My First Love

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Acordo com o sol que entrando pela janela e batendo no meu rosto. Abro os olhos com dificuldade e verifico o celular, são oito e vinte e três da manhã e já tem duas mensagens da minha amiga Bebel.

Olho pela janela e percebo que o sol já está forte apesar de ser apenas oito da manhã. Realmente o verão já chegou e hoje é o primeiro dia de férias.

Vou confessar que sou um pouco preguiçosa, por isso enrolo mais alguns minutos na cama, o meu corpo quer mais algumas horas de sono depois de passar o ano inteiro levantando as seis pra estudar, mas eu me forço a levantar porque sei que não é uma boa ideia deixar minhas amigas esperando.

Vou ao banheiro para lavar o meu rosto e escovar os dentes, isso ajudar a despertar um pouco. Depois volto para o meu quarto e visto o biquíni e um vestido de alças florido por cima, calço as minhas havaianas e junto algumas coisas que vou precisar na praia. Coloco tudo na minha mochila de crochê vermelha e desço até a cozinha.

Como de costume, encontro os meus pais já sentados à mesa tomando café. Meu pai está lendo o caderno de esportes e minha mãe está lendo as notícias do dia e comentando sobre cada uma delas para o meu pai, que finge estar escutando e só responde cada comentário com um ruído.

É, eu sei! Meus pais leem jornal de papel, daqueles que se compra em bancas de revistas. Acho que eles são as únicas pessoas no mundo que ainda fazem isso.

— Bom dia, meus coroas favoritos! — Os cumprimento animada antes de me sentar em uma das cadeiras da pequena mesa de madeira que fica na cozinha.

— Bom dia querida. — Meu pai responde me olhando por cima do jornal.

Eu mando um beijo para ele e me sirvo um copo de leite, ignorando a forma acusatória que minha mãe me olha.

— Bom dia Ise, que bom que já está pronta para sair. – Estava demorando até que minha mãe fizesse algum comentário sobre eu já estar de pé. Eu não quero discutir logo pela manhã, por isso apenas sorrio fingindo que não entendi o comentário que ela acabou de fazer, mas ela continua a falar. — Bem que você poderia ter esse mesmo empenho o resto do ano, me pouparia o trabalho de ter que te arrancar da cama para ir à escola todos os dias.

— É totalmente diferente mamãe! Primeiro porque ninguém gosta de ir pra escola e também porque eu estou indo encontrar com as meninas na praia para aproveitarmos o dia e não vai ter nenhum professor lá para nós controlar. — Explico em minha defesa.

— Não precisa fazer esse discurso tão elaborado, querida. Foi só um desabafo. — Ela responde revirando os olhos.

— Aposto que na minha idade você também adorava se divertir. – Eu falo tentando quebrar o clima ruim que acabou ficando. Minha mãe é um pouco rabugenta, mas é uma boa pessoa.

— Claro que eu gostava, eu era jovem e não tinha preocupações. Aliás, foi me divertindo na praia que eu conheci o seu pai, era um tempo maravilhoso, bem diferente de hoje em dia. – Ela responde com um olhar nostálgico.

— Não conte essas coisas pra nossa filha! Ela vai achar que pode sair por aí conhecendo garotos. — Meu pai diz dobrando o jornal e o colocando em cima da mesa. — Conhecer garotos só está permitido depois dos trinta.

— Ora Carlos, deixa de bobeira. Aos vinte e cinco já é uma boa idade. — Mamãe sorri e me encara com um olhar de provocação.

Apesar da piada engraçada, meu pai não responde e nem sorri, só permanece com aquela expressão séria de sempre. Às vezes eu realmente acredito que o desejo dele é que eu só namore aos trinta anos.