Capítulo 15

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O dia seguinte demorou a chegar, eu não consegui dormir devido a visita indesejada, as informações que me foram dadas me atingiram, me deixando mais preocupada e temerosa.

Marcelo, seja lá onde estiver, deve estar tramando algo contra Elizabeth, contra mim. E como William disse, ele não deve desistir.

Mas, no momento, estou mais preocupada com Louis, que está guardando o colar a meu pedido. Não me perdoaria se o que William disse, relacionado ao dom que o colar da, afetasse Louis. Preciso pegar o colar de volta, o quanto antes.

O despertador tocou, me tirando dos pensamentos, e logo Louis chegaria para me levar até o jornal. Me levantei da cama e fiz meus hábitos de costume.

Quando Louis chegou, eu já estava pronta, do lado de fora da casa.

– Bom dia – Sempre de bom humor.

– Bom dia – Forcei um sorriso, enquanto pegava o capacete.

Acho que foi convincente. Sei que é só um sorriso, mas não consigo esconder nada dele. Está sendo difícil não poder lhe contar o que passei com lobos e vampiros, contar sobre eles, mas estou fazendo o meu melhor para mantê-lo longe disso.

Subi na moto e partimos. Como de costume, ele não acelerou muito a moto, por mim.

– Posso almoçar na sua casa hoje? Precisamos conversar – Pedi, tirando o capacete e ajeitando meu cabelo.

– Claro, é sempre bem-vinda – Ele disse alegremente. – Pode me adiantar o assunto da conversa?

– Não quero falar em público – Admiti, olhando para os lados, temendo que alguém estivesse nos ouvindo. – Até depois.

Me despeço e eu entro no prédio, torcendo para que ele não tenha me achado paranóica.

Uma manhã de trabalho normal, foi o que eu tive. Voltei aos artigos pacatos de antes. Ainda não estou pronta para nenhum artigo de muita ação. Minha antiga eu, com certeza, não teria se abalado tanto com um assalto que virou homicídio, um sequestro, e até o fato de descobrir a existência de vampiros e lobos andando por aí. Aquela droga de acidente mudou minha vida, literalmente.

Onze e meia, saí do prédio da Fihan em direção a casa de Louis, para a nossa conversa. Mas ao sair da porta do prédio, dei de cara com ele.

– O que tá fazendo aqui? – Perguntei em meio a um abraço. – Pensei que íamos almoçar na sua casa.

– Minha casa tá uma bagunça, achei melhor comermos fora, tudo bem pra você?

– Na verdade, eu queria falar com você em particular, por isso na sua casa seria melhor.

– E por que não vamos para a sua casa?

Vejamos, porque ela já foi invadida duas vezes, porque Victor vai ouvir a nossa conversa, e até William pode estar à espreita, para saber onde está o colar. Nenhum deles sabe que deixei com Louis, então não vão desconfiar dele, por isso a sua casa seria a melhor opção. Como explicar isso, sem ter que explicar todo o resto?

– Minha geladeira tá praticamente vazia, tenho que fazer compras – Menti.

Ele mordeu o lábio inferior, com um humm pensativo.

– Conheço um lugar, onde não seremos interrompidos – Ele disse sorridente. – E o melhor, é que não é longe, podemos ir a pé.

– Então indique o caminho – Digo

Ele colocou minha mão entre seu braço, de uma forma cavalheiresca, e saímos andando.

– Cadê a sua moto? – Perguntei após alguns passos, olhando a nossa volta.

Perdoe o Passado | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora