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Malu narrando


Eu estou sentada na calçada nos fundos da penitenciaria, com um saco de gelo em meu rosto. As lagrimas descia em meu rosto sem parar, meu rosto está inchado e dolorido e o sangue escorria no canto da minha boca.


Um carro para do meu lado e dar uma buzinada, com dificuldade eu me levanto e abro a porta do carro vendo PH no motorista, eu entro e puxo o cinto, ele me encara, mas não diz nada.


- Toda quinta feira depois da meia noite esteja pronta - PH fala – você vai vir até a penitenciaria encontrar ele.


Eu não respondo nada, apenas continuo com o saco de gelo em meu rosto, a minha raiva era tanta por Perigo, mas tanta.


- Obrigada – eu falo baixo quando ele estaciona na frente da casa de Rd.


- Quer um conselho? – ele pergunta – abre as pernas e finja, geme e finge orgasmo, assim você não precisa apanhar dele toda vez. Se não, ele ainda vai te matar na pancada.


- Obrigada – eu falo novamente.


Eu desço do carro com bastante dificuldade, meu corpo todo dóia , eu entro dentro da casa de Rd e fecho a porta fazendo um pouco de barulho.


- Merda – escuto a voz dela.


- Tinha que chegar agora caralho – Rd fala com Ana em seu colo.


Eu olho para os dois e os dois me encara.


- O que aconteceu com você? – Ana pergunta – ela está machucada Rd.


- Boa noite – eu falo apenas.


- Deixa essa garota para lá – ele fala me encarando e volta a beijar Ana.


Eu subo os degraus da escada e olho para baixo, vendo ele fazer Ana quicar em cima dele, quando eu já estava no pé da escada.


- Vai vaza – ele fala.


- Por quê? – ela pergunta.


- Precisa aprender a sentar melhor – ele fala jogando-a para o lado.


Ela começa a discutir com ele e eu entro dentro do quarto, eu tiro toda a minha roupa e entro de baixo do chuveiro. Eu fecho os olhos pensando se o meu destino realmente seria ser morta ao lado dele ou por ele.


Maldita hora que eu voltei para aquele morro para me envolver com ele, maldita hora que eu achei que poderia ir morar com meu pai.


Minha mãe pegou raiva de mim por causa disso, porque eu fui morar com ele no morro, ela não queria me ver nem pintada de ouro e isso fazia com que eu tivesse sozinha nesse mundo literalmente. Eu era filha única e nem irmãos eu tinha para me proteger.

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora