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Kaio narrando

- Mas eu te prometo que enquanto eu estiver vivo, Perigo não vai te matar e não vai encostar um dedo em você – Rd fala para ela e eu coloco a mão sobre meu rosto escutando a conversa.

- Eu odeio você – ela fala – e eu não confio em você, eu não quero a porra da sua proteção de merda.

- Você contou tudo? – A voz da Fernanda aquela traidora filha da puta.

- Não – Rd responde. – eu não falei de você e do pai dela, como você veio parar aqui no morro.

- E Julia? – ela pergunta.

- Não – ele fala – eu não iria abrir a boca sobre isso.

- Até porque mesmo você já falou de mais – ela fala – era um acordo entre os chef da máfia, entre a facção. Perigo manteria ela viva como ele queria manter e ninguém contaria a verdade a ela.

- E deixar ela ser usada? – ele pergunta– Olha a pressão toda que fizemos na cabeça de Perigo, no que deu. Você sabia Fernanda tudo que ela passava com ele?

- É lógico que não – ela fala – ninguém sabia, ninguém chegava perto dessa garota no morro. você se apaixonou por ela não foi?

- Eu quero mandar matar o Perigo – Rd responde a ela e eu arregalo os olhos – ele não tem mais morro, não tem porque está vivo. Manda matar na cadeia.

- Jk cairia em cima de você – ela fala – ele sabe que vocês estão junto e isso não mudaria que aqueles policiais estão atrás de nós ou dela, você sabe o que o pai dela fez.

- Merda – ele fala e um estrondo vem – eu não quero mais fazer mal a Malu, eu não quero mais.

- Então deixe Perigo sair e mate ele aqui durante um confronto - ela fala - inventa um confronto e o mate, é melhor do que você mandar matar. Aqui dentro conseguimos falar o que a gente quer, arrumar uma cena do crime e fazer com que todos acredite no que a gente quer que acredite, lá dentro não. Rapidamente cada um seria torturado até abrir a porra da boca – Fernanda fala– Pensa no que você vai fazer, realmente vale a pena quebrar alianças por causa dessa garota? Por causa da filha dele?

- Vale – ele responde.

Eu e Mauro nos encaramos e desligamos a escuta.

- Mauro – eu falo – ordene que levem a Malu para cabana, eu vou esperar ela lá.

- Vou fazer isso agora mesmo – ele fala.

Eu pego a minha chave, coloco a arma na cintura e entro dentro do carro. Eu consigo ativar a escuta no colar e só conseguia escutar sua respiração pesada, ela deveria está correndo morro a fora.

Eu não queria fazer mal a Maria Luiza e também não queria que ninguém fizesse, eu queria apenas fazer justiça por tudo que eles fizeram. Eu estou sendo sincero em ajudar ela, em dizer que vou ajudar ela a fugir e ter uma vida digna longe deles.

O carro para e Malu desce do carro.

- Porque me trouxe aqui? – ela fala já nervosa andando em minah direção que nem o furacão – me mandar eles pegarem a força e me enfiarem nessa porra desse carro – ela diz batendo pé.

Malu narrando

Eu tinha saído tão desesperada com tantas informacoes que Rd me passou que quando eu vi eu estava dentro de um carro sendo levada até Kaio.

- Porque me trouxe aqui? Me mandar pega a força e me enfiarem nessa porra desse carro - Eu pergunto furiosa para ele.

Ele me encara colocando as mãos no bolso.

- Muitas revelações não é mesmo? - Ele pergunta.

- Merda - Eu falo olhando para ele. -Eu esqueci que você estava escutando tudo.

- Não sou seu inimigo - Ele fala. - Estou aqui para te ajudar.

- Eu não confio mais em ninguém. - Eu falo para ele. - Todo mundo mente para mim, todo mundo quer me enganar e me usar.

- Eu sinto muito por isso - Ele fala.

- Até você quer me usar - Eu falo apontando o dedo a ele - Usou do meu marido, do meu trauma, sabendo que não tenho culpa de nada para enfiar em uma emboscada. Estou com a corda no pescoço, se eu tento fugir eu tenho eles querendo me matar e se eu fico eu tenho você me atormentando.

- Calma - Ele fala.

- Você é sínico Kaio - Eu falo para ele. - Sinico de mais. Eu não vou mais te ajudar, eu vou tirar todas as escutas daquela casa e eu não vou mais te ajudar.

- Rd vai te ajudar? - Ele pergunta- Ele mesmo não admitiu que queria você morta. Que ele não o que fazer , que ele não tem como te proteger? Perigo daqui a pouco foge e aí, como vai fazer?

- Da mesma forma que foi sempre - Eu falo.

- Aguentar humilhação, ser agredida por ele? - Ele pergunta - estuprada todas as noites ? Desculpa Malu, mas achei que você queria mais para sua vida. - Ele se vira e entra dentro da casa.

Eu vou atrás dele.

-Você não me conhece não sabe nada da minha vida direito - Eu falo - Você só está me ajudando porque eu coloquei a merda da escuta em lugares que seu informante não iria conseguir.

Ele me vira.

- Você sabe quem é meu informante ou quem é ela? - Ele pergunta.

- É uma mulher? - Eu pergunto.

- Não sei - Ele fala - Mas você não sabe quem é e sssa pessoa teria acesso livre para colocar essas escutas. Só que eu quis te ajudar , fazendo um acordo para você não ser presa. Mas você é uma ingrata.

- Ingrata? - Eu pergunto rindo. - De boas intenções o inferno ta cheio.

- Da mesma forma que Perigo fez quando disse que não iria te matar - Ele fala. -, Não te matou mas faz você viver um inferno.

- Eu não tenho como fugir - Eu falo - Vai ser sempre assim, eu vou esta nas mãos dele pata sempre.

- Chega -Ele fala exaltado -Nos temos um acordo e você precisa seguir ele. Quando finalizar você vai embora e te dou a minha palavra.

Eu me sento no sofá.

- Eu estou exausta - Eu falo - Exausta.

- Eu te entendo -Ele fala. - Não deve ser fácil tudo o que você passou é tudo que você escutou hoje.

- Eu tento ser forte, eu tento levantar a cabeça, passar por cima de tudo - Ele se senta na mesinha de centro na minha frente - eu não consigo andar para frente

- Você confia em mim? - Ele pergunta.

- Não. - Eu respondo para ele e ele assente com a cabeça.

Eu encaro ele e depois de tudo que Rd disse, depois de tudo que ele me falou, eu só conseguia pensar no meu plano. RD deixou claro que queria me matar, que não queria nada comigo, Rd deixou claro tudo isso.

Eu precisava achar alguém que fosse mais forte que eles, alguém que quisesse acabar com eles e essa pessoa está na minha frente.

Eu começo a chorar desesperada com tudo que eu estava pensando e Kaio passa a sua mão pelo meu rosto limpando as minhas lágrimas. Eu olho para ele.

Eu odiava Perigo, eu não sei o que eu sinto pelo rd e nem mesmo pelo Kaio na minha frente mas eu não sentia confiança neles.

Mas ele na minha cabeça agora era a minha única saída.

- Malu - Kaio fala me encarando - Malu? - Ele pergunta.

Eu continuo o encarando em silêncio, minha cabeça estava a milhão, eu estava nervosa, me tremendo por inteira.

Eu beijo ele e ele se afasta.

- Por favor - Eu falo para ele.

- Não podemos fazer isso - Ele fala. - Eu sou policial e não posso usar disso para ficar com você.

- Perdão. - Eu falo e ele me encara.

- Que se dane - Ele fala me beijando.

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora