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Perigo narrando


- Aqui o celular que você encomendou – um dos agentes da penitenciaria me entrega.


Eu pego o celular e a primeira coisa que eu ligo é para o número de Malu mas cai na caixa postal e ela não me atende.


Filha da puta!!


Eu disco o número de Rd , demora um pouco mas logo ele atende.


- É , Perigo – eu falo.


- Até que enfim pegou o celular – ele fala no outro lado da linha – tá sabendo do estrago do morro?


- Quero saber da minha mulher – eu falo.


- Deveria tá tão preocupada com ela assim, não. Ela meteu o pé quando tu foi preso – ele fala.


- Que filha da puta, acha ela até no inferno Rd – eu falo.


- Relaxa, peguei ela fugindo em um ônibus – ele fala – tá no barraco.


- Ela estava fugindo para onde? – eu pergunto.


- Pará – ele fala no outro lado – com uma mala de dinheiro, a mesma que te entreguei mais cedo. Você sabe o que significa né?


- Como os vermes entraram no meu morro? – eu pergunto.


- Denuncia anônima – ele fala. – o que você estava fazendo na hora?


- Discutindo com ela – eu falo – não, eu não quero acreditar que ela me denunciou.


- Você não a tratava com flores – ele fala – foi a forma que ela achou de não viver um inferno mais ao teu lado.


- Mata ela – eu falo no telefone.


- Como é? – ele pergunta.


- Eu mandei você matar ela caralho – eu falo – eu quero Malu morta.


- Se tem certeza disso cara? – ele pergunta – se tu quer que eu mate ela, eu subo lá agora e faço isso.


- Mata ela – eu falo – é isso mesmo que eu quero que você faça, aquela garota ela sabe de mais, se ela fez isso uma vez, ela vai fazer de novo. Tu sabe o tratamento que x9 tem que ter.


- Tem certeza? – ele pergunta mais uma vez.


- Passa bala – eu falo – eu quero traidor na minha mão não.


- Matar ela com um tiro é muito rápido – ele fala – quando tu sair tu faz ela sofrer e faz ela penar na sua mão.

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora