Capítulo 21

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Sinto frio.

Sinto algo sendo passado com delicadeza no meu pescoço. Algo gelado e úmido.

Devagar, abro meus olhos. Estou deitada numa cama muito confortável, a iluminação é fraca porém presente.

Vejo Victor à minha frente. Ele está sem a sua máscara.

- Oi - Sussurro com dificuldade as palavras. Eu o pego de surpresa.

Ele olha para mim e sorri, um pequeno sorriso mas é um sorriso.

- Oi - Ele diz calmamente, e então volta sua atenção para o que estava fazendo antes.

- O que aconteceu? - A minha voz arranha a minha garganta seca.

- Você foi atacada durante o baile pelo Marcelo - Victor diz sem desfocar do meu pescoço, limpando-o.

Eu seguro sua mão, fazendo-o parar de limpar o sangue no meu pescoço, obrigando-o a olhar para mim.

- Eu me refiro a depois - Engulo a saliva com dificuldade. - Era para eu estar morta agora.

Ele acaricia com o dedo a minha mão.

- Eu nunca deixarei isso acontecer - Ele pega minha mão na sua e começa a limpá-la.

- Então o que você fez? ..... Você... me transformou? - Dou um sorriso fraco.

- Não. Eu não fiz nada.

Eu levo minha outra mão até meu pescoço. Aliso a minha pele várias vezes à procura dos ferimentos causados pelas garras de Marcelo, mas não encontro nada!

Puxo minha mão da sua e levo ao meu pescoço também. Está curado!? Como?

- Então é algum efeito colateral do colar? - Pergunto com meus olhos arregalados.

- Não.

- Então é o quê?

- A poção de cura que eu mandei lhe entregar, que você bebeu ainda faz efeito. Normalmente a poção só cura o indivíduo no momento em que ele a bebe. Eu pedi para que a bruxa, da qual comprei a poção, adicionasse um dia a mais para que fizesse efeito curativo, por precaução. Mas ela só podia deixar por doze horas. Ou seja, você ainda tem meia hora dos benefícios curativos dessa poção.

Pego na sua mão novamente.

- Obrigada por se preocupar comigo - Digo com um leve sorriso.

Ainda que com sua ajuda, eu me sentei com dificuldade na cama.

- Por isso você queria sair logo daqui - Ele balança a cabeça em concordância.

- Devíamos ter ido embora quando eu falei - Eu sorrio para ele.

- É. Devíamos mesmo - Engulo a saliva com dificuldade, novamente. - Eu estou com sede, tem água aqui?

Ele se levanta e vai até a mesinha ao lado da cama, pega um jarro e um copo, então despeja água no copo e me entrega.

Eu bebo tudo rápido e logo peço mais um pouco.

- A garganta dói? - Victor enche o copo novamente e depois senta ao meu lado.

- Não - Bebo mais um grande gole de água. - É só sede.

- Você bebeu. - Ele diz com um sorrisinho na boca.

Eu junto as sobrancelhas tentando entender.

- Eu lhe entreguei um copo d'água e você bebeu - Ele sorri de novo e eu reviro meus olhos e seguro um riso, termino de beber a água e coloco o copo na mesinha novamente, ao lado da minha máscara.

Perdoe o Passado | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora