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Malu narrando


Eu fui levada para enfermaria, e a última coisa que Perigo fez antes de eu sair, foi fazer um sinal de um corte na garganta, o médico da penitenciaria onde eu estava, começa a me examinar e fazer curativo no meu corte do braço, meu rosto também está sangrando e minha boca cortada, mal tinha me recuperado da outra surra que Perigo me deu e ele já tinha me dado outra.


Do lado de fora do consultório médico que não tinha proteção, apenas grades, estava os policiais lado a lado, um deles com braços cruzados e me encarando, enquanto conversava com o outro.


- Essa pomada que vou passar vai ajudar a desinchar seu rosto – o médico fala passando em meu rosto. – os raios x não mostraram nem uma fratura grave, vai doer por alguns dias, bastante gelo e remédio para dor – eu assinto com a cabeça.


Esses policiais iriam fazer o inferno a minha vida, iria passar por horas intermináveis, eles iriam querer que eu abrisse a boca, e se eu abrisse a boca eu seria morta dentro da penitenciaria , já cansei de ver mulheres de bandidos sendo mortas depois que são presas, e se eu não falasse nada, quem iria fazer a minha vida um inferno seria eles.


Eu me levanto quando o médico fala que já estou medicada e com o curativo feito.


- Pode nos acompanhar – o policial fala e eu vou atrás dele e outro policial vem atrás de mim.


- Sargento Kaio – um policial cham e a gente para e ele entrega uma pasta para ele.


- Obrigado – Sargento Kaio fala.


Ele abre uma porta e faz sinal para que eu entre, era uma sala de interrogatório.


- Pode sentar – ele fala e eu me sento.


Eu olho para ele e para o outro policial, logo depois entra outro dentro da sala e tranca a sala. Meu coração está saindo pela boca , estava preste a ter um troço nesse exato momento.


- Maria Luiza Correa, você confirma seu nome ? – Sargento Kaio pergunta me encarando.


- Sim – eu respondo.


- Meu nome é Kaio, esse é Mauro e Roberto – ele fala – vamos conduzir esse interrogatório, a gente poderia ter te conduzido a uma delegacia e você poderia ter um advogado, mas acho que você não iria querer isso.


- O que vocês querem? – eu pergunto para eles.


- A verdade – ele fala me encarando. – Nós já sabemos que você estava no morro do Rd e foi ele que te mandou vir para cá. – ele fala pegando o seu celular e mostrando uma gravação da conversa dos dois, desde quando eu fugi até hoje – a gente sabe que você está lá contra a sua vontade, que você tentou fugir – ele abre a pasta e coloca a copia da passagem em cima da mesa. – mas, que eles te encontraram antes.


- Eu não vou falar nada – eu falo para eles.


No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora