☀️ 44 🐥

20 7 33
                                    

🔊Arraste a foto para o lado e leia ouvindo a música sugerida 🎵
💜

— ISE, HORA DE ACORDAR! — Minha mãe abre a porta do meu quarto num rompante. — Já chega de ficar trancada nesse quarto, faz uma semana que você mal levanta dessa cama.

Ela continua falando enquanto puxa a minha coberta e abre a janela, mas eu continuo com os olhos fechados e sem me mexer.

— Ise, se você não levantar dessa cama, eu vou te arrancar daí a força. — Minha mãe diz irritada e não tenho escolha a não ser me virar e olhar para ela.

A conheço muito bem para saber que não é uma boa ideia ignora-la, ela sempre cumpre as ameaças que faz.

— Eu só quero descansar mais um pouco mamãe... — Minha voz sai baixa e sem força.

— A única coisa que você fez desde que chegou foi descansar. Pelo menos desça e tome café com a gente. — Minha mãe diz antes de sair do quarto.

Me forço a levantar e quando olho para o espelho, mal reconheço o meu reflexo, meus olhos estão inchados, meu rosto está pálido e tenho olheiras escuras, estou horrível, até os meus cabelos estão opacos. As minhas roupas também estão mais folgadas, devo ter emagrecido nos últimos dias.

Depois daquele dia terrível, fugi para a casa dos meus pais, porque ficou mais do que óbvio que eu preciso entender os meus sentimentos, mas desde que cheguei, tudo o que fiz foi chorar dia e noite.

Está tudo confuso na minha cabeça, só me lembro de fragmentos de tudo o que conheceu depois que corri para a casa de Jimin, foi tudo tão rápido que mal me dei conta das minhas atitudes. Apenas duas coisas daquele dia ainda estão frescas na minha mente: a necessidade quase insana de proteger Jimin e a dor dilacerante que senti quando Hobi terminou comigo.

Me sinto completamente perdida e culpada porque não consegui fazer nada certo, a única coisa que fiz foi magoar o Hobi admitindo que estou apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo e não tenho a menor ideia de como vou resolver essa confusão.

Depois de me martirizar, resolvo obedecer minha mãe porque não quero que ela volte furiosa e me role escada abaixo. Por isso tento ajeitar meus cabelos enrolando eles em um coque no alto da cabeça e visto um moletom confortável. Antes de descer olho para o meu celular em cima da mesinha e o coloco no bolso da calça, nem sei porque fiz isso já que ele está desligado, talvez seja só por hábito.

Quando desço as escadas, me sinto feliz ao ver que nada mudou por aqui, meus pais estão tomando café na velha mesa da cozinha, meu pai continua lendo jornais impressos e está com o caderno de esportes nas mãos e minha mãe está lendo as notícias do dia e comentando sobre elas mesmo sabendo que o papai não está ouvindo.

É estranho estar em casa depois de passar tanto tempo no campus, tudo parece muito nostálgico, mas é aconchegante.

— Bom dia Ise. — Papai diz me olhando por cima do jornal.

— Bom dia papai. — Respondo me sentando em uma das cadeiras.

— Que bom que saiu do quarto querida. — Minha mãe diz me servindo um copo de leite morno.

— Eu não tive muita escolha. — Respondo para lembrá-la que ela praticamente me obrigou a sair.

— Não seja dramática, eu e seu pai só estamos preocupados, você sabe disso, não é? — Ela diz colocando um prato com uma torrada enfeitada com corações feitos de geleia. Eu sempre ganhava uma dessas quando ficava doente.

— Eu sei. — Falo forçando um sorriso, de repente me sinto mal por deixar meus pais preocupados.

— Você quer conversar sobre o que aconteceu na faculdade pra fazer você voltar no meio do semestre? — Meu pai pergunta calmamente dobrando o jornal e o colocando em cima da mesa.

— Não seja bobo Carlos, você não está vendo que ela está sofrendo por amor? — Minha mãe diz revirando os olhos.

— Aquele rapaz fez algo pra você? Ele te traiu? Te magoou? Eu vou ter uma conversa com aquele moleque, quem ele acha que é pra... — Meu pai começa a tagarelar nitidamente irritado.

— Não foi nada disso. — O interrompo. — Ele não fez nada..., fui eu que estraguei tudo. — Admito sem conseguir olhar pra eles.

— Ah querida, eu sinto muito. — Minha mãe se senta de frente pra mim. — O que você fez de tão ruim? Quer nos contar?

— É um pouco complicado. — Resumo o assunto a isso porque não quero ter que contar para os meus pais que o motivo de termos terminado foi porque contei ao meu namorado que ainda gosto do meu ex.

— Minha filha, relacionamentos são complicados e é inevitável cometer alguns erros, mas o importante é ser sincera sobre os seus sentimentos e reconhecer que errou, dessa forma, tudo se resolverá. — Meu pai diz.

— Seu pai tem razão, quando cometemos algum erro e magoamos alguém que amamos, a melhor coisa a fazer é abrir o coração e dizer tudo o que está sentindo, por mais complicado ou estranho que seja. Assim você não terá arrependimentos, mesmo que a outra pessoa decida não seguir ao seu lado. — Minha mãe complementa.

— Acho que vocês tem razão. Eu vou pensar sobre isso. — Respondo e mordo um pedaço da torrada.

— Que bom que ajudamos querida. — Minha mãe diz com um sorriso e se levanta.

Não posso negar que o conselho deles foi muito bom, mas no meu caso, não tenho certeza se ser sincera me ajudará. Na verdade, a minha sinceridade fez com que Hobi me deixa-se.

— Eu e seu pai conversamos e decidimos adiar a nossa viagem. — Minha mãe comenta enquanto lava a louça.

— O que? A viagem é agora? — Pergunto assustada.

Meus pais viajam todos os anos no aniversário de casamento. Eu costumava ir com eles quando era mais nova e isso sempre me deixou um pouco chateada porque deveria ser uma comemoração só deles, mas depois que fui pra faculdade, eles finalmente marcaram uma viagem só pra eles, essa seria a primeira viagem de casal que eles iriam desde que eu nasci.

— Nosso voo é hoje a noite, mas não se preocupe com isso Ise, podemos viajar outra hora. — Meu pai responde.

— Não! Nada disso! Se vocês cancelarem a viagem por minha causa, eu vou me sentir ainda pior. — Falo indignada.

— Deixa de besteira Ise. — Minha mãe diz sem tirar os olhos da louça.

— Mamãe, estou falando sério. — Me levanto e vou até a pia para que minha mãe olhe para mim. — Não quero que vocês adiem a viagem por minha causa, eu juro que estou bem. — Falo e ela me encara com desconfiança.

— Você ficará bem mesmo? — Minha mãe pergunta.

— É claro! Eu já estou bem melhor. — Me forço a parecer animada. — Estou até me sentindo mais disposta. Estou tão bem que vou dar uma volta na praia. — Respondo indo para a porta.

— Tem certeza filha? — Ouço meu pai perguntar.

— Claro! Se divirtam muito e tirem muitas fotos pra me mostrar depois. — Respondo já saindo pela porta.

Assim que fecho a porta, paro de sorrir e olho desanimada para o moletom velho que estou vestindo. Tento ajeitar meus cabelos que eu mal penteei antes de sair do quarto, mas não a muita coisa que eu possa fazer sobre a minha aparência.

Eu não canso de me meter em confusão, onde eu deveria ir vestida assim?

💜💜💜💜💜💜☀️🐥💜💜💜💜💜💜

Obrigada por ler até aqui.

Deixe um comentário contando o que achou do capítulo e não esquece de curtir ♥️💋

Continua...

**Música: All Day ( RM)

My First LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora