Deixar e perdoar, amar

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Pego minha bolsa e nós encaminhamos para o local, assim que passa pela sua secretária o Juan solicita que desmarque seus compromissos da tarde, mas a mesma informa que sua agenda não tem nenhum compromisso, fico mais tranquila por saber que não o estou atrapalhando tirando de algo importante.

O Jhony fez questão de ir conosco, o Juan sugeriu que fôssemos no seu carro devido às circunstâncias e não sabermos o que iríamos encontrar, achei ótimo por não está com condições de dirigir.

Partimos em direção ao hospital, ao chegarmos o Jhony se apresentou explicando a situação, aguardamos alguns minutos até que nossa entrada fosse liberada, seguimos até o local que nos foi indicado e assim que chegamos fomos recepcionados por seu advogado.

Enquanto os homens conversavam fiquei pensando no que diria, mas na minha mente sei que seria muito mais fácil do que o encarado frente a frente. Sou orientada sobre sua situação após sou informada que posso entrar.

- Está pronto. – Me pergunta seu advogado.

- Na medida do possível sim.

Ele me dá passagem e adentro ao local, seu Hernandez está ligado a máquinas que o monitoram, seu rosto está abatido, assim que me vê se esforça para palavras saírem.

- Me perdoa... eu fiz... tudo errado... eu só... queria... mais tempo... - ele para de falar tossindo.

- Não precisa se esforçar.

- Mas eu ... quero... preciso... - Chego mais próximo e seguro a mão que ele me estende, nesse momento sinto compaixão por aquele homem tão debilitado a minha frente. – Me perdoa... eu só queria... concerta tudo... mas fiz tudo... errado novamente.

- Não tem que pensar nisso agora, tem que focar em ficar bem.

- Eu procurei... seu pai... durante anos... mas sem sucesso... só agora descobri que ele... trocou o sobrenome... a última notícia que tive... foi que ele teve... uma filha... de nome Alice... você tem os olhos dele... e a determinação...

- Não se canse, você tem que economizar energias pra ficar bem!

- Eu só... queria a guarda... pra tentar... fazer tudo certo desta vez.

- Isso podemos resolver quando você ficar bem e sair daqui.

- Não sei se ... vou sair dessa... por isso preciso... do seu perdão... minha neta.

Os aparelhos começam a apitar desesperadamente e lágrimas escorrem dos meus olhos e antes mesmo de me afastarem dali ainda consigo responder.

- Eu te perdoo.

Uma enfermeira me retira do quarto, o Juan me abraça e choro em seus braços, por mais que não tenha nenhuma ligação emocional com ele é deprimente ver uma pessoa no seu estado. Ficamos ali todos em silêncio, o Jhony me entrega um copo com café e assim que sinto o gosto meu estômago se sente enjoado devido ao nervosismo.

Um médico sai da sala e nos informar que infelizmente não há nada mais que possa ser feito, que ele se foi. Estremeço ao ouvir suas palavras e agradeço por ter vindo e conseguido o perdoar ainda em vida.

O advogado informa que vai tomar as devidas providências e o agradeço.

.....

Esses últimos dias foram de muitas emoções com a morte e enterro do meu avô, o que me fez de alguma forma ficar muito mexida, mas tenho que seguir minha vida, com sua morte não preciso mais me preocupar com o processo sobre a guarda da Helena. O Jhony ficou encarregado de resolver toda a questão burocrática juntamente ao advogado do senhor Hernandez. 

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