Contando minha história

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Já passa da 18:00 e até o momento o Juan não apareceu, quando acho que ele não vem mais meu interfone toca informando que tenho uma visita, confirmo de quem se trata e libero a entrada. Alguns minutos depois a companhia toca, vou atender a porta e minha irmã está sentada no tapete da sala com alguns brinquedos. 

- Boa noite Juan.

- Boa noite Alice. 

- Entre – dou passagem pra ele. – Helena esse é o Juan, você lembra dele no parque? 

- Sim, ele fez gol. 

- Isso mesmo, ele é um amigo da mamãe 

- Igual a tia Keith? 

- Isso mesmo

- Ele pode ser meu tio também?

- Se ele quiser! 

- A Helena quer... você quer ser tio de mim?

- Posso ser seu tio também. — Ele diz dando atenção pra ela. – Pensei em pedirmos uma pizza, que tal? 

- Eba, eu adolo pizza. – A Helena responde.

Fizemos o pedido e ele ficou ali sentado no tapete brincando com minha irmã, mal pude acreditar no que estava vendo, ele tava toda sua atenção pra ela.

Após a pizza chegar comemos e a todo momento eles conversavam, na hora de ir pra cama Helena pediu para que seu novo amigo lhe contasse uma história o que ele adorou. Fiquei os observando do batente da porta.

- Dormiu, acho que agora podemos conversar.  - Ele me encara assim que percebe que ela dorme. - Então vai me contar sua história? 

- Não tem muito o que conta, como você sabe meus pais morreram num acidente de carro, eles haviam saído pra comemorar seu aniversário de casamento, eles haviam feito 20 anos e casados e eu fiquei em casa cuidando dela, na época eu tinha 18 anos e a Helena tinha menos de 2 meses de vida. – Notei que as lágrimas começaram a escorrer do meu rosto, mas continuei meu relato – quando eles morreram fiquei sozinha e com um bebê pra cuidar, pois a única pessoa que tenho é a Ana que me ajuda na criação da minha irmã. 

- Por isso que ela te chama de mamãe.

- Exatamente, ela perdeu nossos pais muito nova, então ela me vê como referência de mãe. Mas ela sabe que nossos pais morreram, mas não gostamos dessa palavra então ela fala que eles viraram estrelinha. 

Nesse momento ele caminha até onde eu estou e me abraça meu corpo estremecer com o contato, a sensação novamente de estar no lugar certo transbordar dentro de mim. Ficamos ali abraçados por algum tempo, o silêncio foi quebrado por ele. 

- Sinto muito você ter passado por tudo isso, imagino a barra que teve que segurar. 

- Você já me perguntou porque gosto de trabalhar na Ayla, é porque assim posso fazer minha programação baseada nos horários da Helena. 

- Agora eu entendo. – Ele me dá um beijo suave e volta a me abraçar. 

- Mamãe, tem um mosto embaixo da minha cama! 

- Um mostro? Eu vou lá pegar ele! Ninguém assusta a minha amiga Helena. – Ela cai na gargalhada e ele vai até o quarto, depois volta e a converse a voltar a dormir no seu quarto.  Mas não antes de se jogar no seu colo e o fazer levá-la novamente pra cama.

- Você é bom com crianças!

- Sempre gostei muito de crianças, quando era mais novo costumava ler pras minhas irmãs... Em falar nelas, a Gabi gostou muito de você. 

- Já a Giulianna. – Falo e me arrependo. 

- Ela é mais difícil, acredite que isso é ciúmes. 

- Ciúmes? Ela deixou bem claro que não quer ver você envolvido com mais nenhuma mulher que não seja a amiga dela. 

- A Sophia manipula ela e ela não vê. Costumava tentar fazer isso comigo até que eu caí em mim e dei um basta.

- Posso saber por que terminaram? 

- Ela deixou bem claro que só estava comigo por status. À família dela era muito rica, mas descobri que estão à beira da falência, então ela quer me conquistar novamente, já cai na dela uma vez por influência da Giu, mas sou eu que faço as minhas escolhas. 

- E o que você quer? - hesita antes de falar. 

- Você! 

- Não quero que fique comigo por pena.

- Eu te queria sem nem ao menos saber da sua história e isso não vai mudar, pelo contrário, me fez te admirar mais. - Nesse momento vou até ele, nossas bocas se encontram em um beijo lento e carinhoso. – Acho que está na hora de ir embora! 

- Fica mais um pouco, podemos assistir um filme. 

- Só se for acompanhado com pipoca. - Ele fala o que me faz rir.

- Sério que você gosta de pipoca?

- Claro, quem é que não gosta? 

- Você tem razão!

- Eu sempre tenho. 

- Eu faço a pipoca e você escolhe o filme. 

- Gostei da proposta. - Lança um sorriso safado.

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