TAYLOR SWIFT ON:
Se fazem 2 dias desde que saí dos Flops, e a única notícia que tive da Ygona era que ela havia partido em sua aventura.
Eu sei que não deveria me intrometer na briga, mas eu acho que não conseguiria... Ygona me salvou, eu devo isso para ela.
Eu hackeei o sistema do governo, e descobri que era bem fácil. Qualquer que seja o caminho que Ygona tome, o risco de salvar Bença Pai era de 1%. Talvez por que... Bença Pai não está mais nesse país.
Ontem, descobri que ele foi encaminhado para o avião o mais rápido possível. Ele matou o pai dele, e todos estavam atrás do mesmo, era o único jeito.
Agora a minha preocupação é avisar Ygona disso. Ela não atende o telefone... E eu acho que ela nem acreditaria no que eu falasse.HORAS ATRÁS, COM BENÇA PAI:
Pela quarta vez, eu me encontrava na mesma situação: No quarto, com uma goteira pingando de segundos em segundos, com o travisseiro manchado de sangue, e os aparelhos conectados em meu corpo.
Após aquela briga, eu consegui atacar Agatha, a minha possível irmã. Ela me deu três facadas, sendo que uma conseguiu me atingir com mais potência do que as outras, que no mínimo foram superficiais... E a Bia? Ela assistiu tudo com prazer estampado no seu rosto. Interfiriu apenas quando a criança estava prestes a me esfaquear na cabeça.
Agora, estou amarrado, no mesmo quarto que Agatha Nunes se encontra. Ela também está amarrada, um pouco mais do que eu, acredito.
-Saiba que você já era, não é? Sabe, você vai sair no país em menos de três horas.-Disse a garota.
-Que?
-Achou que ia ficar aqui? Com milhares de pessoas te procurando? Lembra que eu falei que todos estavam atrás de você? Eu quis dizer... Todos do país.
-Eu... Eu não vou sair daqui!
-Se você acha que tem opção, tudo bem.-Ela olhou para o alto e acomodou sua cabeça.
-Você é minha irmã?
-Hm? Sei lá. Devo ser.
-E você não fala nada?
-Falar oque? Você acabou com minha vida.
-Hm... E sobre, essa cicatriz?-Eu levantei um pouco o braço, para ela ver o corte.-Você também tem, não tem?
-Ah... Sim. É um Chip que tem aí dentro. É bizarro, se for pra parar e analisar.
Eu toquei suavemente a cicatriz.
Ficamos quietos por um tempo, mas o silêncio foi interrompido no momento em que a porta foi aberta, de forma agressiva e repentina.
-É ele. Levem-o.-Bia ordenou para dois homens enormes.
Eu me assustei e contorci o meu corpo, tentando ficar menos desconfortável para chutar alguém que tentar se aproximar.
A majestade pegou um dispositivo e clicou no botão vermelho, oque me fez tomar um poderoso choque. Eu fiquei imóvel por um tempo. A dor era indiscritível, eu estava sofrendo agonizado enquanto forçava meus olhos a permanecerem aberto. Quando percebi os passos, começei a chutar o ar. Foi quando a segunda rodada de choque começou, e meus olhos começaram a se fechar, em pura e constante agonia....
Eu tremia, amarrado dentro de algum lugar escuro. Provavelmente a mala de algum carro. Eu escutava o barulho de buzinas e do movimento do veículo, enquanto a minha respiração ficava cada vez mais pesada.
Eu comecei a me debater, comecei a chutar as paredes.
-O demonio acordou, que ódio!-Ouvi uma voz grossa.
Eu estava agoniado. Meus braços e pernas estavam presos. Eu não era nada nesse momento.
Eu mordia o pano que estava em minha boca, esperando alguém vir me tirar daqui.
... Demorou um pouco, mas aconteceu.
Após alguns instantes, eu escutei tiros vindo do lado de volta. Também consegui escutar a janela sendo quebrada. Me manti quieto, apavorado com a situação.
Escutei a mala do carro ser aberta, então, me movimentei e empurrei-a, me debatendo até sair. Quando caí no chão, tudo que conseguia ver era um salto vindo em minha direção.
-Oh, Look What You Made Me Do, Bença Pai...-Taylor Swift se agaixou e retirou as cordas dos meus pés e minhas mãos, rapidamente. -Levanta e pega essa arma.
Eu segurei a arma que ela me entregou. Ela andou até os celulares dos meus "sequestradores" e jogou contra uma caminhonete.
-Caso tenha algum rastreador... Dessa forma, ainda estaria em movimento.-Explicou ela, guardando a arma no bolso.
Começamos a correr para longe da cena, como se não houvesse outra preocupação. No meu caso, a minha já estava morta. Entretanto, a de Taylor estava aparente na cara dela. Algo estava a incomodando.
-Como você me achou?-Perguntei
-Umas teclinhas e eu já estava logada no sistema. Foi fácil saber o seu paradeiro. Descobri até o tipo de avião que você encontraria.
-Então é verdade. Eu saíria do país se você não me salvasse.
-Isso não é tão ruim. O problema é que você nunca se livraria de Bia, ela se tornaria sua guardiã legalmente.
-Eu estou mesmo sendo procurado pelo país todo? É muito preocupante?
-Você não tem ideia. O seu pai era um homem importante. Mas você sabe que a Bia manipulou essa revolta. Todos sabem...
-Ela me manipulou desde quando eu me identifiquei como "pessoa".
Paramos em uma cabine telefônica e ela discou alguns números, após colocar a moedinha no buraco.
-Para quem vamos ligar?-Perguntei entrando na cabine.
-Ygona.-Ela colocou o telefone no ouvido e esperamos algumas frações de minuto.
Pela primeira vez, o telefone não foi atendido. Tentamos novamente, e consegui ouvir ruídos do outro lado da linha.
-Oi?-Ygona respondeu, em uma voz trêmula.
-Ygona? Oi! Eu to com o bença pai aqui!-Taylor Swift respondeu-Você precisa me escutar!
-Taylor, eu já falei que vou conseguir tirar ele daqui, eu estou quase perto...-Alguns ruídos surgiram na ligação, dificultando cada vez mais a compreensão.
-Ei! Me escuta! Eu estou aqui com o Bença Pai, estamos indo para a Flop Torre. Eles sabem quando você entra na base de Bia e quando você sai, eles vão te achar!
Por alguns segundos, tudo ficou em silêncio.
-Ok. Eu vou sair daqui e vou para aí.-Ygona respondeu.
-Sair? Você já entrou?!
-Não se preocupe comigo. Vá rapido!
A ligação foi interrompida. Taylor swift jogou o telefone contra a parede da cabine e saiu.
Eu segui Taylor Swift para um beco.
-Eu preciso de uma faca.-Falei, apontando para uma loja de utensílios domésticos.
-Faca? Para quê?
-Eu não sou muito bom com a pistola.- Abaixei a cabeça.
-Ta bom, vamos.
Eu fui com Taylor até a loja, e fui para um corredor um pouco mais afastado da entrada, onde se localizava as facas. Peguei um esqueiro e uma faca, e fui para um canto mais escuro e afastado.
-Oque você quer fazer aqui, Bença?
-Tem um Chip no meu braço, ou eu arranco agora ou vão nos descobrir.
-E você fala isso agora?-Taylor coloca a mão no queixo.- Coloque o braço nessa prateleira.
A loira jogou os itens de cima da prateleira dentro de uma caixa, e levou o meu braço até ela.
Ela ascendeu o esqueiro e esquentou a faca, e fez uma breve e rápida "cirurgia" eu meu braço. A dor foi agoniante, mas nada muito acima do normal.
-Eu vou precisar de mais gaze, talvez tenha aqui.-Taylor revira a caixa, pegando um lenço.
Ela colocou o preço sobre o meu ferimento e pressionou.
-Fica assim, eu já volto. Talvez eu volte com uma agulha, mas qualquer coisa serve.
Taylor se levantou e andou até outros corredores, saindo de meu campo de visão.
..
..
Um barulho forte ecoou perto da entrada. Foi um tiro?!
Um barulho começou a incomodar meus ouvidos, eu estava agonizado, perdido dentro do medo que sentia. No primeiro tiro, fiquei confuso, mas no segundo eu entendi: Eles me acharam. É claro que eles me acharam. Eu realmente pensei que eles me deixariam ir?
Eu enrolei o tecido em meu braço e começei a vasculhar cuidadosamente o ambiente, procurando o chip que havia sido retirado de mim.
-Se alguem tentar fugir mate-o imediatamente.-A voz de uma mulher, que eu reconhecia como Bia, surgiu.
-Certo chefe. Como devemos prosseguir?-Dessa vez, era uma voz masculina.
-Deixe comigo.Escutei passos ecoando pela loja.
Eu sabia que Taylor estava na loja, mas não havia como andar por aí. Até porque para eu atravessar até a sessão que ela andou eu passaria por eles de qualquer forma.
O barulho do salto alto batendo no chão nos passos da Bia me deixava ansioso. Eu andava nas estantes, tentando ser o mais discreto possivel.
- Eu sei que você está aqui Bença Pai. Lembra? Do chip?-Ela deu uma curta e breve risada, enquanto derrubava alguns itens.-Você vai ser encontrado antes agora do que nunca.
Eu cheguei perto de onde estavam os reféns. Eles não tinham culpa de nada, mas eu não ia me entregar assim.
-É a sua última chance, Bença Pai!-Os passos estavam se aproximando.
Bia chutou uma prateleira, que caiu no chão com tudo, assustando os reféns. Enquanto todos olhavam para a prateleira sendo derrubada, aproveitei e me escondi atrás do balcão. Talvez assim eu conseguiria ir até Taylor Swift. Eu preciso de mais uma distração.
-Droga! Que saco! Ele arrancou o maldito chip! Ele deve ter fugido.
-Então é inútil manter esses indivíduos como reféns?-O cara de terno preto perguntou.
-Eu não sei. Façam o que quiserem com eles.-Bia se virou para a saída.
-Então acho que devemos mata-los?-Outro homem perguntou, dessa vez já estava com a arma na cabeça de um cidadão, que estava chorando de desespero.
Bia começou a dar uma "última" visualização pela loja.
-Isso. Câmeras. Temos câmeras aqui. Devem estar no computador.
-Calma! Por favor! Eu tenho cinco filhos para alimentar!-Uma mulher gritou.
Bia chutou sua barriga.
-Eu estarei libertando você, não?-Bia pisou na mão da pobre mulher.
Eu precisava de mais tempo. Observei a mesa do computador. Tinha uma xícara de café. Derrubei-o em cima do computador, danificando ele.
-Tá de sacanagem?-Bia se virou ao escutar o computador pedindo socorro.
Dessa vez ela sabia que eu estava ali, eu não tinha para onde correr.
-Espera.-Taylor Swift saiu de trás da estante, e levantou as duas mãos.-Eu retirei o chip.
-Interessante. Cadê ele? Se você me falar eu posso te deixar ir.
Era a minha chance de se mover, mas eu não podia simplesmente deixa-la morrer.
-Ele fugiu. Bença Pai não está nessa loja.-A loira se segurou na prateleira de uma estante.
-Mentirosa.-Bia puxou uma arma do bolso e apontou para o rosto de Taylor, e se aproximou dela.
Bia colocou a arma no peito da Taylor e olhou profundamente para os olhos da mesma.
Chega.
Eu peguei o computador e joguei na cabeça da Bia. Pulei a mesa e chutei os homens.
A mulher apertou a arma cada vez mais forte sobre o peito de Taylor. Eu não podia fazer nada. Ela tinha tudo na ponta do grafite, minhas ações serviam de lamina para ela. E eu? Eu sou apenas uma tesoura jogada no estojo.
Eu peguei uma garrafa e ataquei o homem sem parar. Eu peguei outra e quebrei na cabeça do homem. Eu matei eles.
Eu sou uma tesoura jogada do estojo desde que vim ao mundo. Minha mãe era uma borracha. Meu pai, um lápis. Ela não servia de nada sem ele. Se ele a largasse, ela desmoronaria. E eu continuo sendo uma tesoura. Uma tesoura com muita ponta.
-Ha... É assim que você faz perto de mim, Bença Pai?-Bia subiu a arma, para o peitoral de Taylor.- Eu tenho tudo ao meu favor. Você pode matar quantos homens de preto forem precisos, mas eu? Você acha que vai conseguir me deter?
Taylor Swift mordia suas bochechas. Ela estava paralisada, oque era bom nessa situação.
-Eu não vou perder para você.
-Certo... Então vamos ver quem perde e quem ganha.
Um vazio tomou conta do meu corpo por completo. Eu tinha tomado um choque de realidade pela primeira vez a um tempo. Foi a terceira vez que alguém morreu pela minha causa. A primeira foi quando a minha mãe morrer, após ser torturada em minha frente, onde eu não pude fazer nada além de lamentar freneticamente o motivo disso. A segunda vez foi o meu pai, combo família, foi em um prédio bem chique, eu tinha arruinado a sala de trabalho dele e só precisava de apenas mais um acontecimento. E agora... A terceira: Taylor Swift acabou de me salvar e eu já matei ela, eu não consegui salva- la e eu jurei que tinha tudo em minhas mãos.
-DESGRAÇADA PEDE DESCULPAS
-Pedir desculpas pra morto? É algum tipo de ritual purificador?
Eu me debati ali mesmo. Qual era o problema dela?
-ARROMBADA!!!- Eu gritei, e então joguei uma garrafa na cabeça dela.-VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO
O sangue de Taylor Swift vazava no chão, enquanto eu quebrava a cara de Bia. E a contagem aumenta... Eu não matei 4 pessoas. Eu matei 2.
Eu nasci com uma anomalia. Wandinha sempre esteve dentro de mim, controlando a minha raiva, controlando a minha tristeza. Eu sempre fui um fantoche, é um fato.
Meu nome é Bença Pai, causador da morte de 4 pessoas, inclusive, a grande e poderosa majestade Bia, viúva e mãe de Agatha Nunes.
Eu abaixei minha cabeça e olhei para os reféns por cima do ombro.
-Desculpa pelo computador.-Eu coloquei minhas mãos no bolso de Bia e peguei uma carteira, assim tirei 500 mil.-Aqui, fiquem com isso.
E então, abandonei os corpos e fugi da cena.-6 Dias Depois-
Era o enterro de Bia. Agatha Nunes estava consumida por ódio.
-Meus sentimentos, querida.-Uma mulher, de aparência velha, comprimentou Agatha.
-Obrigada, senhora.
-A cerimônia certamente está linda.
Agatha fechou suas mãos.
-É, está.-A criança sorriu diante a senhora.- Se me der licença, eu preciso ir no banheiro.
Agatha se retirou do diálogo e foi até o banheiro, de cabeça abaixada para esconder o desconforto.
Segundos depois, outra silhueta foi identificada pelo reflexo do espelho. A pessoa entrou na sala, quieta e silenciosa, focada e objetiva.
Uma coisa era certa: Agatha sempre foi boa em perceber os golpes de outras pessoas. Mas com Bença Pai ela não conseguiu. Ele tinha uma imagem totalmente fora de seu padrão. Era um sistema indefinido, uma incógnita sem valor real.
Sua percepção era além de um conjunto só. Era dificil de entender e interpretar, analisando cada ponto de sua área. Com essa garota, foi a mesma coisa. Ela era diferente, era estranha.
-Quem é você? Amiga da minha mãe?-Nunes perguntou para a silhueta, que ainda não tinha se apresentado.
-A sua mãe era uma desgraçada.-Respondeu a imagem misteriosa.
Agatha ficou interessada na identidade da pessoa.
-Eu sou Mary Josephine. Ou apenas Maria José.CONTINUA😭🙈