uma beleza extraordinária...

- Hum...

- Olhe! E você está comigo! - Ela ri enquanto permaneço sério. - Brincadeirinha! Não leve tudo com tanta seriedade...

- Tá bem... Então mamãe, como eu dizia, amanhã é... - E mais uma vez sou interrompido.

- Pete, a mamãe está sentindo um grande cansaço... Você canta pra mim, querido? Falamos depois.

- Claro! É pra já, mamãe! - Pego o banco e a escova, faço mamãe sentar e viro de costas para ela pentear meu cabelo.

- Brilha, linda flor, teu poder venceu. Traz de volta já, o que uma vez... - Canta rápido.

- Espera, espera, espera! - Não dei tempo dela terminar e continuei cantando.

EnroladosOnde histórias criam vida. Descubra agora